Vamos falar a verdade: há muito tempo que não se ouve falar muito do Placebo em terras brasileiras. A banda inglesa estourou internacionalmente na década de 90 e, desde então, conquistou um público fiel de seguidores do som à la dark-glam-rock (será que ouso dizer emo-rock?) e do visual andrógino e pouco ortodoxo que o trio banca no palco e fora dele.
Foto: Divulgação, iTunes Festival
Até segunda ordem, o grupo andava com a carreira adormecida no resto do mundo também, sem lançar nada desde o álbum Meds (2006). E não é que descubro que o burburinho em torno do Placebo voltou à tona na Europa nos últimos meses, desde que eles reapareceram em junho com o cd Battle for the Sun e causaram o maior alvoroço ao ficar no Top 10 de discos mais vendidos em diversos países europeus e também nos EUA?
Pois então, nada mais justo que, com esse ótimo retorno, eles fossem uma das bandas que fazem o line up do iTunes Live Festival. E pra conferir de perto, lá estava eu, mais uma vez na frente da Roundhouse de Camden Town, pronta pra entrar de graça e sem convite no show.
Confesso que em qualquer outra situação, Placebo não seria uma opção de entretenimento para mim. Fora a ótima Every you every me, não é o tipo de som que escuto e, além disso, sempre fico com o pé atrás com bandas onde o vocalista usa cílios postiços maiores que os meus. Mas enfim, eu estava lá, era “de grátis”...então, toca pra dentro do show!
Entrei com um certo preconceito, confesso, mas foram necessários dez minutos para eu perceber que não tinha caído em roubada nenhuma. Muito pelo contrário, darei o braço a torcer mesmo. Você pode gostar ou não do som do Placebo, mas é impossível não admitir que os caras sabem se apresentar num palco, coisa que eu já disse, não é tão fácil assim de se ver. Tocando para uma plateia bem variada, que nem por isso deixava por menos em soltar o gogó bem alto em todas as músicas, o trio arrasa. Até eu, que mal sabia cantarolar uma ou duas estrofes da algumas músicas, me vi contaminada pela força dos arranjos das músicas e pelos vocais irretocáveis do Brian Molko, este uma verdadeira – e muito simpática, diga-se de passagem – Drama Queen.
Com mais de uma hora e meia de duração, a noite abriu com músicas do novo disco, como Kitty Litter, Ashtray Heart, For what it´s worth e a homônima Battle for the Sun, para depois seguir em retrocesso pelos outros álbuns da banda com Special K, Sleeping with ghosts, Special needs e Every you Every me, onde finalmente resolvi soltar a franga e me entregar a histeria que pairava entre a galera.
O excelente retorno do público, que visivelmente não era composto só por fãs, era completamente explicável. Além de provar que se manteve fiel ao seu estilo dark-melódico e melhor do que isso, o manteve com o mesmo grau de qualidade ao longo dos anos, o grupo mostrou excelente forma e completo entrosamento com o novo baterista Steve Forrest, um show à parte e presença notável mesmo segurando as baquetas.
Ao final, a antiga Taste in Men arrematou a noite, enquanto os integrantes da banda agradeciam, meio surpresos até, a uma platéia pra lá de vidrada. A impressão que tive é de que nem eles esperavam tamanha recepção. Saí de lá satisfeita por não ter pego o metrô mais cedo e desistido de assistir Placebo antes da hora. É certo que não vou sair comprando CD ou baixando música de uma hora pra outra, mas como é bacana ir a um show onde você tem a certeza de que quem saiu perdendo foi quem ficou do lado de fora.
>>>>> Nota do editor: O show do Placebo em abril de 2005 em Porto Alegre foi insano. O povo gritou e pulou junto o tempo inteiro. E a galera da frente ficou tão maluca com a performance do trio que teve gente quase invadindo o palco. Comunhão absoluta!
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