Björk passou o show inteiro saracoteandoFoto: Pena Filho |
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Todas as previsões davam conta de uma noite chuvosa e fria, especialmente complicada para quem topa encarar sete horas de música em um lugar gigantesco e aberto como a Pedreira Paulo Leminsky, em Curitiba. As bandas da etapa paranaense do Tim Festival eram quatro das maiores escalações do evento nesse ano: os britânicos do Hot Chip e seu eletrônico indie; o fenômeno inglês Arctic Monkeys; os americanos do The Killers, já escorados por um bom número de sucessos radiofônicos; e a islandesa Björk, praticamente um instituição da música pop e dona de um espetáculo pra lá de exótico. As especulações acerca do clima erraram redondamente, estrelas no céu e temperatura amena, mas todo o resto foi previsível. Ainda bem.
Hot Chip
A organização do evento abriu os portões da Pedreira faltando apenas uma hora para o show dos ingleses. A fila quilométrica (mesmo) não teve a menor chance de entrar a tempo e o show do Hot Chip foi coisa para poucos: curitibanos que conseguiram chegar no local às 16h ou sortudos furadores de fila amigos desses curitibanos. Não me incluo em nenhuma das duas categorias e perdi o show dos caras, cheio daquele electropop bacana dos discos Coming On Strong e The Warning. Não tem problema, teve gente que perdeu a Björk na fila.
Björk
A idéia de colocar o maior nome de todo evento como segunda atração da noite é curiosa, mas se justifica musicalmente. O som da cantora islandesa está muito mais para as batidas eletrônicas do Hot Chip do que para o rock cru e suingado do Arctic Monkeys e para a apoteose do The Killers. A instrumentação do show era inusitada, como ela: teclado; bateria; orquestra de metais com estandartes nas costas; e um sintetizador multi-touchscreen chamado ReacTable, espécie de mesa onde o músico posiciona cubos que reagem uns aos outros criando sons e batidas. É impressionante ver músicos executando os arranjos pra lá de quebrados da cantora enquanto ela parece comandar tudo com os braços. O repertório fugiu da obrigação de ser parte da turnê do último álbum, Volta, e veio repleto de hits mais antigos como Army of Me, Hunter, Aurora, Hyperballad, Pagan Poetry e Jòga. Ela passou o show inteiro saracoteando pelo palco, como aquelas figuras de peruca do maracatu pernambucano e encerrou quase todas as canções com um “bigado” fofo. O show teve até direito a uma chuva de papel picado para compor visualmente o climão onírico das músicas.
Arctic Monkeys
Quando o espetáculo colorido da baixinha acabou, o palco ficou mais cinzento, mais jovem e mais agulhadinho. Os músicos do quarteto têm em torno de 20 anos, mas fazem a idade parecer piada quando tocam riffs crus e cheio de balanço como seus conterrâneos do Clash ou do Smiths. O show foi barulhento, como deveria ser, e mostrou que os caras só têm cara de criança mesmo, já que estão totalmente seguros e à vontade no palco, mesmo tocando para milhares de pessoas. É o mínimo esperado de uma banda que foi considerada a melhor do ano em 2005 com apenas um EP lançado. O hype nesse caso é totalmente justificado, tanto que o álbum My Favorite Nightmare é ainda melhor do que o excelente Whatever People Say... Dos dois CDs, o quarteto mandou ver uma pá de músicas legais como I Bet That You Look Good on the Dancefloor, The View From Afternoon, Fake Tales of San Francisco, Dancing Shoes, Balaclava, Brainstorm, Teddy Picker, Do Me a Favor, Fluorescent Adolescent, entre outras. O vocalista, guitarrista e compositor Alex Turner tentou se comunicar com o público num inglês carregadíssimo, sem muito sucesso. Ele, e o resto da banda, não fazem o tipinho sex symbol, mas conquistaram as meninas com suas camisas pólo e calças jeans de cintura alta. Vai entender...
The Killers
Depois de uma pequena debandada da galerinha que “é mais indie que você” e não suporta essas bandinhas de Las Vegas que tocam em todas as rádios, começaram os riffs de Sam’s Town, faixa-título do segundo álbum da banda, executado praticamente inteiro. A produção era mais grandiosa, com flores, neon, e até o baterista Ronnie Vannucci vestido de Mago Merlin sabe se lá por quê. Hit após hit, o quarteto, acompanhado de um tecladista contratado, foi levando a multidão fácil fácil. As super estouradas Somebody Told Me, Mr. Brightside, When You Were Young e Bones dividiram espaço com possíveis futuros sucessos como Bling, For Reasons Unknown, Can You Read My Mind, Uncle Jonny, My List e com canções mais antigas como Smile Like You Mean It e Jenny was a Friend of Mine. Existe uma grande diferença entre o clima new age tipo Duran Duran festinha do primeiro álbum e a grandiosidade Springsteen e U2 do segundo trabalho e isso ficou claro no show. O bis contou até com uma música nova que não empolgou e tudo terminou quando o público já estava meio de saco cheio das macaquices do vocalista Brendon Flowers.
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