Moby durante show em POAFoto: Félix Zucco |
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Atualizado às 16h
Foi genial (e não menos que isso) o show de Moby ontem à noite em Porto Alegre. Passados 17 anos desde sua primeira vinda à cidade, o norte-americano fez uma apresentação ainda mais espetacular do que aquela realizada em 1993, quando ainda era um ilustre desconhecido para a maior parte das pessoas. Neste 2010, Moby é um dos artistas mais importantes e influentes da música pop - e provou isso ao vivo.
Dominando palco, público e banda o músico, DJ e produtor nova-iorquino orquestrou uma ode à cultura eletrônica a partir de instrumentos acústicos (bateria, percussão, cordas) e de elementos digitais (teclados, seqüenciadores) making us feeling so real. Com guitarra em punho, o multinstrumentista tornou-se em um guitar hero clubber, transformando o Pepsi On Stage em uma rave urbana clássica, as we were in 93 naquele galpão velho da zona norte onde rolou a L&M Music.
Depois do climão sacro criado com a instrumental A seated night, do último álbum, Wait for Me, o show dá início a uma sequência absurda de hits: Extreme ways, Mistake, In my heart (linda, com Joy Grant perfeita no vocal), Bodyrock (explosiva), Go (atualizada e revitalizada), Why does my heart feel so bad?, Pale horses, Porcelain (dedicada a todos que estavam no local e precedida por um pedido de desculpas feito por Moby “por ser um americano ignorante que não sabe falar português” aliado a acordes de All Apologies, do Nirvana) e We are all made of stars (com o músico mandando ver na guitarra).
Na segunda metade do show, Lift me up e Natural Blues levantaram a galera, que cantou junto uma versão de Walk on the wild side (do Lou Reed; foi legal, mas achei deslocada no setlist). Também rolou um cover de Whole Lotta Love, do Led Zeppelin. Disco Lies e The stars (na mesma ordem em que aparecem em Last Night) fecharam o bloco.
O bis foi com In this world (mais um show dentro do show a cargo da vocalista), Honey e a urgente Feeling so real, promovendo uma total volta no tempo e uma grande homenagem aos early ravers de POA – uma época livre de playboys, pitboys, patricinhas eletrônicas, alpinistas sociais e paraquedistas da noite.
Ao final, uma crucificação simbólica do artista (Deus, fé e religião são temas frequentes na obra do músico) com direção de luz perfeita e alto grau de emoção. Se você não viu Moby na capital gaúcha em 93 tudo bem, ontem você viu algo muito mais inspirador e determinante. Forte candidato a show do ano na cidade!
A noite abriu com os DJs Ka-hara e Cevallos, da NEON, e com Mixhell. No encerramento, o povo se jogou com os DJs Landosystem e Chaves, da DISC-O-NEXO, e Schutz (I love discorock).
A turnê de Moby segue para Curitiba (hoje, dia 21), São Paulo (23) e Rio de Janeiro (24).
Vídeos: houve um erro no crédito das músicas. Os títulos corretos são os que estão escritos no post e não os que aparecem nas legendas das imagens. Correção em breve. Desculpae!
Extreme ways
Mistake
In my heart
>>>>> Leia e ouça uma entrevista com Moby
Foto: Divulgação |
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O Placebo volta a Porto Alegre nesta terça-feira para um show da turnê do disco Battle for the Sun, a partir das 21h30min, no Pepsi On Stage. Com a batalha pelo astro-rei vencida desde o lançamento do excelente álbum, em 2009, a banda britânica chega à capital gaúcha mais ensolarada, com a alma um pouco mais leve e com outra novidade: o baterista Steve Forrest, que em 2008 assumiu o posto deixado por Steve Hewitt um ano antes.
Na época do lançamento de Battle for the Sun, o líder Brian Molko disse que estava em uma fase positiva e que o grupo havia feito um disco sobre “escolher viver, dar um passo além da escuridão e em direção à luz”. O novo álbum é certamente um disco do Placebo, com guitarras marcantes, bateria presente, baixo pulsante, cheio de canções radiofônicas, mas é diferente dos demais por ser mais colorido, relaxado e otimista.
Em entrevista por telefone diretamente de Londres, Forrest concordou com o diagnóstico e explicou o motivo da mudança de humores:
– Nós três viemos de lugares muito obscuros. Tudo o que queríamos era fazer música novamente. Estávamos loucamente apaixonados por isso. A música rolou por conta própria. Claro, teve muito trabalho duro, suor, sangue e lágrimas neste disco, como em qualquer outro, mas nada foi forçado. Ocorreu tudo de forma muito orgânica. Nós nos divertimos muito fazendo. Por isso essas referências coloridas e otimistas.
