Foto: Tadeu Vilani |
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Atualizado às 12h25min
Cheguei em casa agora, 0h30min. Banho frio direto! E demorado, que é para aliviar o corpo do calor que tomou conta de mim e do Opinião na noite desta terça-feira, dia da estreia nacional do Little Joy na turnê de lançamento do primeiro disco de Fabrizio Moretti, Rodrigo Amarante e Binki Shapiro juntos. O bar estava quente - muito quente na verdade -, alvo direto do espetáculo solar e intenso do trio na capital gaúcha.
A banda subiu ao palco com a platéia ganha. No primeiro show de Rodrigo no Brasil depois do hiato anunciado pelo Los Hermanos em 2007, a plateia demonstrou saudades e admiração pelo brasileiro. Mais: não conteve o entusiasmo com o som do trio e a curiosidade sobre como Little Joy funciona ao vivo.
De cima do palco, Rodrigo confirmou algo que havia dito durante entrevista à tarde, na passagem de som da banda (veja o vídeo aqui): quando lhe perguntaram por onde gostaria de começar o giro brazuca, escolheu Porto Alegre na hora, cidade que acolheu os Hermanos com carinho desde sempre! A admiração, pelo jeito, parece mútua.
O show em si foi maravilhoso. Sério mesmo. Candidato a melhor do ano desde já! As melodias pop, com ecos de suf music sessentista, bossa nova dos anos 2000 e atmosfera riponga-roqueira, batiam fundo entre o público. A abertura foi com a melancolia absoluta de Play the Part, que eles tocaram em meio a gritos sem trégua da galera (veja os vídeos abaixo). The Next Time Around veio depois, com Binki e Fabrizio cantando em português, inspiração havaiana e – especialmente no CD – coro masculino que me faz lembrar Caymmi (isso não sei explicar). Depois de How to Hang a Warhol, surgiu a leveza efusiva de No One’s Better Sake, de batidas quebradas, riffs singelos e aura praiana. Assim como The Next Time Around e Brand New Start, a música é como oferenda pop a Beach Boys e à geração surf music dos anos 50 pros 60. No caso de Brand..., melodia cadente e doce, mas não enjoativa, com harmonia incrível, abordagem lo-fi e andamento mais rápido que na versão original. Muito pop e irresistível.
Enquanto Unattainable, com Binki no vocal, e Shoulder to Shoulder são meigas e cativantes, Keep Me In Mind é a perfeita mistura de Los Hermanos com Strokes. Na verdade, a música poderia ser tanto de uma banda quanto de outra, dando dicas de que Fabrizio e Amarante são partes essenciais de seus grupos originais. Antes dela, o batera dos Strokes disse que, pela primeira vez neste giro mundial, se sentiu em casa. Delírio geral entre os fãs, como você pode imaginar. Don't Watch Me Dancing foi tocada com entrega total, num espírito de banda de salão dos anos 50, final apoteótico e Binki cada vez mais me fazendo lembrar o tom aveludado e descompromissado de Georgia em alguns momentos de And then nothing turned itself inside-out, do Yo La Tengo. Posso estar viajando. É o calor, você sabe!
No bis, Amarante entrou sozinho para exibir a beleza predominante de Evaporar. É a música que mais se aproxima de Los Hermanos e, especialmente, de Marcelo Camelo solo. Nela, Rodrigo se mostra em sintonia com o parceiro carioca e se entrega à bossa sem ranço, como quem sabe o que agrada a gringos e troianos.
Play the Part
The Next Time Around
No One is Better Sake
>>>>> Entrevista em vídeo: Fabrizio diz que LA definiu o som do Little Joy
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