ATRFoto: Reprodução |
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O Atari Teenage Riot, a banda mais barulhenta da interseção entre os mundos eletrônico e roqueiro, vem tocando a nova música Activate nos shows que está fazendo desde o início do ano. O vídeo oficial será lançado dia 21 de maio no site www.atari-teenage-riot.com/, mas o streaming já foi liberado há algum tempo.
Pra quem não sabe, Atari Teenage Riot, criado pelo malucão Alec Empire em 1992 em Berlim, é nada menos do que digital hardcore + future techno + rave soul + electro punk + industrial + white noise + agressividade enérgica + posicionamento político radical. É algo intenso, explosivo (principalmente no palco) e altamente recomendável para ouvidos acostumados a, hãããã, cutting edge music. Pessoas sensíveis, mantenham distância!
O grupo esteve ativo até pouco antes do 11 de setembro de 2001, quando Hanin Elias deixou a banda e após a morte do MC Carl Cracks. Empire e Nic Endo (da formação original) voltaram a fazer shows neste ano, quando a banda anunciou que o MC CX Kidtronic (que já trabalhou com NIN) havia sido integrado ao grupo para a nova turnê.
A Spin cobriu o show do ATR no London's Electric Ballroom dia 12 de maio, quando a banda tocou Activate. Diz que o lance foi forte, muuuito forte.
Foto: Reprodução |
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A nova banda de Trent Reznor, How to Destroy Angels, vem liberando trechos de vídeos/músicas no site oficial há alguns dias. Hoje, eles entregaram a música A Drowning para o Pitchfork.
Achei foda! Pra mim, é o que Portishead poderia ter feito em Third, mas não fez. Trip hop/downtempo anos 2000, com equilíbrio perfeito entre guitarras, sintetizadores e bateria eletrônica. Escute com fones de ouvido bem alto... Reznor é gênio mesmo!
O projeto é primeiro dele desde o fim do Nine Inch Nails e tem a mulher, Mariqueen Maandig (ex-West Indian Girl) nos vocais. O EP debut sairá no verão gringo.
Abaixo, alguns vídeos do site da banda:
01 from How To Destroy Angels on Vimeo.
02 from How To Destroy Angels on Vimeo.
04 from How To Destroy Angels on Vimeo.
>>>>> Mais Nine Inch Nails
Foto: Divulgação |
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Nine Inch Nails, Limp Bizkit e David Byrne anunciaram que vão oferecer ingressos para seus shows na Europa por preços bem abaixo dos praticados normalmente. O custo para o público será de apenas € 15 (ou R$ 40,74 na cotação de hoje).
O objetivo é dar uma força aos fãs nesses tempos de recessão. A decisão ocorreu depois que os músicos se juntaram ao grupo de entretenimento Live Nation para realizar suas próximas turnês europeias.
Mötley Crüe, Lenny Kravitz e outros devem anunciar redução de preços de seus ingressos em breve.
Os produtores de shows internacionais no Brasil deviam fazer o mesmo e baixar de vez os preços absurdos dos tikets por aqui. Dependendo do artista, o bilhete para um mesmo espetáculo pode variar de R$ 200,00 a R$ 600,00.
E o pior: os serviços oferecidos no país quase sempre deixam a desejar, principalmente aqueles em que não há lugar marcado na plateia. Qualidade de som ruim, locais de shows com problemas estruturais, superlotação, seguranças truculentos tratando o público como boiada, falta de informações básicas por parte do staff, banheiros imundos, falta de bebida (ou bebidas quentes), empurra-empurra, brigas e falta de atenção com a imprensa não são raros.
Foto: Danilo Fantinel |
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O show da Sisters of Mercy ontem à noite, em Porto Alegre, foi gélido e denso como a mais rigorosa fog britânica. Sob os 7ºC da noite gaúcha, o bom público presente não foi capaz de lotar o Bar Opinião, mas vibrou para receber o som polar da banda vinda das distantes terras frias do Norte nestas distantes terras frias do Sul.
