Dicas, mapas, comunidades e jogos para acessar antes, durante e depois de viajar
Frutos do mar e outras delícias da província espanhola que fala quase português
Tradição e charme na costa italiana onde se paga para ir na praia
O nome do blog é ida&volta e já no primeiro post, lá em outubro de 2007, eu dividi por aqui o quanto minha paixão por viagens é proporcional à de voltar para casa. Adoro andar pelo mundo, me sinto bem em quase tudo que é lugar, mas preciso de um lar fixo, seguro, do meu jeito. Ou tem coisa melhor que a cama da gente depois de um período fora? Para mim, é como se só na volta todas as experiências vividas em trânsito possam ser consolidadas e fazer valer a viagem.
Por isso, talvez, mesmo tendo conhecido um bocado de lugares, eu more há 30 anos em Porto Alegre e trabalhe há 11 no Grupo RBS. Agora, no entanto, os ventos da mudança se abateram sobre mim e decidi embarcar em uma viagem mais longa, não tanto pela distância - o destino é SP - mas pelo tempo. Em vez de turismo, vou encarar uma mudança profissional e de vida. Descobri que, assim como gosto de voltar às minhas raízes - e SP não deixa de ter este gosto, já que nasci lá - a possibilidade de construir um nova casa e identidade em outro lugar pode ser muito desafiadora e encantadora.
Junto com roupas, livros, móveis e boas lembranças, também levarei este blog. Em breve o ida&volta volta à ativa, em outra casa, mas no mesmo endereço: www.idaevolta.com.br. Espero continuar contando com a sua visita.
Ah, se alguém se interessar em receber um aviso da reinauguração do blog, é só me mandar o email pelos comentários ou pelo email tatiana.klix@gmail.com.
Até mais.
Back in 2001, me achando com os amigos Lê e Fer no edifício Bretagne, no bairro Higienópolis, SPFoto: Arquivo pessoal |
Quando bateu inveja na Cássia do meu encontro com o Riq Freire em São Paulo, eu prometi que ia tirar uma foto e mostrar para ela. Fiquei tão entretida com o bom papo que não tirei, e também não tirei nada muito publicável do nosso passeio a pé por Higienópolis.
Pena, porque o bairro é muito gostoso, arborizado, ainda com prédios antigões e estilosos da década de 60, 70 (e não os horrendos+modernos+janelas minúsculas+padrão+São Paulo). Tem até um shopping bonito onde as pessoas passeiam com cachorros, o Pátio Higienópolis, o que é raro, éounãoé? E pena também porque o Riq me levou no Jardim de Napoli para comer (sim, os programas em SP sempre incluem comida) o famoso polpettone, que ficaria muito bem na foto aqui.
A receita inventada pelo atual dono da cantina Antonio Buonerba, filho do imigrante italiano Francesco Buonerba que começou o negócio familiar em 1949 vendendo pizzas para os vizinhos, é mantida em segredo, mas como bem definiu o Riq, é uma covardia, porque tem muita coisa boa num prato só: bolo de carne frito e achatado, recheio de queijo mozzarella e molho de tomate em cima. #Prontofiqueicomfome
Onde fica
Rua Dr. Martinico Prado, 463, e no Shopping Higienópolis, na Avenida Higienópolis, 618, 2º piso, onde só são servidos os polpettones num esquema fastfood.
###
Para não dizer que não falei de fotos, ilustro este post com cliques feitos em 2001 no edifício Bretagne, uma construção de 1959 que chegou a ser ponto turístico na cidade projetada pelo arquiteto de fato (mas não propriamente formado) João Artacho Jurado. O meu amigo chique Lê Bier morou no condomínio localizado no número 938 da Avenida Higienópolis - uma das paradas do meu passeio com o Riq -, considerado o primeiro em São Paulo com opções de lazer para moradores dentro do prédio. Tem "até piscina", veja só, e a festa de inauguração contou com a presença do ator Roy Rogers e da então miss Estados Unidos. Muito tempo depois, não pude deixar de registrar minha presença no cenário cinematográfico!
Nas redondezas, pelo menos outros dois edifícios do mesmo arquiteto são clássicos e valem um olhar atento: o Cinderela, na Rua Maranhão, 163 (esquina com Rua Sabará), e o Parque das Hortênsias, na Avenida Angélica, 1106.
Mais de 10 dias de silêncio depois e eu volto aqui com um papo Bom Retiro de novo. Azar, só de lembrar da comida grega que comi no meu último dia em São Paulo me deu fome. Sim, a Léo, a anfitriã gaúcha mais paulista que eu conheço (a moça esqueceu de falar “tu” no primeiro dia por lá) não achou suficiente que eu experimentasse as burekas búlgaras e me levou no domingão retrasado para conhecer o tradicional Acrópoles. O restaurante inaugurado em 1959 é uma salona vertical, com as mesas dispostas bem pertinho umas das outras e espaço para um corredor no meio, sem janelas, barulhento, bagunçado. Quase um pé-sujo ou roots, como se diria por aqui. Na porta, a recepção é feita pelo simpático - e aos 90 anos, já um pouco atrapalhado - Thrassyvoulos Petrakis. O seu Trasso comanda o espetáculo anotando nomes para a lista de espera e algumas vezes confundindo a ordem dos clientes também, enquanto ordena aos demais:
- Espera.
Esperamos e entramos, onde hoje o filho do proprietário já é dono do campinho. Nas paredes, entre colunas de gesso na cor azul, fotos amareladas de paisagens conhecidas gregas e garrafas de azeite de oliva, recortes de reportagens elogiosas ao grego mais popular de Sampa garantem que o que vem pela frente é bom.
