Conn e Lulu de biquini no palco do Yu Gong, acompanhadas pelo funkeiro chinês Huang Bo, da banda The VerseFoto: Divulgação |
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Quinta-feira me despeço da noite chinesa por um mês, pois no dia seguinte embarco para minhas férias no Brasil. Pra despedida, vou de funk brasileiro, não aquele batidão popularizado nos bailes cariocas, mas o suingue gostoso de papas como o Tim Maia. Isso porque a Mama Funker, banda capitaneada pelo músico brasileiro Fábio vai se apresentar no Yu Gong Yi Shan. A noite promete!
Tenho o maior carinho pelo Yu Gong Yi Shan. Foi a primeira casa de espetáculos a que fui em Beijing, ainda quando se tratava de um casarão horrendo - porém com superastral - em meio a um estacionamento que, em breve, daria lugar a um condomínio de luxo na região de Gongti Beilu, um dos redutos boêmios da cidade. Naquela saída à noite sozinha, fiz amigos com quem convivo até hoje.
Pois foi no primeiro contato com o Yu Gong Yi Shan que fiquei sabendo o que, afinal, era Yu Gong Yi Shan. Trata-se de um personagem de uma fábula chinesa, de mesmo título. Assim: um ancião considerado tolo resolve abrir um caminho que liga o local onde vive, na montanha, a civilização. Todos o acham estupidíssimo. Jamais cumpriria a tarefa! E ele responde: depois de mim, meu filho pode continuar, meu neto, etc...
Moral da história? Não dá pra desistir só porque parece difícil ou que pouca gente vai entender sua proposta. Alguém vai seguir, desde que ache a idéia legal. E, bom, eu acho super legal a proposta do Yu Gong Yi Shan moderninho: apresentar estilos diferentes para um povo sedento por música - e até cinema - nas noites de Beijing. Sigam-me os bons, diria o filósofo Chapolin (vai dizer, o mexicano Bolaños deu um nome meio chinês pro seu super-herói atrapalhado, não? Repete: cha-po-lin!).
Yu Gong 2.0
Falar em seguir, se você clicou no link do Yu Gong Yi Shan (coloquei-o novamente, mais uma chance, mais uma chance!) percebeu que há uma extensao ".ning.com" no endereço que aparece em seu navegador.
Já sabe o que é? Pra quem não sabe, trata-se de um site a partir do qual você pode criar sua própria rede social chamado Ning. Mais uma das maravilhas da web 2.0 - basicamente o conceito de internet que permite mais interação com menos exigência quanto às habilidades internéticas dos usuários, um custo x benefício supimpa para os amantes das trocas de informações via rede.
Pra simplificar, é como se cada pessoa criasse seu proprio Orkut, partindo do pressuposto que por ali reunirá gente com perfis/gostos semelhantes. Eu há alguns meses participo da rede Interatores, por exemplo, que reúne profissionais de meios digitais. Como o velho Yu Gong ia querendo dizer, numa tradução livre pro português, "alguém vai seguir, desde que ache a idéia legal".
Yu Gong impresso
Pra quem gostou desta fábula sobre o velho e a montanha e quer conhecê-la, saiba que a L&PM publicou um livro bilingüe português-chinês que contém o texto (50 Fábulas da China Fabulosa, L&PM, 2007. R$ 31). A coletânea foi organizada pelo escritor Sérgio Capparelli, que morou em Beijing por pouco mais de dois anos, e pela Márcia Schmaltz, que hoje vive em Macau e fala mandarim.
Como o próprio título sugere, há a fábula do Yu Gong Yi Shan, além de outras 49. Todas da cultura chinesa, com certeza!
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