Ao vivo, a banda toma uma outra dimensão. Ganha peso e profundidade, chegando a um ponto de fusão interessante entre a obscuridade do goth rock e a polidez metálica do rock industrial.
No entanto, Sisters of Mercy está longe do brilho por vezes excessivo do heavy metal. A banda se concentra nas entranhas melancólicas de uma sonoridade opaca, erguida pelas incríveis guitarras de Ben Christo e Chris Catalyst (donos absolutos do segundo bis da noite) e pelas batidas sufocantes do robô percussivo Doktor Avalanche.
Sob camadas de ecos e reverberações, e em meio a brumas incessantes, o vocalista Andrew Eldritch nos conduziu por um sonho claustrofóbico de cerca de duas horas com sua voz vinda das trevas – algo muito parecido com o que o mestre Peter Murphy nos proporcionou em fevereiro.
Fumando um cigarro atrás do outro, Andrew parecia sumir entre a fumaça, deixando uma sensação sobrenatural e misteriosa no ar. O esquema de luzes do show, simples e eficaz, ajudou a moldar imagens incríveis, criando cenas praticamente imateriais.
O clima enigmático e sombrio foi constante, reforçando o senso de que a banda é responsável pelo surgimento de algumas gerações de bandas de som pesado, de H.I.M. e The Mission UK a Nine Inch Nails, Marilyn Manson, Helmet, Rammstein, Slipknot e outras.
Ao fim do show, via-se pelas portas abertas do Opinião a neblina se acomodando na noite austral. A fog da banda tomou conta da cidade.
>>>>> A imprensa foi proibida de fazer vídeos do show pela produção, mas o público estava liberado. Veja aqui!
Foto: Divulgação |
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Trent Reznor deu o que falar nesta semana no noticiário de música. O líder do Nine Inch Nails foi notícia em vários sites e revistas por diversos motivos. O principal deles foi o prêmio de Artista do Ano, entregue nesta terça pelo 13º Webby Awards, que reconhece as pessoas e empresas que tiveram os melhores desempenhos na internet.
Trent utiliza a rede para diversos fins há anos, onde mantém contato direto com fãs. No ano passado, lançou o álbum The Slip na íntegra e de graça no site da banda. Os discos Year Zero (2007) e Ghosts I-IV (2008) também foram disponibilizados. E a turnê Lights in the Sky, que viria a Porto Alegre, teve cobertura completa no site, com textos e fotos.
Para os organizadores do prêmio, a habilidade de Trent na web o transforma em um embaixador natural da cultura online.
E foi em uma recente entrevista online com fãs que Trent desancou Prince e Rivers Cuomo, do Weezer. Para ele, os dois vivem dizendo que têm centenas de grandes músicas em seu repertório. Sugeriu, então, que coloquem algumas delas nos próximos discos, porque os últimos de ambos foram muito ruins.
Embora possa parecer, Trent não faz apenas críticas negativas a outras bandas. Depois de anunciar uma turnê conjunta com seus ídolos do Jane’s Addiction a partir de 08 de maio (que será seguida por um hiato do NIN), o músico disse que o álbum Primary Colours, da banda The Horrors, é a "melhor coisa" que ele ouviu "em muito tempo".
Mas o lado combativo do cara não tira férias. Nesta segunda, Trent se enfureceu com a Apple, que rejeitou uma das atualizações do iPhone do Nine Inch Nails, devido ao "conteúdo censurável". A empresa tem uma regra que bane "obscenidades, pornografia, conteúdo ofensivo ou difamatório” para usuários do iPhone ou iPod.
