Foto: Reprodução/site oficial |
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O novo álbum do Portishead deve chegar as lojas no dia 28 de abril (e terá uma versão em USB com 4 filmes!), mas já está na rede faz uns dias, né? Você sabe, é só procurar e baixar... e ver que este Third é inferior ao material anterior da banda de Bristol. Os quase 11 anos de intervalo em gravações inéditas não fizeram bem ao trio.
Portishead 2008 segue denso e melancólico, mas está sonoramente mais pobre e um tanto quanto perdido. O que antes era visivelmente autoral, refinado e genial agora se mostra confuso e deficiente.
Third só parece Portishead pela voz inconfundível de Beth Gibbons e por algumas guitarras de Adrian Utley. As programações de Geoff Barrow parecem fracas e desconexas. O resultado final parece um álbum de uma banda menor, uma espécie de cópia da cópia do trio Portishead safra anos 90.
O CD que vazou na internet não tem a atmosfera, a veemência, a cadência, a simbologia e a identidade de Dummy (1994), passando mais perto do submundo obscuro elaborado no segundo álbum da banda, o claustrofóbico e noir Portishead (1997), mas não chega nem perto da qualidade deste.
A banda perdeu a mão em Third. Parecem músicas aleatórias, desconexas, reunidas para lançamento. São composições sem a levada criativa do trio inglês e, de uma forma geral, bem pobres em termos de harmonia e arranjos. Portishead bom é o do passado.
As músicas
Poucas delas são a cara conhecida da banda, como We Carry On, já bastante difundida em shows do grupo em 2007 e divulgada no YouTube. A faixa é intensa e cresce a cada momento com guitarras e bateria em duelo forte!
Threads abre o álbum num clima soturno, angustiante e sofrido, bem próximo ao universo do segundo CD de estúdio deles, com ambientação sufocante e guitarras variando entre a sujeira underground e um space rock viajandão. Boa abertura que não se sustenta no decorrer do disco.
Silence tem introdução em português (“Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha o que você merece”) para, depois, ter início uma programação eletrônica um tanto quanto irritante. Nervosa, a faixa é encerrada adrupta e propositalmente. Sintoma claro da falta de acabamento de Third como um todo?
Hunter alterna vocais lamuriosos com dedilhados de guitarra delicados e elementos eletrônicos tensos. Meio chata. Plastic se mostra mais de acordo com o som tradicional da banda, com espaçamentos, mudanças de andamento e uma maior similaridade ao passado no que diz respeito à base eletrônica. Deep Water é vexatória – e não mais que isso. Mallu Magalhães faz melhor!
Machine Gun (anunciado hoje mesmo como o primeiro single da banda, a ser lançado em 14 de abril) tem seqüência eletrônica guerrilheira, com ecos de Electronic Body Music (EBM), ou seja, batidas secas, fortes e robóticas. E Beth segue no seu vocal-lamento a ponto de irritar. E olha que adoro Beth! O resultado é médio. Björk já fez antes – e também melhor.
Small é sussurro, banquinho e violão, mas não passa nem perto da bossa nova, claro. Mas a calmaria vai só até certo ponto, quando entra novamente o estranhamento eletrônico. Incômodo.
Magic Doors abusa um pouco mais da criatividade, com uma percussão bem de canto e um pouco mais de, hããããã, como posso dizer.... estranhamento eletrônico!?! Desculpe-me se o texto parece redundante, mas assim o é este esperado e decepcionante Third.
O grande lance da banda atualmente deve ser a apresentação ao vivo, em que os músicos têm a chance de “crescer” no palco e se redimir . Ver um show deles deve ser uma experiência magnífica. E o Volume estará presente no espetáculo marcado para o final de março em Lisboa. Aguarde!
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