O Placebo surgiu em 1994, longe da estética britpop, cantando sexo, drogas (lícitas ou não), paranoia, inadequação e rejeição social embalado por peso sonoro e muita maquiagem. São glams da virada de milênio que, desde o início, dialogam com o que há de melhor no rock independente, como Sonic Youth, Pixies, Smashing Pumpkins e Nirvana e ecoam tarjas pretas do receituário glitter e punk da linha David Bowie, T.Rex, New York Dolls, Sex Pistol e Roxy Music.
O show do grupo na capital gaúcha em 2005 foi marcante. A banda dopou o público com pílulas clássicas como Every You Every Me, Protege Moi, Without You I'm Nothing, Special Needs, Special K, 36 Degrees, Pure Morning e Nancy Boy, todas com chances de serem ministradas novamente amanhã, após a abertura das bandas Volantes (20h15min) e Superdose (21h).
Entrevista: Steve Forrest, baterista
Em 2007 o baterista Steve Hewitt deixou a banda e foi substituído por você em 2008. Como ocorreu este convite para você integrar a banda? Você conhecia Brian (vocalista, guitarrista) e Stefan (baixista) antes disso? Eu tipo os persegui. Eu tinha uma banda que abriu para Placebo algumas vezes quando eles vieram aos Estados Unidos. A primeira vez que vi e ouvi Placebo foi em 2006, na época do álbum Meds. Daí passei a conhecer a música, comprei alguns discos. No meio de 2007 deixei minha banda, ouvi que eles estavam sem baterista, consegui o contato do empresário e mandei um vídeo. Brian viu, me reconheceu e disse que adorava meu trabalho. Ele me ligou, me chamou para Londres em janeiro de 2008. Estou lá desde então. |
Você tocava com a banda Evaline, certo? Isso mesmo. Estivemos juntos desde os 16 anos. Foi minha primeira banda. Crescemos juntos. |
E sobre o novo disco? Acho que houve uma mudança de humor na banda comparando Battle for the Sun aos outros discos. No meu ponto de vista, o disco tem um ótimo senso rítmico ao mesmo tempo em que tem guitarras pesadas e distorcidas. É certamente um álbum do Placebo, mas é diferente dos outros de certa maneira porque, acredito, é mais colorido, relaxado e otimista. Você vê o disco assim? O que houve com o Placebo nos últimos anos? Acho que você descreveu perfeitamente, meu. Eu não poderia descrever melhor. Concordo com tudo o que você disse sobre o álbum e isso foi causado por uma espécie de renascimento da banda, um novo começo para todos nós. Nós três viemos de lugares muito obscuros, mesmo não estando juntos. Tudo o que queríamos era fazer música novamente. E amar fazer música novamente. E fazer o que as pessoas esperavam. Estávamos loucamente apaixonados por isso. Estarmos juntos era tão bom. A música rolou por conta própria. Claro, teve muito trabalho duro, suor, sangue e lágrimas neste disco, como em qualquer outro, mas nada foi forçado. Ocorreu tudo de forma muito orgânica. Nós nos divertimos muito fazendo. Por isso essas referências coloridas e otimistas. |
Entendo. Então acho que foi legal para você trabalhar com Brian e Stefan, já que o último disco é o primeiro com você como membro do Placebo... como foi essa experiência? Bem, foi um ‘mundo de primeiras experiências’ cara. Para começar, foi o primeiro álbum completo que eu fiz. Fiz vários EPs e demos passando tempos em estúdio, mas nunca havia realmente sentado e escrito um. Nunca houve meu nome em um disco propriamente dito. O primeiro foi esse, o que é incrível. Acho que gravamos 18 ou 19 faixas. Usamos apenas 12 ou 13 no disco. Foi ótimo estar com Brian e Stefan, aprendi muito. Mas o verdadeiro aprendizado foi fazer promoções, coletivas de imprensa... tudo além de tocar bateria no palco foi um novo aprendizado (...) com muitos altos e baixos. |