Via Twitter, ele disse que o conteúdo censurável é o álbum The Downward Spiral e respondeu comparando a situação com outra que ele viveu com a rede de supermercados Wal-Mart há alguns anos:
– O que vocês querem que nós alteremos para que isso passe pelos seus padrões estúpidos? Eu me recordo do problema que tivemos com o Wal-Mart há alguns anos, que foi uma questão de consistência e hipocrisia (...) Eu posso entender se você não quer comercializar algo 'indecente', mas se você literalmente virar para o lado de onde estão os discos do NIN (na loja), você pode comprar um DVD do Scarface sem nenhuma censura e uma cópia do game Grand Theft Auto, onde você pode recebe recompensas por espancar prostitutas. Como isso pode fazer algum sentido? Você pode comprar The Downward Spiral pelo iTunes, mas não pode fazer uma atualização no seu iPhone só porque tem um palavrão. Qualé Apple, deixe essa política de lado e libere a atualização.
Trent rules!
Burt BacharachFoto: Divulgação |
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O noticiário econômico fala em crise mundial, mas a agenda de shows internacionais em Porto Alegre promete ser movimentada em 2009. Nomes como Simple Plan, Liza Minnelli, Burt Bacharach, B-52's e Deep Purple já estão confirmados para março e abril, e mais turnês ainda podem passar pela cidade este ano – artistas como Oasis, Coldplay, Kiss e Morrissey, por exemplo.
Depois de um 2008 em que R.E.M. e Chuck Berry desembarcaram no Aeroporto Salgado Filho, pareceu que a instabilidade econômica global e a alta do dólar iriam afastar da cidade os músicos estrangeiros. Shows de Duran Duran, Nine Inch Nails e Kool & The Gang, ainda no ano passado, foram cancelados por baixa procura. Mas o momento é de novo ânimo, tanto que James Blunt e Alanis Morissette já estiveram por aqui neste verão. Conforme representantes de duas das maiores produtoras da Capital, Opus e Opinião, a retração do mercado norte-americano e europeu faz do Brasil uma boa opção para as grandes turnês.
O otimismo é maior na Opus, que anunciou ontem sua programação para os próximos meses, com 51 eventos de música e teatro. Entre os destaques internacionais, estão a cantora Liza Minnelli, a banda Deep Purple e o compositor Burt Bacarach (leia ao lado). De artistas nacionais, estão escalados Zé Ramalho, Frejat, Lulu Santos, Ana Carolina e Ed Motta, entre outros. Em 12 de março, a produtora divulga novidades sobre a reforma do Auditório Araújo Vianna, com reabertura prevista para 2010.
Shows programados por outras produtoras também vão repercutir. Sucesso na cena emo, a banda americana Simple Plan está confirmada para 18 de março. Uma curiosidade é a vinda do baterista Peter Best, ex-integrante dos Beatles, que deverá tocar com a banda argentina The Beats em 28 de março. A lenda jamaicana The Wailers vem em maio. No terreno das especulações, nomes como Kiss, Oasis, Smashing Pumpkins e Coldplay ainda poderão ser confirmados para 2009.
Bacarach, um mestre das melodias pop
O retrato no canto esquerdo da capa de Definitely Maybe (1994), álbum de estreia da banda britânica Oasis, é um bom indicativo do quanto o americano Burt Bacarach é influente no universo pop. Aos 80 anos, o compositor e pianista consolidou sua reputação especialmente na década de 1960, quando escreveu a maior parte de seus hits. Para citar apenas dois exemplos deles, basta lembrar que Baby It’s You é uma das canções mais famosas do primeiro disco dos Beatles, Please Please Me (1963) e que I Just Don’t Know What to Do with Myself já tinha sido gravada por Dusty Springfield e Dionne Warwick antes de virar hit indie com os White Stripes em 2003, no disco Elephant.
Outras músicas famosas de Bacarach são Raindrops Keep Falling on my Head, I Say a Little Prayer, The Look of Love e o tema do filme Alfie – cantadas por vozes como B.J. Thomas, Johnny Mathis, Aretha Franklin e a própria Dionne Warwick, sua principal intérprete. Além do guitarrista do Oasis, Noel Gallagher, mais artistas declararam-se influenciados direta ou indiretamente pelo pianista, como Brian Wilson (Beach Boys) e Donald Fagen (Steely Dan).
