Foto: Divulgação |
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Acabo de sair da cabine de imprensa da versão de Tim Burton para Alice no País das Maravilhas. O roteiro assinado por Linda Woolverton funde os clássicos de Lewis Carroll, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que Alice Encontrou Por Lá, para criar uma conexão simbólica e inédita para a realização do filme, no qual Alice, já com 19 anos de idade, esquiva-se de um pedido de casamento e volta ao estranho Mundo Subterrâneo que visitou quando era criança.
De início, assim como no livro As Aventuras de Alice..., aquele bizarro local e suas criaturas malucas colocam em xeque a identidade e a sanidade mental da menina. Escura e sombria em grande parte, toda a dimensão onírica na qual Alice parece se encontrar está subjugada à ira insana da Rainha Vermelha. Assim, uma rebelião é arquitetada para acabar com a tirania, mas nada será possível sem que Alice intervenha. Para isso, será obrigada a tomar uma difícil decisão, deixando a infância para trás de vez (detalhe: na Inglaterra vitoriana muitas meninas de 19 anos já estavam "cansadas" de estarem casadas).
Sob direção de Burton, Alice torna-se uma espécie de Joana D’Arc sutil, não muito segura de si, para salvar um mundo calcado na dualidade entre bem e mal, sonho e realidade, possibilidade e inviabilidade das coisas. O ápice da revolução será o rito de passagem que a transformará em adulta para além do Mundo Subterrâneo. Moral da história, saca? E, talvez, uma moral muito óbvia para o gosto de Carroll.
Burton é certamente um dos maiores criadores de fábulas da nossa época, mas neste Alice, apesar do interessante uso metalingüístico dos símbolos criados por Carroll – algo que instala uma ponte icônica entre os mundos real e Subterrâneo do filme -, o cineasta parece preso aos “limites Disney” de criação. Dessa forma, o resultado pende mais para um conto da carochinha high-tech do que para uma nova peça autoral do criador de totens pop como Edward Mãos de Tesoura, O Estranho Mundo de Jack e Noiva Cadáver.
É estranho como Burton consegue criar bravamente atmosferas fantásticas e elementos cênicos impressionantes no filme, mas enfraquece o mesmo ao não imprimir vigor à obra como um todo. Dois momentos que tristemente ilustram essa deficiência ocorrem no comando de cenas importantes, como a do sacrifício imposto ao Chapeleiro Maluco e a da batalha final entre os exércitos das rainhas. Desenrolar fraco em momentos críticos.
Como em Avatar, o 3D é utilizado de forma discreta e elegante. A concepção de mundo é lindíssima, mas a história é, de uma forma geral, quadrada, fraca e comum. Pontos altos? Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha e Johnny Depp como o Chapeleiro Maluco, como era de se esperar.
O filme estreia no dia 23 de abril. Serão 400 cópias no Brasil, sendo 126 em Digital 3D. Nas cópias "normais", 80% serão dubladas e o resto legendadas. Nas salas digitais isso depende, pois o cinema escolhe se quer dublado ou não.
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