Guardas na região de Colaba, após os ataquesFoto: Agência Xinhua |
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O canal em inglês da CCTV, a rede de televisão estatal da China, tem um programa chamado English Contest, um desafio em que o melhor falante de inglês vence. Para chegar ao resultado, os candidatos têm de responder perguntas, em inglês, obviamente, feitas por especialistas em uma espécie de banca. Esta inclui nativos falantes em inglês e especialistas da área cujo tema esta sendo debatido no dia.
O último a que assisti era um debate em torno da internet como mídia e, especialmente, sobre a importância deste meio de informar em tempo real. Eu não anotei os nomes, mas um dos diretores da Universidade de Pequim afirmava a importância do jornalismo cidadão e a cobertura feita via celular dos ataques em Londres em julho de 2005. Já o candidato dizia que era imprescindível o saber jornalístico na hora de se produzir os materiais.
Bueno, antes de mais nada, o jornalismo cidadão é aquele cujo autor é o cidadão comum, você que me lê, seu vizinho, sua prima, o cunhado, a sogra ou até o namorado ou a amiga jornalista, que mesmo nas férias é pego de surpresa pela notícia, como no caso da Tati Klix, que estava na China quando ocorreu o terremoto de 12 de maio em Sichuan. Saiu a turista, entrou a profissional - ainda que sem todo o aparato necessário para uma cobertura (câmeras, estações de transmissão de dados, telefone).
O jornalista-cidadão é aquele ser, basicamente, que não quer ser apenas o entrevistado, nem se contenta apenas em comentar material feito. Quer botar a mão na massa e fazer a sua parte. Bem-vindos, eu digo! É o caso do blog Allesblau, publicado logo após o início da tragédia climática que se abateu sobre Santa Catarina.
Creio que haja espaço para ambos os esforços, o do cidadão que se utiliza das ferramentas da web para mostrar ao mundo suas realidades e o dos jornalistas, que tem como principal vantagem, a meu ver, experiência em relatar, desconfiar, redigir e editar o melhor material possível para entregar ao leitor/internauta/telespectador/ouvinte. E, em ultima análise, claro, tem todo o dever ético de buscar a verdade e apresentar diferentes pontos de vista.
Pois hoje estava passeando pela rede de relacionamentos Facebook (para a qual você precisa de cadastro antes de acessar) quando me deparo com dicas de uma amiga búlgara sobre a "cobertura" dos ataques a Mumbai. Cobertura esta apenas baseada no conceito de jornalismo cidadão. Parei para ler. Primeiro porque ela não é jornalista, e está engajada neste movimento, de mostrar ao mundo o que os moradores, que assistem estupefatos a tragédia, têm a relatar.
Parece que o apelo emocional de quem não tem o filtro da edição jornalística somado ao tom testemunhal de quem conhece a fundo aquela realidade, pois está inserido nela, são suficientemente fortes para chamar a atenção do público. E há quem elogie como material de muito mais qualidade do que os produzidos pela CNN, a rede de televisão norte-americana célebre por estar em praticamente todos os lugares do mundo registrando tudo em primeira mão.
Um dos destaques da cobertura em Mumbai é a pagina de fotos de Vinu no Flickr. O indiano Vinukumar Ranganathan mora há dois minutos a pé do local onde uma explosão ocorreu em Colaba. Os registros estão aqui. E ele continua atualizando.
A Wikipedia já tem um "verbete" para os ataques deste dia 26, mas em inglês. Pelo Google Maps, é possivel saber os locais sob ataque - e, aliás, aqui o cidadão ajudando o jornalismo. Logo na apresentação, há informação de que os profissionais da rede de televisão Al Jazeera estão usando os dados publicados no Google e no Twitter para fazer sua cobertura. Ainda em relação aos repórteres, o site Ground Report - em inglês - traz informações de quem está na região.
No twitter, são vários canais, todos tambem em inglês, como o mumbaiattack e o BreakingNewz. Para vídeos, mais uma vez o Youtube é o portal favorito.
E você, concorda que o jornalismo cidadão é uma boa fonte de informação? Já publicou algo na internet ou telefonou para a rádio para dar aquela informação em cima do laço? Aliás, se estás louco para contar alguma história sobre a China, que tal me mandar por e-mail e ver depois aqui no blog?
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