Atrações internacionais |
MARÇO |
2 e 3 – Deep Purple * |
17 – Liza Minnelli ** |
18 – Simple Plan *** |
19 – Groundation ****** |
28 – The Beats com Pete Best ** |
29 – Harlem Gospel Choir ******* (dia 28 em Pelotas) |
ABRIL |
13 – Burt Bacharach ** |
20 – B-52s * |
29 – Jan Akkerman ***** |
MAIO |
21 – The Wailers ****** |
JUNHO |
Dianne Reeves |
Café de Los Maestros |
AGOSTO |
Bootleg Beatles |
OUTUBRO |
Arturo Sandoval |
Atrações nacionais |
MARÇO |
5 – Frejat * |
11, 12 e 13 – Pouca Vogal ***** |
12 – Marcelo D2 ****** |
21 – Lulu Santos * |
21 – Beth Carvalho e Diogo Nogueira *** |
22 – Ed Motta * |
25 – Ana Carolina * |
26 – Mallu Magalhães e Cachorro Grande * |
27 – Zé Ramalho * |
ABRIL |
2 – Bruno & Marrone * |
4 e 5 – Ney Matogrosso * |
8 – Titãs * |
14 – Alexandre Pires *** |
16 – Bebeto Rei do Swing ****** |
26 – Paula Toller * |
MAIO |
7 – Orquestra Imperial ****** |
9 – Roupa Nova * |
14 – Arlindo Cruz ****** |
15 – Leonardo ** |
22 – Fábio Jr. ** |
Ana Cañas |
Nando Reis |
Maria Rita |
Rita Lee |
JUNHO |
12 – Emmerson Nogueira ** |
20 – Zeca Pagodinho e Dudu Nobre **** |
20 – Alcione ** |
JULHO |
22 – Zezé di Camargo e Luciano ** |
Monobloco |
AGOSTO |
Céu |
SETEMBRO |
Ivete Sangalo |
LOCAIS |
* Teatro do Bourbon Country |
** Teatro do Sesi |
*** Pepsi on Stage |
**** Gigantinho |
***** Teatro CIEE |
****** Opinião |
******* Salão de Atos da UFRGS |
Sem indicação: local indefinido |
Foto: Divulgação |
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Trent Reznor anunciou no site do Nine Inch Nails que a banda fará uma turnê ao lado do Jane's Addiction neste ano. Depois disso, o NIN deverá dar um tempo. Em 2008, eles fizeram a extensa Lights in the Sky Tour, giro megalomaníaco que passaria por Porto Alegre. O show foi cancelado na última hora.
Os shows com Jane's Addiction terão outro clima: serão mais “toscos e espontâneos”, bem diferente das apresentações high-tech de 2008 (veja fotos e vídeos), como disse Trent em seu texto. Depois disso, a banda fará um hiato sem data para voltar:
– It's time to make NIN disappear for a while – explicou.
Datas e locais da nova turnê ainda não foram anunciados, mas o giro deverá ser mundial. No texto publicado, Trent lembra o show do Jane's Addiction no Lollapalooza de 1991 (festival criado pelo vocalista do Jane's, Perry Farrell) e elogia a sonoridade da banda como sendo “perigosa, volátil, linda e sincera”.
Leia abaixo a parte do texto em que Trent fala sobre Lights in the Sky, explica o convite para uma turnê conjunta feito a Perry e cia, e comenta a parada que o NIN fará em suas atividades.