Você toca bateria na banda, mas sei que você também toca muitos instrumentos, certo? Você curte compor música também? E como a banda trabalha a composição? Claro, componho músicas. Sempre tenho um violão comigo. Sempre estou compondo músicas para alguns projetos que tenho fora do Placebo, nos quais canto e toco. Quanto ao Placebo, fico na bateria e faço alguns vocais e harmonias. Prefiro que fique assim. É engraçado porque você é o primeiro que menciona isso. Nem todo mundo sabe que eu toco mais do que um instrumento. Não sei por que, mas todos acham que bateristas tocam apenas um. |
Também não sei cara. Bom, o que você pode dizer sobre esta nova turnê brasileira? O que a banda está preparando para os shows? Talvez alguma música nova? Será ótimo, fantástico. Não quero parecer arrogante, mas uma coisa que tenho muito orgulho é como esta banda sabe fazer rock em um show. Ame ou odeie as novas músicas, me ame ou me odeie, sei que todos vão ficar muito satisfeitos. Teremos muitas coisas do novo álbum, muito material dos outros discos. É um balanço de tudo. É algo para todos. Esperamos que os brasileiros aproveitem. |
Vocês têm planos para um novo álbum após esta turnê? Sempre haverá músicas sendo feitas e disco sendo lançados. Já fizemos algumas faixas. Obviamente, temos ideias por aí e haverá um novo disco após isto. Quando não posso te dizer, mas espero que você curta quando sair. |
Capa do novo disco do STPFoto: Divulgação |
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Não sei se Stone Temple Pilots ainda faz algum sentido para você (ou se algum dia fez)... o fato é que a banda de Scott Weiland voltou e acaba de liberar uma nova música, Between the Lines.
Stone Temple Pilots - Between The Lines by Atlantic Records
Absolutamente Nirvana, certo? Naaaaaaaada de novo. Nada. E também nada muito diferente do que Weiland fez em Velvet Revolver (do qual saiu em abril do ano passado). Mas ok, STP criou a ótima Plush então, por mim, estão perdoados.
Between the Lines estará no novo disco da banda, chamado simplesmente Stone Temple Pilots. Sai no dia 25 de maio. A ilustração da capa (acima) foi criada por Shepard Fairey, mestre da arte de rua, ativista político e crítico do capitalismo que assombrou megalópoles a partir do fim dos anos 80 - e que, hoje, é condenado pela nova geração das artes visuais por se tornar o que ele tanto criticava: um mercantilista das artes. Pra quem não lembra, Fairey criou aquele famoso pôster da campanha de Barack Obama à presidência... e esse está MUITO longe de ser o trabalho mais legal do cara. Leitura recomendada: Obey: Supply and Demand, The Art of Shepard Fairey.
Então é isso... a 90s-nostalgia segue com Weiland e cia. após as voltas de Soundgarden, Pavement, Jane’s Addiction, Alice in Chains, Hole (que neste finde tocou no SXSW e, segundo Courtney Love, foi o pior show dela EVER) e a longa caminhada de Pearl Jam. Quem será o próximo? 4 Non Blondes?
>>>>> Mark Arm detona a volta do grunge
Reprodução, Rock'n'Roll ComicsFoto: Capa da edição sobre Elvis |
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O rock está sendo revisado em uma reedição das graphic novels Rock'n'Roll Comics, série que surgiu nos anos 90 e que volta agora ao mercado. A parceria entre a Bluewater Productions, especializada HQ’s biográficas, e a Revolutionary Comics, editoria original das histórias, rendeu o lançamento de 10 volumes, incluindo especiais de Elvis Presley, Beatles, Led Zeppelin e Pink Floyd.
