Começamos a publicar hoje no Volume o Diário de Bordo da turnê da Comunidade Nin-Jitsu na Europa, assinado pelo Fredi Chernobyl Endres com exclusividade pro blog. Valeu, meu velho!
Fotos: Divulgação
29 de Junho, segunda-feira
Saímos de POA às 13h, chegamos no Rio de Janeiro e fomos direto para a fila da Ibéria para fazer o check-in. O Galeão, aeroporto carioca super anos 80 falido, estava com os computadores fora do ar. Ficamos ali, naquele cantão comendo sanduíches bancados pelo Calcanhotto, tomando Coca Zero e acessando a internet pelo maravilhoso ZTE Connection da Vivo. Ligamos para Rodrigo e Bianca (casal Leela), que iriam voar para Londres (com escala em Paris) no mesmo horário que a gente (!) e eles já estavam chegando. Pra completar a coincidência, o check-in da Air France era do lado do nosso. Mais uma vez, Carol e Fredi encontram Rodrigo e Bianca em uma situação megainusitada. Carol mandava mensagens pelo Twitter e Bianca escrevia no Facebook. Enquanto isso, eu empurrava o carrinho com o note em cima do case da minha guitarra Gibson SG. A fila começa a andar. Lembrei que tinha que sacar os R$ 250 que o DJ Schutz tinha me dado pra eu comprar um fone Wesc pra ele em Lisboa. Saí correndo atrás de um caixa de Itaú, saquei o dinheiro e depois fui trocar por Euros. Fotos no embarque, Rodrigo e Bianca pelo portão 10, Fredi, Carol, Nando e Calcanhotto pelo portão 11.
Descobri porque a Ibéria é barata ao entrar no airbus. Poltronas apertadas sem tela de televisão interativa e… no resto tudo ok. Comida razoável, pão, pão, pão, pão, pão, um vinho tinto excelente e uma lata de Pilsener quente pra me ajudar a dormir.
30 de junho, terça-feira
Depois de 10 horas de vôo, chegamos em Madrid. Na imigração, apenas disse que eu não estava indo pra Espanha e que Madrid fazia parte da conexão que me levara a Porto, Portugal. Ok. Carimbão de entrada pra Carol e para mim. Acho que casais enfrentam menos problemas do que caras sozinhos entrando nesse tipo de país que não tem relações diplomáticas muito legais com o Brasil. Agora, Carol dorme encostada na janela do avião, dopadinha de Rivotril. E eu, digito com os ouvidos entupidos, tomando suco de tomate enquanto o avião desce até Porto para, finalmente, chegarmos na cidade das três primeiras apresentações (duas da Comunidade Nin-Jitsu e uma de Chernobyl).
01 de junho, quarta-feira
Acordamos perto do meio dia e fomos almoçar no restaurante da Casa da Música, que é o lugar onde acontece o Festival Mestiços. Estávamos completamente desregulados do sono, por causa do famoso jet lag. Pois na terça, quando chegamos, dormimos das 14h às 21h e obviamente trocamos a noite pelo dia. Perto da Rotunda da Boa Vista, mandei fazer um cabo que conectasse o computador à mesa de som para disparar as batidas eletrônicas no show. Em qualquer país do mundo isso seria algo complicado, mas quando se está em Portugal é diferente, pois todos falam a nossa língua, e, além de terem a energia parecida com a dos brasileiros, são extremamente simpáticos. Acho que Portugal vê o Brasil como uma espécie de filho, ou melhor, filhão.
Depois de algumas horas na recepção do hotel tomando cafés e Carol acessando internet com muita sagacidade, subo para o quarto do Eron, produtor nosso em Portugal, para traçarmos o cronograma de transporte da tour. Às 19h30min nos mandamos para o primeiro show da Comunidade Nin-Jitsu na Europa. O cabo que mandei fazer não funcionou, me avisa Rafa, nosso técnico de som. Hahaha! Era bom demais pra ser verdade. Mas o mestre do som da Fnac nos emprestou um cabo que funcionava.
O show foi divertido, bem light, como uma espécie de aquecimento para os mais pesados e “responsa” que viriam na sequência da tour. Tocamos superbem e o público diversificado que ali estava adorou e comprou CDs com a gente. Após nosso debut no Velho Mundo, fomos jantar na casa do Fernando, o diretor da Casa da Música, que é um dos grandes responsáveis por estarmos sendo tão bem acolhidos no Porto. Picanha, feijão com arroz, farofa, couve, cerveja, vinho e muito som no toca-discos da sala de sua casa incrível, que fica localizada em uma rua extremamente estreita, que lembra as servidões de Floripa.
Na volta pro hotel, uma carona em um carro igual ao da Quadrilha de Morte da Corrida Maluca, sendo guiado pelo excelente fotógrafo que é sósia de Jesus Cristo, Norberto, ouvindo Tom Waits a milhão.
02 de Julho, quinta-feira
Descemos do táxi no Mercado do Bolhão e caminhamos muito pela parte mais antiga-medieval-com-cara-de-europa da cidade, próximo ao Rio Douro. Atravessamos a ponte, andamos em ruas, ladeiras similares ao centro de Porto Alegre, porem muito mais antigas. Visitamos castelos, igrejas e comemos bolinho de bacalhau à beira do Rio Douro, visualizando as fábricas de vinho do Porto. Uma delícia mesmo foi a porção de berbigões que o dono do restaurantezinho nos deu de cortesia. De noite, show do mestre brasileiro Naná Vasconcelos na primeira noite do festival Mestiço.
>>>>> Saiba como foi a turnê de Chernobyl pela Europa em 2008
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