"In NIN world, 2009 marks the 20th anniversary of our first releases. I've been thinking for some time now it's time to make NIN disappear for a while. Last year's "Lights in the Sky" tour was something I'm quite proud of and seems like the culmination of what I could pull off in terms of an elaborate production. It was also quite difficult to pull off technically and physically night after night and left us all a bit dazed. After some thought, we decided to book a last run of shows across the globe this year. The approach to these shows is quite different from last year - much more raw, spontaneous and less scripted. Fun for us and a different way for you to see us and wave goodbye. I reached out to Jane's to see if they'd want to join us across the US and we all felt it could be a great thing. Will it work? Will it resonate in the marketplace? Who knows. Are there big record label marketing dollars to convince you to attend? Nope. Does it feel right to us and does it seem like it will be fun for us and you? Yes it does."
Foto: Divulgação |
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O Bonnaroo Festival confirmou Bruce Springsteen and the E Street Band, Elvis Costello, Beastie Boys, Phish, Nine Inch Nails, David Byrne, Wilco, Al Green, Snoop Dogg como headliners em 2009. O lance rola entre 11 e 14 de junho em Manchester, no Tennessee (EUA).
Bonnaroo será o único festival norte-americano na agenda de Springsteen e da banda Phish (que anunciou sua volta há pouco tempo) neste ano. Phish fará dois shows no evento. Além disso, esta foi a única apresentação confirmada pelo Beastie Boys neste ano até o momento.
Outras bandas e artistas: Erykah Badu, Ben Harper and Relentless7, Mars Volta, TV On The Radio, Yeah Yeah Yeahs, Gov't Mule, Andrew Bird, Merle Haggard, MGMT, Decemberists, Girl Talk, Rodrigo y Gabriela, Animal Collective, Gomez, Santogold, Ting Tings e Crystal Castles.
No vídeo abaixo rola o line-up e nesta página tem a lista completa de shows.
Foto: Divulgação |
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Os dois últimos meses aglutinaram uma série de bons shows internacionais em Porto Alegre. O ano inteiro foi de calendário cheio, na verdade, colocando a cidade entre as que mais recebem espetáculos deste tipo no Brasil. No entanto, o que parecia ser o sonho de qualquer amante da música se transformou em pesadelo neste final de ano. Alguns shows foram cancelados, entre eles o inigualável Nine Inch Nails e o tão esperado Duran Duran – este, aguardado por um público consideravelmente maior que o do NIN.
Entre os leitores de Volume, o descontentamento geral foi refletido na nossa área de comentários. No caso do no-show dos ingleses do Duran Duran, dos 63 comments que recebemos, 22 reclamavam do alto preço dos ingressos. Sobre o NIN, o inconformismo em geral sobre o cancelamento da apresentação foi o tema de 14 comentários (veja um levantamento sobre comments na tabela abaixo). Ambos os shows seriam realizados pela Opinião Produtora.
O produtor Gabriel Souza, diretor da Opinião, empresa responsável pelos shows das duas bandas, disse em entrevista ao blog que o valor dos ingressos depende de uma equação em que o custo do show tem um peso fundamental. Como comentou, as bandas praticam aqui os mesmos valores de cachê que cobram no exterior – mesmo que elas não estejam no ápice de suas carreiras, como é o caso do Duran Duran.
– As bandas podem não estar bombadas no Brasil ou em Porto Alegre, mas o mercado delas no exterior continua firme e forte, então eles trabalham com valores e cachês que estão acostumados a trabalhar no exterior. Temos que adaptar aqui no Brasil os valores que eles trabalham fora. A conta que temos que fazer é mais ou menos esta. Não é porque é uma banda que não está bombada em Porto Alegre, como Nine Inch Nails e Duran Duran, que o cachê deles será menor ou que eles farão alguma diferenciação para tocar aqui. A estrutura, o preço, as exigências são iguais a qualquer outro show que eles fariam em qualquer lugar do mundo - disse Gabriel.