Ao todo, as empresas indicam uma coleção com mais de 70 biografias, publicadas bimestralmente. Não há previsão de lançamento no Brasil. Veja a lista:
Volume 1: Hard Rock Heroes - Guns N’ Roses, Metallica, AC/DC, Black Sabbath/Ozzy Osbourne, Mötley Crüe, Poison, Van Halen, Black Crowes, Motörhead, Pantera, Megadeth, Sammy Hagar, Anthrax, Joan Jett/Lita Ford, Skid Row. |
Volume 2: The Beatles |
Volume 3: The Spirit of the 60’s – Doors, Grateful Dead, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Spirit, Janis Joplin, 60s San Francisco Scene (Bill Graham, Jefferson Airplane, etc), British Invasion (Herman’s Hermits, the Animals, Yardbirds, Zombies, Small Faces, etc). |
Volume 4: Led Zeppelin Experience |
Volume 5: A Rock Pantheon - Eric Clapton, Rolling Stones, Elton John, Bruce Springsteen, Aerosmith, Alice Cooper, ZZ Top, The Jackson 5, Rod Stewart, Def Leppard. |
Volume 6: Pink Floyd Experience Volume 7: The Art of Rock - The Who, Queen, Rush, Genesis, David Bowie, Frank Zappa, Kate Bush, ELO, The Cure. |
Volume 8: The King: Elvis Presley |
Volume 9: SMASH! A Punk/Alternative Retrospective - Sex Pistols, R.E.M., Jane’s Addiction, Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Soundgarden, Alice in Chains, Pearl Jam, Dead Kennedys, Ramones, The Runaways, Iggy Pop/Stooges, MC5, New York Dolls, U2. |
Volume 10: Hip-Hop and Funk Heroes - Public Enemy, 2 Live Crew, NWA, Ice Cube, Ice-T, George Clinton and Parliament Funkadelic, MC Hammer, Janet Jackson |
Foto: Reprodução, Rock'n'Roll Comics
A Bluewater Productions tem lançado graphic novels legais (como a de Michael Jackson e uma sobre Clash of the Titans - quem nunca viu o clássico de 1981? E quem já viu o incrível trailer do remake que sairá em 2010? Confira aqui - tem uma versão estendida muito mais legal, mas não achei agora....), curiosas (Black History Leaders) e bizarras (Ellen DeGeneres, Sarah Palin).
E por falar em Led Zeppelin, a BBC transmitirá um especial sobre a banda neste 25 de dezembro. Jimmy Page falará sobre as primeiras sessões do Led na rádio britânica. Veja aqui o que vai rolar. Abaixo, segue um áudio do produtor Jeff Griffin falando sobre como foi trabalhar com o Led na gravação de BBC Concert em 1971.
Show do Mudhoney em 2008Foto: Matt Komalchyk, Divulgação |
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Alice in Chains, Therapy? e Dinosaur Jr estão na estrada. Além deles, os ícones do under Pixies (há anos) e Jane’s Addiction (mais recentemente) também estão fazendo shows. Pearl Jam, Sonic Youth e Mudhoney sempre estiveram ativos. Apesar dos anos 90 estarem vivos como nunca em diversas vertentes da música, o guitarrista e vocalista Mark Arm disse que “a volta do grunge” é ficção.
Em entrevista à BBC 6 Music, o músico do Mudhoney voltou a dizer que o termo foi criado pela indústria cultural para vender produtos. Arm declarou que, no início da banda, eles se achavam punks.
– Não eram apenas cabelos pontudos e jaquetas de couro. Havia The Replacements e The Butthole Surfers. Eram muito diferentes, consideradas bandas punk do underground nos EUA. Nós sentíamos que cabíamos em algum lugar dentro disso – explicou.
Como todos sabem, o som de Seattle do final dos anos 80 se tornou sucesso comercial no início dos 90 sob a alcunha “grunge” especialmente após o lançamento de Nevermind (Nirvana) e Ten (Pearl Jam). Mas, para Arm, o grunge já estava morto no primeiro minuto em que foi usado como ferramenta de marketing. – Nós éramos uma banda crua e tínhamos guitarras radicais, e ainda temos, mas a ideia de que isso [o grunge] acabou sendo uma palavra para descrever um movimento que é mais conhecido por discos de gravadoras altamente produzidos é meio desconcertante para mim – admitiu.
O guitarrista concluiu dizendo que mesmo seus amigos do Pearl Jam nunca se viram como uma banda grunge e que o rótulo tinha mais a ver com a moda do que com a música.
A BBC 6 Music também relembrou parte de uma recente entrevista de Lou Barlow, do Dinosaur Jr, na qual ele disse que o grunge é superestimado.
– Nunca entendi por que as pessoas são nostálgicas com relação a esse período [da música] ou acham que ele realmente começou. Ele logo se tornou um heavy metal genérico. Havia apenas uma banda... Nirvana.
Kurt Cobain no show do Reading Festival em 1992Foto: Reprodução, Amazon |
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Ok, já chega de férias.
Então, pra retomar o blog, vamos com umas rapidinhas...
Nirvana
A Amazon liberou aqui um trecho do DVD Nirvana Live at Reading, sobre o show deles no dia 30 de agosto de 1992 no festival britânico. A banda toca School, do debut cult Bleach. O DVD estará à venda a partir de 03 de novembro.
