Foto: Alexandre Kunzler, Especial |
![]() |
Em 1998, a banda sueca de hardcore melódico Millencolin fazia um show em Porto Alegre com muitas de batidas rápidas e solos curtos, para um público predominantemente adolescente, em sua maioria surfista e skatista. Se passaram 10 anos e, na noite desta terça, os europeus voltaram à capital gaúcha com um estilo um pouco diferente, mas com a mesma energia que os consagrou entre o público jovem. O show realizado na Casa do Gaúcho tinha o objetivo de lançar o álbum Machine 15.
Mas não era bem isto que o público queria. Os adolescentes de 10 anos atrás estavam novamente lá. Mais velhos, mas vestindo suas roupas de surf e skate e torcendo para que eles tocassem aquelas músicas que eles escutavam em seus toca-fitas.Por isto, baixista e vocalista Nikola Sarcevic, os guitarristas Mathias Farm e Erik Ohlsson e o baterista Fredrick Larzon tiveram a sensibilidade de abrir o show com Penguins & Polarbears. A faixa foi lançada no álbum Pennybridge Pioners, de 2000, que manteve a pegada punk, mas com mais peso, sendo reconhecido como um dos melhores trabalhos da banda. O riff de introdução e o refrão cheio de peso e melodia emocionaram os fãs do Millencolin, que mostravam que sabiam toda a letra.
Depois, o conjunto alternou as faixas do Machine 15, Kingwood e o Home from Home – álbuns que determinaram o fim da fase punk e o início de um novo Millencolin, com mais peso e menos velocidade. O público continuava empolgado. Enquanto uns se amontoavam para ficar perto do palco, outros preferiam o “pogo” – espécie de dança na qual as pessoas empurram umas às outras. As garotas marcaram presença, não se intimidaram com a confusão e curtiram o show junto com os marmanjos.
Mas os porto-alegrenses se emocionaram mesmo quando o grupo tocou o clássico Bullion. Este é praticamente o hino da banda. Aquela música que todo o fã de punk rock já tirou no violão, a primeira que vem à cabeça quando alguém fala em Millencolin. Uma melodia simples e uma letra que fala daquela depressão que bate quando a gente faz 21 anos. Tudo que o público mais queria. E a Casa do Gaúcho tremeu. Tanto que Nikola Sarcevic olhou para o povo e disse “gaúcho louco”. E repetiu várias vezes durante a apresentação.
Mas ainda faltava aquela pegada, aquela batida rápida e emocionante de 10 anos atrás. Até o momento em que Nikola gritou:
– When I am...
Era o começo de Lozin’ Must, um clássico do álbum For Monkeys, de 1997, tocado com mais velocidade para o delírio dos fãs do hardcore californiano – o Millencolin é da Suécia, mas nos anos 90 adotava estilo semelhante ao das bandas de punk rock da Califórnia.
Mas a melhor música foi Olympic, do Life on a Plate (1995). Um hardcore rápido com uma letra romântica, que nos faz balançar a cabeça e cantar pensando na mulher amada. E também não podia ficar de fora do setlist o clássico Mister Clean, do Same Old Tunes (1994). Outro hardcore rápido e melódico que emocionou o público.
A única música lenta foi The Ballad. E o público gostou. Todos cantaram junto com Nikola a triste história do garoto solitário que mentiu estar gripado para não ir ao baile de formatura da escola.
E foi assim que o Millencolin conseguiu divulgar as músicas do novo trabalho, sem deixar agradar os antigos fãs. Depois de dizer, após o show de São Paulo, que o Brasil é “mais legal” que a Suécia, estes europeus certamente jamais esquecerão os “gaúchos loucos”.
Music non stop! A qualquer momento, notícias sobre música, entrevistas com bandas e artistas, reportagens, resenhas sobre shows e lançamentos de álbuns, dicas para downloads, sugestões de novos clipes, cena local, mercado mundial e mundos paralelos. Abaixo: textos separados conforme categorias (show, clipes, entrevistas, podcast...) Acima: clique na imagem do botão Volume para ler notícias em ordem de publicação E-mail:
volume@clicrbs.com.br
Siga o Volume:
Clique na imagem acima para conferir o calendário de shows
Clique na imagem acima para escutar Volume no BLIP.fm
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.