>>>>> Ouça a entrevista completa com o Gabriel em mp3 aqui! Gabriel disse também que se a produtora trabalhasse pensando em um lugar maior, como o Gigantinho, com uma estimativa de mais público, com certeza o valor do ticket diminuiria. Mas alegou que a Opinião teria que investir em uma estrutura que o ginásio não tem. Além disso, comentou que a diferença no valor do ingresso estaria em torno de R$ 30 – o que não compensaria muito, já que os fãs preferem ver seus ídolos bem de perto, como o Pepsi on Stage possibilita.
Sobre o acúmulo de shows em poucos meses, o produtor não encara isso como um problema. Para ele, o público não está preparado para tantos espetáculos.
– Acho que o público não tem cabeça ou cultura para ver tanto show ou para conhecer tantas bandas. Se for pensar nesses dois casos, dessas duas bandas que foram canceladas... Nine Inch Nails nos Estados Unidos é uma banda consagrada e na Europa também. Duran Duran nem se fala. Acho que o público de Porto Alegre é isso aí...
Gabriel disse que, para pagar o show dos ingleses (cancelado uma semana antes do dia marcado), a Opinião precisaria de, no mínimo, quatro mil pessoas.
– A gente tinha 300 pagantes. Então, faça a conta. Você verá que a diferença era o nosso prejuízo. Mesmo cancelando o show a gente tem uma multa rescisória que pagamos para a banda. Geralmente, é de 50% do valor do contrato. Então a banda continua recebendo e a gente continua tendo prejuízo.
Além disso, Gabriel comentou que a Opinião vem bancando sozinha todos os shows que realiza, especialmente os internacionais. Ele reclamou da total falta de apoio de empresas privadas em patrocínios de espetáculos de música no Rio Grande do Sul e destacou que a realidade é muito diferente em outras capitais.
– As empresas não estão preocupadas com Porto Alegre, mas sim com Rio e São Paulo. Todos esses shows que a gente fez foram sem nenhum patrocínio. Foi tudo com grana nossa, sem apoio de empresa, governo ou prefeitura. Não que esses patrocínios tenham que vir de governo ou prefeitura, mas de empresas privadas. E nenhuma manifestou interesse em patrocinar R.E.M. no Zequinha, que foi o maior evento do ano.
E as críticas ao empresariado seguem:
– Não sei se as empresas não enxergam isso como um bom negócio... Eu não acredito, porque no Rio e em São Paulo é um bom negócio. Acho que aqui em Porto Alegre é que não está sendo. Ou eles não estão interessados no público de Porto Alegre. Não sei.
A posição sobre os patrocinadores, no entanto, não é compartilhada por Vitor Lucas, dono da Beco 203 Produtora, que realizou a sexta edição do GIG ROCK final de semana de 15 e 16 de novembro.
- O que temos aqui não é um problema com patrocínios, que existem. Tem que ser feito um trabalho dentro do público que os patrocinadores querem. A GIG já fez cinco edições com patrocínio e somente uma sem. Acho que existe interesse de empresas privadas, mas não das empresas públicas, principalmente no Rio Grande do Sul. No resto do Brasil, vemos festivais com apoio da Prefeitura, do governo de Estado e até federal. Aqui no RS não temos brechas para fazer festivais com apoio público. Agora, foi a primeira vez que a Prefeitura nos apoiou. Espero que ano que vem o apoio seja até maior. Já se fala em colocar o GIG no calendário da cidade. É preciso que olhem esses eventos como fomento de economia da cultura. A participação da cultura no PIB é baixa no Brasil, em torno de 4%, diferentemente de países como Estados Unidos e europeus - declarou Vitor.
GIG ROCK também teve pouco público
Realizado há poucos dias, o GIG ROCK, festival focado em bandas independentes, sofreu com um primeiro dia de pouquíssimo público e um segundo com média abaixo da expectativa. Nem mesmo o preço irrisório dos ingressos (R$ 15,00 na sexta, R$ 20,00 no sábado e R$ 30,00 pelo passaporte) foi suficiente para atrair o público da cidade tida como uma das mais roqueiras do Brasil.
