Presente do atacante para salvar Dunga
Este post começou a ser escrito tão logo foi trilado o apito inicial do jogo Chile 0 x 3 Brasil.
O espírito do blogueiro era escrever de acordo com a emoção do espetáculo. E reagir somente ao jogo, sem preconceitos em relação ao técnico ou a algum atleta do grupo.
Uma questão de justiça não só com os profissionais, mas com a instituição seleção brasileira.
Os atletas – até com denúncias de festa no hotel na noite anterior ao jogo – precisavam mostrar em campo que eram dignos de vestir a amarelinha.
E Dunga precisava mostrar uma equipe consistente para amainar a campanha nacional contra seu nome. Situação que ganhou força muito mais por culpa sua que por má vontade da mídia.
A lição que ficou ao final foi simples: o Brasil e o talento dos nosso atletas é superior a qualquer comando ineficaz, seja técnico, seja corporativo. Pena que tenhamos que sofrer tanto, quando poderíamos trilhar um caminho muito menos espinhoso.
Um só atleta, no caso Luís Fabiano, foi capaz de resolver uma encrenca que se avizinhava. Já imagiou 11 deles jogando com vontade?
Vantagem para quem
aposta na qualidade
Nos primeiros 10 minutos tivemos um jogo elétrico, com o Chile até mais abusado, mas com o Brasil ensaiando toques de bola bonitos de Ronaldinho, Diego e, principalmente, Robinho. Este chegou a ficar cara a cara, aos 10 minutos, com o goleiro Bravo, mas pecou na conclusão.
O Chile respondeu com Suazo, que numa falha de marcação em escanteio, ficou sozinho e, como Robinho, não soube concluir.
Dunga pode ter o defeito que quiserem a ele atribuir, mas é um sujeito de sorte. O esquema proposto por ele apresentava dois defeitos. Primeiro, a festa dos chilenos sobre Maicon. A proteção no setor não estava de acordo com a carga dos chilenos. Dunga não previra isso? Por ali, os chilenos perderam grandes chances.
A segunda, Luís Fabiano estava completamente perdido taticamente. Nao é que justamente ele, numa falta cobrada por Ronaldinho, desviou de cabeça e marcou o gol brasileiro? E, claro, a partir dali, ganhou confiança e roubou a cena.
Como mérito do treinador, o fato de ter colocado em campo atletas com faro de gol e muita técnica. Colheu frutos pelo bom posicionamento de quem tem condições de fazer a diferença.
Assim foi no pênalti sofrido por Diego, numa grande jogada de Ronaldinho e o próprio meia. Uma pena que Ronaldinho Gaúcho tenha desperdiçado a grande chance de dar um nó definitivo no Chile.
E assim foi no gol de Robinho, perto do final da etapa, numa jogada linda de Luís Fabiano, deixando o companheiro livre. Este, desta vez, não desperdiçou cara a cara e guardou o seu.
Kleber complica,
Valdivia resolve
Ronaldinho Gaúcho pagou o pato pela expulsão de Kleber, pelo segundo amarelo. Mesmo com Diego mostrando mais vontade e participação que Gaúcho, acho que o primeiro deveria ter saído, por já ter um amarelo também.
Por sorte, o tal de Suazo foi uma forcinha que o Bielsa deu para o Dunga, deixando Valdivia no banco boa parte da primeira etapa.
Como no primeiro tempo, o carequinha chileno entrou sozinho, novamente, aos 15 minutos, e errou mais uma vez
E Valdivia também ajudou Dunga. Deu um jeito de ser expulso e garantir igualdade no número de atletas em campo.
Depois foi um jogo controlado pelo Brasil. Com algumas estocadas brasileiras, outras chilenas.
Mas Luís Fabiano ainda tinha um golzinho guardado no estoque.
De ótimo tamanho para Dunga se fortalecer, em alto estilo. Reclamar do quê? Luís Fabiano resolveu a encrenca.