Em seguida, chega às lojas a edição especial de aniversário do álbum, com várias faixas ao vivo gravadas no Portland's Pine Street Theatre em 1990. O relançamento terá versão em CD, com livro de 48 páginas, e em vinil duplo, com livro de 16 páginas.
No final de setembro, foi divulgada no Pitchfork uma versão inédita de Scoff, que estará na edição especial de Bleach. Pixies
A banda segue na invejável turnê europeia de Doolittle. Se você não está lá para ver de perto, surgiu hoje uma boa notícia: serão lançados álbuns ao vivo para os shows de Londres, Amsterdã, Bruxelas e Paris.
Haverá mil cópias para cada disco. Eles prometem colocar o material à venda 10 minutos após os shows no Pixies.sandbag.uk.com (veja aqui com quem o site já trabalha) e também no local das apresentações. Além disso, será possível fazer o download dos shows ou comprar USB wristbands (aqueles drives em forma de pulseiras) com vídeos das apresentações.
Veja a banda tocando aqui. Tom Waits
Para finalizar os lançamentos ao vivo, Tom Waits disse à CBC Radio que lançará o disco para a tour Glitter and Doom, de 2008.
O material deve sair no dia 24 de novembro.
>>>>> Mais sobre Nirvana
>>>>> Mais sobre Pixies
>>>>> Mais sobre Tom Waits
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Vamos falar a verdade: há muito tempo que não se ouve falar muito do Placebo em terras brasileiras. A banda inglesa estourou internacionalmente na década de 90 e, desde então, conquistou um público fiel de seguidores do som à la dark-glam-rock (será que ouso dizer emo-rock?) e do visual andrógino e pouco ortodoxo que o trio banca no palco e fora dele.
Foto: Divulgação, iTunes Festival
Até segunda ordem, o grupo andava com a carreira adormecida no resto do mundo também, sem lançar nada desde o álbum Meds (2006). E não é que descubro que o burburinho em torno do Placebo voltou à tona na Europa nos últimos meses, desde que eles reapareceram em junho com o cd Battle for the Sun e causaram o maior alvoroço ao ficar no Top 10 de discos mais vendidos em diversos países europeus e também nos EUA? Pois então, nada mais justo que, com esse ótimo retorno, eles fossem uma das bandas que fazem o line up do iTunes Live Festival. E pra conferir de perto, lá estava eu, mais uma vez na frente da Roundhouse de Camden Town, pronta pra entrar de graça e sem convite no show.
Confesso que em qualquer outra situação, Placebo não seria uma opção de entretenimento para mim. Fora a ótima Every you every me, não é o tipo de som que escuto e, além disso, sempre fico com o pé atrás com bandas onde o vocalista usa cílios postiços maiores que os meus. Mas enfim, eu estava lá, era “de grátis”...então, toca pra dentro do show!
Entrei com um certo preconceito, confesso, mas foram necessários dez minutos para eu perceber que não tinha caído em roubada nenhuma. Muito pelo contrário, darei o braço a torcer mesmo. Você pode gostar ou não do som do Placebo, mas é impossível não admitir que os caras sabem se apresentar num palco, coisa que eu já disse, não é tão fácil assim de se ver. Tocando para uma plateia bem variada, que nem por isso deixava por menos em soltar o gogó bem alto em todas as músicas, o trio arrasa. Até eu, que mal sabia cantarolar uma ou duas estrofes da algumas músicas, me vi contaminada pela força dos arranjos das músicas e pelos vocais irretocáveis do Brian Molko, este uma verdadeira – e muito simpática, diga-se de passagem – Drama Queen.
Com mais de uma hora e meia de duração, a noite abriu com músicas do novo disco, como Kitty Litter, Ashtray Heart, For what it´s worth e a homônima Battle for the Sun, para depois seguir em retrocesso pelos outros álbuns da banda com Special K, Sleeping with ghosts, Special needs e Every you Every me, onde finalmente resolvi soltar a franga e me entregar a histeria que pairava entre a galera.
O excelente retorno do público, que visivelmente não era composto só por fãs, era completamente explicável. Além de provar que se manteve fiel ao seu estilo dark-melódico e melhor do que isso, o manteve com o mesmo grau de qualidade ao longo dos anos, o grupo mostrou excelente forma e completo entrosamento com o novo baterista Steve Forrest, um show à parte e presença notável mesmo segurando as baquetas.