Para Vitor, o maior problema é a falta de costume da galera:
– As pessoas esperam do festival independe algo que não temos. Festival independente não é para bandas estouradas. Colocamos nele só o que está acontecendo de novo e bom. É festival de amostragem de bandas, apesar de termos trazido a Mallu Magalhães. O GIG é um festival para se assistir agora bandas que só daqui a um tempo serão conhecidas.
Agenda lotada
Conforme nosso agendão de shows (publicado meses antes do novo calendário Volume), a partir do início de setembro Porto Alegre teve mais de 35 shows de bandas e DJs renomados no rock e na eletrônica (nacional e do exterior), além de dois festivais de metal. Se contarmos os espetáculos de indie rock, independentes de outros segmentos da música e também os espetáculos de MPB, esse número mais que dobra.
Seja pelo alto valor do ingresso, pelas dificuldades de atrair público em períodos de alta oferta de shows, ou mesmo pela falta de estratégias mais realistas por parte das produtoras, Porto Alegre passa por um final de ano não muito agradável e vê 2009 com um certo temor, ampliado pela crise financeira internacional, que jogou a cotação do dólar e do euro novamente nas alturas.
De qualquer forma, uma coisa é certa: o público sempre sente-se traído quando o show de sua banda favorita é anunciado e, pouco tempo antes da realização do mesmo, é cancelado. E pior – o mal-estar fica gravado na cabeça e no coração da galera por um bom tempo.
Duran Duran: 63 comentários |
* Preço do ingresso considerado alto: 22 |
* Concorrência de shows de artistas considerados ruins e/ou comentários de leitores que reclamam da "falta de cultura do povo", que prefere axé, pagode, emo e semelhantes: 12 |
* Preço do ingresso considerado OK: 5 |
* Falta de divulgação adequada: 4 comments |
* Demais comentários: variavam entre temas diversos, como o acúmulo de shows em poucos meses, crise financeira internacional e a estratégia das produtoras de uma forma geral |
NIN: 31 comentários |
* Descontentamento em geral: 14 |
* Reclamações da estratégia da produtora: 4 |
* Apoio à produtora devido ao risco: 3 |
* Reclamações sobre outros artistas e estilos musicais: 3 |
* Falta de divulgação: 3 |
* Demais comentários: a maior parte deles falava sobre a realidade de NIN não atrair público suficiente |
ENQUETE: Na sua opinião, qual o principal motivo de cancelamentos de show em POA?
Leia sobre cancelamentos em POA:
>>>>> Duran Duran
>>>>> Nightwish
>>>>> NIN
>>>>> NIN explica cancelamento
>>>>> T.S.O.L.
Outros cancelamentos no Brasil:
>>>>> Paul Weller
>>>>> Gossip
>>>>> Funeral For a Friend
>>>>> Justin Timberlake e Shakira
>>>>> Lenny Kravitz
Foto: Diego De Carli, Especial |
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Aos que já têm o ingresso na mão e gostam de surpresas, recomenda-se não ler os próximos parágrafos. Aos que ainda estão em dúvida se vale o preço, que interpretem as linhas a seguir como um apelo. A probabilidade de que Michael Stipe e sua trupe façam um dos shows da tua vida é grande.
Quando anunciado o lançamento de Accelerate, acompanhado de tudo o que se pode subentender com este título, muitos pensaram (ok, eu pensei): “pronto, crise de meia-idade. Depois de velhos querem pegar nas guitarras e acelerar de novo”. Foi preciso pouco mais de trinta minutos distribuídos em 11 faixas para calar a boca de muitos (ok, calar a minha). O que se verá em breve pelos pampas é uma síntese quase que ideal do R.E.M.: nem tão lado B como era na década de 80, mas nem tão meloso como nos últimos registros.
