Há pouco tempo atrás, o Oasis encerrou aqui em Londres uma série de shows realizados no estádio de Wembley, como até postou a Bárbara Mattivy aqui no Volume. As apresentações, que bombaram todos os dias, tiveram as bandas The Enemy e Kasabian de aperitivo para o público que esperava o concerto dos irmãos Gallagher.
Kasabian; Fotos: Divulgação iTunes Live Festival
Já esta semana, no iTunes Live Festival, Oasis e Kasabian se apresentaram em noites diferentes, que renderam muito bafafá na mídia por motivos BEM opostos também. Enquanto os rapazes de Leicestershire fizeram um dos melhores shows do festival até agora, fazendo com que as pessoas saíssem literalmente cantando abraçadas pelas ruas quando o show terminou, o Oasis ganhou as manchetes dos jornais ingleses por, adivinhem, fazer um papelão após mais um barraco e muito mau humor em cima do palco.
Reza a imprensa britânica que Oasis só é Oasis quando as apresentações são recheadas de ceninhas, irritação e muita pose de “olha como nós somos maus e odiamos todo mundo” dos irmãos. Eu, que já tinha assistido a banda em Porto Alegre na turnê de Dig Out Your Soul e me surpreendi com a boa vontade deles, pude comprovar então com quantos “f..ck you” se fazem as verdadeiras performances dos caras.
Diferente das apresentações em terras estrangeiras, entre os conterrâneos ingleses o Oasis já entrou com uma atitude pra lá de arrogante na Roundhouse, iniciando os trabalhos com Rock and Roll Star e Lyla. A comoção geral da platéia me fez acreditar que aquele seria um dos melhores shows que eu veria na vida até alguém, na emoção, jogar um copo de cerveja pra cima, que respingou diretamente no Liam e seu inseparável parca.
O que se assistiu depois daí foi uma bizarrice só. Mesclando as fantásticas Masterplan, Morning Glory, Shock of the Lighting e Supersonic com discursos enormes onde mandava todo mundo bem longe, “especialmente a porcaria de gente que mora em Camden Town”, o Gallagher caçula fez birra até não poder mais. Sentou por várias vezes no fundo do palco, discutia com o baterista e chegou a ser vaiado, até sair do palco, deixando o irmão Noel com uma risada irônica no rosto. Minuto de silêncio da platéia e da banda. “Alguém está de mau humor”, riu o Gallagher mais velho, para depois ser ovacionado ao cantar Don´t Look Back in Anger fora da ordem do set list, dando um tempo enquanto o irmão refrescava a cabeça no backstage.
De volta ao microfone principal e xingando menos a galera, Liam liderou os vocais de I´m outta time, Live Forever e Champagne Supernova. Mas aí o estrago já estava feito. Vi várias pessoas saindo no meio do show e foi fácil chegar perto do palco, de tanto que esvaziou o lugar. Nem Wonderwall conseguiu arrancar aquela empolgação que a gente está acostumado a ver do público num show do Oasis. A finaleira com I am the Walrus deixou o clima um pouco melhor e quem estava presente até puxou um coro gritando “Liam, Liam”, para mostrar que era justamente pelo jeitão irritado que amamos o moço.
Como pude comprovar, de fato, quanto mais escândalo o Oasis faz, mais os britânicos adoram. O show foi chamado de o “retorno do Oasis à velha forma” e o comentário geral no YouTube é de que a ceninha do Liam foi um dos momentos mais belos que já tinham visto....eu, que curto os caras desde a adolescência, saí frustradíssima, buscando na lembrança o quão bacana foi o show em Porto Alegre – e aqui peço perdão pelo bairrismo. Mas vá entender o público inglês, não é?
Kasabian
Na noite seguinte corri pra ver o Kasabian, que apesar do estilo parecido com o dos caras de Manchester, não podia fazer um show mais diferente – e digo, pelo menos no que pude ver, muito melhor – que o deles.
Da abertura com Underdog e Shoot the Runner, levando a galera ao delírio, até o clima de entrega total da banda, a apresentação foi provavelmente a melhor que assisti na Roundhouse. Liderada por Tom Meighan e pelo guitarrista Sergio Pizzorno (este, arrasando tanto na guitarra, quando nos vocais em várias músicas), a performance foi recheada de músicas do último CD, lançado este ano, The West Rider Pauper Lunatic Asylum, entre elas Vlad the Impaler, Fire, Where did all the love go? e Take Aim.
A energia do local foi às alturas, repleto de fãs que seguem fiéis os shows realizados pelos caras. Em uma das pausas entre o set list, Tom pergunta quem ali tinha ido aos shows realizados na Brixton Academy e no Wembley Stadium, ambos também realizados em Londres. Mais da metade da galera ergue a mão ensandecida e fica claro que o Kasabian já é uma das maiores bandas inglesas da atualidade, comparados diretamente com grandes produções locais como Stone Roses, Radiohead e claro, Oasis.
Quando eu achei que não podia ficar melhor, veio o gran finale com a excelente L.S.F. No maior climão de apresentação de auditório, Tom brincou com a platéia, pedindo que só o pessoal da esquerda cantasse o refrão, depois só o da direita. Só o pessoal do andar de cima, só o pessoal da arena. E tudo virou uma festa só.
A banda se despediu da galera, as luzes se acenderam, as portas foram abertas e o público saiu vidrado Roundhouse afora cantando a mesma L.S.F. pelas ruas de Camden por juro, no mínimo mais uns 10 minutos. Eu fiquei ainda um pouco ali, tentando processar aquele momento bacana e completamente certa do placar, se é que alguém está tomando nota: Kasabian, um. Oasis, zero.
>>>>> Relembre o show do Oasis em Porto Alegre
>>>>> Oasis reembolsará fãs na Inglaterra
>>>>> Leia outras notícias relacionadas ao Oasis
Music non stop! A qualquer momento, notícias sobre música, entrevistas com bandas e artistas, reportagens, resenhas sobre shows e lançamentos de álbuns, dicas para downloads, sugestões de novos clipes, cena local, mercado mundial e mundos paralelos. Abaixo: textos separados conforme categorias (show, clipes, entrevistas, podcast...) Acima: clique na imagem do botão Volume para ler notícias em ordem de publicação E-mail:
volume@clicrbs.com.br
Siga o Volume:
Clique na imagem acima para conferir o calendário de shows
Clique na imagem acima para escutar Volume no BLIP.fm
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.