Ao final, a antiga Taste in Men arrematou a noite, enquanto os integrantes da banda agradeciam, meio surpresos até, a uma platéia pra lá de vidrada. A impressão que tive é de que nem eles esperavam tamanha recepção. Saí de lá satisfeita por não ter pego o metrô mais cedo e desistido de assistir Placebo antes da hora. É certo que não vou sair comprando CD ou baixando música de uma hora pra outra, mas como é bacana ir a um show onde você tem a certeza de que quem saiu perdendo foi quem ficou do lado de fora.
>>>>> Nota do editor: O show do Placebo em abril de 2005 em Porto Alegre foi insano. O povo gritou e pulou junto o tempo inteiro. E a galera da frente ficou tão maluca com a performance do trio que teve gente quase invadindo o palco. Comunhão absoluta!
>>>>> Brian Molko está feliz com novo do Placebo
>>>>> Mojo Books reescreve Nirvana e Placebo
MC5Foto: Divulgação |
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Quem curte o som das antigas, já conhece o Wolfgang's Vault, aquele portal manero que reúne raridades incríveis dos anos 60, 70 e 80 (você já leu sobre ele aqui). Há poucos dias, o site divulgou esse set especial só com punk rock. São 21 músicas em pouco mais de uma hora de som.
Tem MC5, Patti Smith, Iggy Pop, Ramones, Clash, Sex Pistols, The Runaways, The Avengers, Nuns, Talking Heads, Blondie, Billy Idol, Boomtown Rats, X, The Pretenders e Meat Puppets, a banda amiga do Nirvana. E o set também tem bandas mais atuais, como Mika Miko, The Thermals e Fucked Up.
Abaixo, MC5:
A influência que músicos sofrem de seus pares costuma ser determinante não só na vida pessoal de cada um, mas também na produção artística deles. Muitas vezes, as esferas amorosas e afetivas colidem com a profissional, causando desdobramentos imprevisíveis. Nesse Dia dos Namorados, confira 12 casais inesquecíveis da música pop internacional e algumas de suas histórias.
John Lennon e Yoko Ono - o eterno casal da música
John conheceu Yoko em Londres em 1966. Dois anos depois, começaram um relacionamento amoroso. Na época, John era casado com Cynthia Powell (com quem teve um filho, Julian Lennon). Ela pediu o divórcio. Assim, artista plástica japonesa passa a ocupar um maior espaço na vida do músico, apesar da desaprovação dos Beatles e dos fãs. O casamento ocorre em 1969. Em 1970, a banda chega ao fim e John parte para a carreira solo. A relação dele com Yoko torna-se mais forte, apesar de muitos a verem como manipuladora, aproveitadora e causa principal da separação da banda. Yoko chega a participar de alguns álbuns de John. Com o tempo, os ideais pacíficos e o ativismo contra a Guerra do Vietnã tornam-se ainda mais presentes na pauta do casal. Porém, os dois se separam em 1973, pouco antes do lançamento de Mind Games. Ele vai morar em Los Angeles. Sean Lennon nasce em 1975, após a volta do casal. Ele deixa a carreira de lado por um tempo para dedicar-se ao filho e volta aos estúdios apenas em 1980, para gravar um novo álbum, Double Fantasy. Porém, John é assassinado em Nova York em 8 de dezembro daquele ano, por Mark David Chapman, em frente ao Dakota, na West 72nd St em NY.
Paul McCartney e Linda – amor, meu grande amor
Paul conheceu Linda Eastman, fotógrafa norte-americana, antes do fim de seu noivado com Jane Asher, em 1967. Ela estava em Londres para fotografar músicos ingleses ligados à "swinging London". O casamento ocorreu em março de 1969. Tiveram teve três filhos: Mary (em 1969), Stella (1971) e James (1977). Após a separação dos Beatles, Linda passou a tocar com Paul. Ela morreu de câncer em 1998.
Keith Richards e Anita Pallenberg – sexo, drogas e rock’n’roll
A atriz e modelo Anita Pallenberg passou de mão em mão entre os Rolling Stones. Namorou Brian Jones, casou-se e teve filhos com Keith Richards e teve um rolo com Mick Jagger. Com Keith, os casos de abuso de drogas não foram poucos. Por vezes, ela turbinava as bebidas dele com Valium. Durante uma fase pesada dos dois, o guitarrista comprou uma casa na Jamaica. Diz a lenda que eles mantinham um grande suprimento de drogas por lá. Quando Keith estava fora do país, os vizinhos chamaram a polícia. Anita foi presa por porte ilegal de drogas. Na prisão, teria sido espancada e abusada por presos e policiais. Com Keith, Anita teve três filhos: Marlon, Dandelion e Tara, que morreu dias após o nascimento. A separação deles ocorreria em 1979, após a morte de um cara de 17 anos na cama dela em um apartamento que era de Keith.