The Great Beyond
A tour européia para a promoção de Accelerate já foi encerrada e, em uma apresentação recente em Madri, Michael lamentou/confessou que era hora de retornar aos “f*%&€#* USA”, para delírio da espanholada. Felizmente (inclusive para o Mr. Stipe), foi uma breve passagem pela América do Norte, e nesse instante o R.E.M. e o seu extenso aparato já devem estar a caminho de Buenos Aires.
Amplos telões retangulares, meio que sobrepostos, farão a alegria dos mais afastados do palco. Mas, caso repita-se o acontecido em Madri, incômodas e gigantescas câmeras e seus operadores (afinal, as imagens projetadas nos telões precisam ser captadas de alguma forma) assombrarão a vida dos que preferem o gargarejo.
Assim como em 99% dos shows realizados até então, o da capital espanhola foi aberto com a primeira porrada de Accelerate, Living well is the best revenge. Difícil definir a atuação de Michael Stipe sobre o palco, que parece ter descoberto a fonte da juventude aos quase 50 anos. Não parece um homem, tão pouco lembra uma mulher. Parece mais um... Animal.
Animal
Mesmo com a fama de baderneiros, a primeira metade do concerto não foi suficiente para sacudir os espanhóis. Notava-se a ânsia por hits. O R.E.M. obviamente os tinha, mas os ansiosos tiveram de aguardar pela segunda hora do espetáculo.
A primeira hora foi repleta de novidades e composições que nunca tiveram lugar nas FMs. Das canções da nova safra, uma das que melhor funcionam ao vivo – com a qualidade reconhecida por um modesto Mike Stipe -, é a Man-sized wreath, onde mais uma vez a atenção volta-se para a política e os políticos dos EUA. Por mais que o tema pareça batido, poucos fazem com tanta originalidade e elegância quanto a banda de Athens.
Losing my Religion, o single que catapultou o nome da banda para o mainstream nos anos 90, não poderia ficar de fora do set list, e foi executada no primeiro bis, logo depois de Supernatural Superious. Quem anseia um momento de ternura no Zequinha Stadium com a bela Everybody Hurts, aconselha-se tirar o cavalinho da chuva. A talvez segunda música de maior sucesso do R.E.M. não foi tocada em nenhum dos shows da tour Accelerate.
Imitation of Life
Mike fez questão de salientar que convida apenas bandas de qualidade para aquecer o público (Nenhum de Nós?), e foi com ares de orgulho que os bacanas da We are scientists foram convidados a retornar ao palco para as últimas três músicas da noite. Seguindo o padrão, o show deveria ser encerrado com Man on the Moon, mas ainda houve espaço para um cover inédito e inesperado de I wanna be your Dog, dos Stooges. Depois desse final apoteótico, até os consumidores de hits voltaram satisfeitos para casa.
O último parágrafo deste texto, que estava reservado para reforçar o apelo de lotar o Zequinha Stadium – ninguém quer que se repita o caso Nine Inch Nails, certo? -, vai ser substituído por um singelo protesto: de quem foi a infeliz idéia de criar uma área VIP em frente ao palco?
Experiências anteriores não foram suficientes para aprender que essa estratégia não funciona, e acaba por brochar banda e público? Os melhores lugares – leia-se o espaço em frente ao palco – deveria pertencer aos que se dispõem a chegar mais cedo que a maioria, não aos que podem pagar quase um salário mínimo pelo ingresso. Aliás, difícil compreender essa proliferação de espaços VIPs pela cidade para qualquer coisa nos últimos tempos. Medo de, quando voltar, precisar de pulseirinha para entrar em Porto Alegre...
Bad Day
Bom espetáculo!
Music non stop! A qualquer momento, notícias sobre música, entrevistas com bandas e artistas, reportagens, resenhas sobre shows e lançamentos de álbuns, dicas para downloads, sugestões de novos clipes, cena local, mercado mundial e mundos paralelos. Abaixo: textos separados conforme categorias (show, clipes, entrevistas, podcast...) Acima: clique na imagem do botão Volume para ler notícias em ordem de publicação E-mail:
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