Os deputados gaúchos perderam uma grande chance de dar um passo enorme na luta contra o fumo e em benefício da saúde no Rio Grande do Sul. A lei aprovada ontem pela Assembleia Legislativa foi mutilada ao retirar-se dela punição para quem não respeitasse as restrições de não fumar em lugares fechados. A proposta do deputado Miki Breier (PSB), por si só, já era tímida. Os fumódromos, verdadeiros matadouros de gente, seguem permitidos, assim como áreas fechadas desde que equipadas com exaustores.
Confesso uma inveja enorme das leis de São Paulo e do Rio de Janeiro, muito mais restritivas. Fumo lá se faz ao ar livre e sem levar a fumaça para os outros. Aqui na empresa temos fumódromo. Não adianta.
Cobramos verbas para hospitais, queremos a contratação de mais médicos, remédios mais baratos, mas esquecemos o custo que as doenças decorrentes do cigarro levam ao SUS. Falo de cadeira. Convivi toda a minha infância e adolescência na mesma casa de um fumante compulsivo. O resultado é que meu pai não teve pulmões para enfrentar complicaçõe pós-cirúrgicas e morreu aos 65 anos. Completaria agora em outubro 74.
Quando era guri coloquei um cigarro na boca achando que aquilo era status ou me faria mais homem. Por sorte não consegui seguir adiante. Me dava náuseas. Pela convivência familiar sei como é o drama que envolve quem está viciado e não consegue largar o cigarro. É preciso a ajuda e a paciência de amigos. Cigarro é uma doença e as verbas do SUS usadas hoje para tratar câncer de pulmão e outras derivadas do fumo deveriam ser também divididas para que o vício fosse abandonado.
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