Kurt e Courtney – “stress, depressão e síndrome do pânico”
A relação entre Kurt Cobain e Courtney Love foi vulcânica. Courtney viu Kurt tocar pela primeira vez em 1989, em Portland, mas eles foram propriamente apresentados apenas em 1991, em Los Angeles. O casamento ocorreu em fevereiro de 1992, em Waikiki Beach, Hawaii. Os dois já eram viciados em heroína. Em entrevista à revista Sassy, Kurt comentou sua felicidade e o profundo amor que experimentava na época. A filha deles, Frances Bean Cobain, nasceu em agosto daquele ano. Courtney não era bem vista pelos fãs do Nirvana. Muitos acreditavam que ela se aproveitava dele para ficar famosa. As comparações com Lennon e Yoko eram constantes. Há quem até diga que Live Through This, o disco de estreia da banda de Courtney, Hole, foi composto por Kurt. Não há provas disso. Em entrevista à Vanity Fair, Courtney disse que usou heroína durante a gravidez. O escândalo levou a Justiça a determinar que Frances deveria ficar com a irmã de Courtney por semanas. A bebê voltou a eles mais tarde. Na época, Kurt chega a processar um jornal inglês que publicou que a menina teria nascido viciada em heroína. Durante uma discussão, em agosto de 93, Kurt enche Courtney de pancadas. Ela vai à polícia, que acha diversas armas na casa do casal. A queixa é retirada. Com o passar do tempo, o uso de heroína pelo casal se torna excessivo. Houve overdoses e internações.
Em março de 94, Kurt entra em coma depois de ingerir altas doses do calmante Rohypnol com champanhe. Os shows da turnê européia que o Nirvana faria são cancelados. Em abril de 94, o fim do Nirvana é anunciado. Chris Novoselic e Dave Grohl dizem que só voltam depois de Kurt se livrar das drogas. Kurt foi encontrado morto em uma casa em 8 de abril de 1994. Um bilhete atribuído a ele foi deixado para Courtney, explicando o suposto suicídio. Acredita-se que Kurt se matou, mas o caso é um mistério até hoje. Há quem acredite que ele foi morto a mando de Courtney – incluindo o pai dela – mas isso nunca foi provado.
Serge Gainsbourg e Jane Birkin - "Eu te amo você, já não dá prá esconder, essa paixão"
A carreira de Jane começou na “swinging London”, nos anos 60, quando atuava como modelo. Ela foi convidada para participar de Blow-up (1966), de Michelangelo Antonioni, e tornou-se a primeira atriz a fazer nu frontal em um filme não-erótico. Em 1969, já casada com Gainsbourg, gravou o dueto Je t’aime... Moi non plus, que escandalizou conservadores devido à clara alusão ao sexo. A música foi proibida em diversas rádios, mas acabou fazendo sucesso. Depois, eles lançaram mais dois discos em parceria, fizeram filmes e estrelaram campanhas publicitárias. O casal se divorciou em 1980, mas a amizade perdurou até a morte de Gainsbourg, em 1991. Ainda hoje, Jane canta sucessos dele. A filha do casal, Charlotte Gainsbourg também é cantora.
Phil Spector e Ronnie Spector – neurose, psicose e outros distúrbios
O casamento maluco entre o produtor musical (recentemente condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato da atriz Lana Clarkson) e a cantora líder das Ronettes, entre 1968 e 1974, foi um show de horrores. Entre muitas histórias malucas, uma das mais trash é a prisão dela na mansão dele por meses. Ronnie só conseguiu fugir com ajuda da mãe. Depois da separação e de um embate legal, Phil pagou a ela US$ 2,6 milhões em royalties, mas conseguiu manter os direitos sobre as músicas e a proibição de ela regravar as canções do trio.
Mark Smith e Brix Smith – odeio te amar
Mark e Brix se conheceram em um restaurante em abril de 1983. Em setembro, estavam casados e tocando na mesma banda: The Fall. O casamento acabou em 1989, quando ela deixou o grupo. Mais tarde, Mark disse que se irritava com a mania de Brix de dizer que todas as ideias da banda eram dela. Brix voltou para o Fall em 1994, mas saiu novamente em 1996. Brigas entre os dois nunca faltaram. Ela deixou a música de vez para dedicar à moda. Mark segue com a banda.
Ike e Tina – entre tapas e beijos
O casal trilhou um caminho tortuoso (e revoltante) repleto de crises, sexo, drogas, violência, despotismo, paranóia, abuso físico e emocional. Entre 1960 e 1970, Ike e Tina atingiram o sucesso e encararam o fracasso. Com o tempo, Ike passou a desenvolver seu perfil dominador. Comandava a banda, era diretor de palco, produtor do grupo, empresário de todos. Passou a consumir bebidas e drogas em excesso e se tornou ainda mais agressivo. Foi deixado pelos músicos. Tina era freqüentemente agredida por Ike, que a acusava pelo fracasso de suas músicas no final da carreira. A separação ocorreu após 18 anos de casamento. Tina partiu para uma carreira solo ainda mais consistente.
Sid e Nancy – tragédia passional?
Sid Vicious e Nancy Spungen. O romance mais trágico e a tragédia mais romântica do rock. Após se conhecerem em 1977, Sid adquiriu o vício de Nancy em heroína. O namoro explosivo foi marcado por brigas, abuso de drogas e pela dominação que ela exercia sobre ele. Nancy foi encontrada morta a facadas em outubro de 1978 no hotel Chelsea, em Nova York. Sid foi acusado pelo assassinato e acabou preso. Há outras versões para a morte de Nancy, como a que envolve um traficante. Sid teve uma overdose fatal de heroína em fevereiro de 1979 em uma festa organizada pela mãe após sua libertação de uma outra prisão (ele havia sido detido por briga com Todd Smith, irmão de Patti Smith). Há rumores de que ele tenha se matado por não conseguir viver sem Nancy.
Fred 'Sonic' Smith e Patti Smith – “amor, sublime amor”
A eterna musa punk Patti Smith conheceu Fred “Sonic” Smith, guitarrista do MC5, em uma festa em Detroit durante a turnê do disco Radio Ethiopia (1976). Os dois se casaram em 1980. Em 1988, lançaram o álbum Dream of Life, que tem a clássica People Have the Power. Dream of Life também é o nome do documentário sobre Patti dirigido em 2008 por Steven Sebring. A revista Mojo relacionou o título do álbum e do filme aos trágicos anos pelos quais Patti passou entre 1989 e 1994, quanto a poetisa do rock perdeu em curto espaço de tempo não apenas Fred, mas também seus grandes amigos e colaboradores Richard Sohl (pianista) e Robert Mapplethorpe (fotógrafo), além de seu irmão Todd. Patti é a legítima Dama de Ferro.
Andy Williams e Claudine Longet – o caso da viúva negra
A história deles é quase um romance noir. Em 1960, a cantora francesa Claudine Longet, então com 18 anos, dirigia seu carro no deserto de Las Vegas quando teve problemas mecânicos. Andy Williams, 36, parou e ofereceu ajuda. O casamento entre os dois ocorreu em 1961. A carreira deles, calcada em easy listening, 60’s pop e soft rock, teve um impulso na época. O divórcio saiu em 1975. Um ano depois, Longet foi presa acusada de matar seu novo namorado, o esquiador Vladimir “Spider” Sabich, em Aspen. Ela foi condenada a apenas 30 dias de prisão, por “negligência”. Depois de liberada, casou com seu advogado de defesa, Ron Austin. Ainda viva, aparece em público raramente. Andy Williams também está vivo.
Thurston Moore e Kim Gordon – rock me, babe!
Juntos desde 1980, os dois são o coração do Sonic Youth e a alma do underground norte-americano. Thurston já disse que é o homem mais sortudo do mundo por ter Kim ao seu lado. Alguém duvida? Que vivam felizes para sempre.
Prefere outro casal? Qual?
Foto: Reprodução |
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O lendário Kurt Cobain vai virar fantasma em peça de teatro quinze anos após sua morte.
Em Nevermind, o personagem inspirado no líder do Nirvana irá assombrar um jornalista maníaco-depressivo da revista britânica New Musical Express. Ele precisa concluir uma biografia sobre Cobain, mas passa por diversos problemas pessoais.
O grande dilema explorado na peça, criada pelo ex-músico Martin Sadofski, é se o suicídio é um ato de coragem ou covardia, de acordo com a revista Rolling Stone. A comédia de humor negro estreia na semana que vem em Londres.
Assista ao trailer da peça:
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