Seguindo as dicas da Léo pedi a entrada deliciosa (e abri mão da salada grega com um certo pesar) com pão (não grego, é preciso que se diga), polvo a vinagrete, cebola, azeitonas e pastinhas variadas.
Na hora do prato principal, o pedido é feito direto na cozinha, no fundão. Matei a saudade de comer a moussaka, um prato de berinjela, carne e batata. A Léo foi em outro tradicional da casa, o carneiro assado à moda grega.
Ambas comemos demais e mesmo assim deixamos comida no prato. A conta não chega a ser barata, em torno de R$ 55 por pessoa. "Mas meu, de verdade", como diria a falante da língua paulistana Léo, saímos de lá satisfeitíssimas.
Onde fica no Bom Retiro
Rua da Graça, 364
Onde fica no Jardins
50 anos depois da inauguração, o Acrópoles ganhou uma filial. As filhas do seu Trasso abriram uma casa com o mesmo cardápio, mas não exatamente o mesmo preço na R. Haddock Lobo, 885, também em SP.
Não consigo passar por São Paulo sem fazer uma visita básica ao bairro Bom Retiro, o paraíso para compras de roupinhas baratas. Repeti o programa sexta-feira, mas não repetirei o post que escrevi no ano passado e continua valendo aqui. Vou apenas fazer um adendo para uma descoberta chamada bureka.
Cheguei aos tradicionais folhados típicos da Bulgária ao tentar experimentar outra tradição, o restaurante judeu Shoshi Delishop (Rua Correia de Mello, 206). Queria lanchar e, indecisa com o cardápio, pedi uma ajuda à proprietária da casa, que - muito enfática - me disse não fazer lanches e que eu deveria ir ao restaurante de burekas do filho dela. A senhora inclusive mandou uma funcionária me guiar e foi tão firme e determinada no conselho, que achei melhor obedecer. Valeu a pena.
A algumas quadras, estava a Casa Búlgara (Rua Silva Pinto, 356), onde se servem as tais burekas, bem quentinhas, acompanhadas por um molho de pimenta verde saboroso. São salgados folhados com diferentes recheios - queijo, batata (os mais tradicionais), carne, carne com berinjela, gorgonzola, espinafre, frango e até chocolate. Cada uma por R$ 2. O lanche perfeito para uma pausa nas compras.
Da série me sentindo em casa em Campo Belo:
Da série quanto bom humor na Vila Madalena:
Foto: Tatiana Klix |
Será que é porque eu queria ser bailarina quando criança e adolescente que eu gostei tanto das esculturas inspiradas em movimentos de dança da Oficina de Agosto, na Vila Madalena? De centenas de trabalhos do grupo de artistas e artesãos mineiros expostos na linda loja no número 243 da Rua Harmonia foram delas a maioria das fotos que ficaram registradas na minha máquina fotográfica. Chega até a ser uma certa injustiça em relação à variedade e qualidade das peças que olhei com todo tempo do mundo na tarde de hoje na minha primeira incursão diurna ao bairro paulistano cujos botecos têm o meu número. Assim como também é injusto citar só essa parada das várias que eu fiz em galerias, lojas de objetos de decoração, design, moda. Mas fazer o quê se as bailarinas remexeram na minha memória afetiva e contra isso não tem racionalidade que chegue a tempo e tampouco eu vou querer lutar?
Sugiro, portanto, uma vez em São Paulo, uma caminhada de dia pela Vila Madalena para descobrir em algum dos tantos cantos descolados do bairro algo que desperte emoção, do jeitinho que os trabalhos da Oficina de Agosto fizeram comigo. Sem nunca deixar de ir aos botecos à noite, claro.
Quanta animação, hein?Foto: Tatiana Klix |
Dizem que no escaldante dezembro neva espuma na Normandia paulistana, no bairro Moema. Não tive a oportunidade de conhecer a pequena rua com casario de inspiração europeia em época de decoração natalina, mas caminhei por lá ontem, no meu primeiro dia em São Paulo, na companhia da minha amigona e moradora do bairro Fernanda e do filhinho dela de nove meses Bruno.
Foi muito gostoso, a rua é um charme só, com várias lojas de coisinhas para casa bacanas e outras mais de roupas descoladas e de grifes, mas bem traquila. Aliás, tão traquila que quase tão surreal como deve ser o espetáculo de espuma no Natal, quando a via fica movimentada, é a animação dos músicos (provavelmente contratados para animar visitantes por alguma loja) que ficam a tarde toda lá tocando para quase ninguém. Sério, tive até um momento de vergonha alheia.
Experimentei hoje pela primeira vez o serviço da companhia aérea Azul. Meu objetivo era chegar em São Paulo, partindo de Porto Alegre.
O voo saiu bem pontual às 13h15 (bom), fez escala em Navegantes (nem tão bom) e chegou 10 minutos antes do previsto em Campinas (bem bom). O avião era aparentemente bem novinho (bom), a poltrona quase não reclinava (ruim, mas não tem melhor) e o serviço é simples mas eficiente: batata chips e mini wafer recheado, com direito a um refri (satisfatório). O que eu não contava era com a espera no aeroporto de Viracopos. Cheguei às 15h45 e só vou pegar o busão gratuito (bom) que vai me levar para o shopping Eldorado às 17h45 (nada bom).
Da próxima vez, antes de me atirar numa promoção por R$ 129 vou me informar sobre os horários dos ônibus.
Eu bem que tentei conhecer o novo e moderno Zoo de Gramado nesta Páscoa. O passeio estava na programação do feriado entre amigos desde antes da viagem, mas passou de sexta para sábado, para domingo e definitivamente para uma próxima ida à serra gaúcha. A visita aos bichinhos da fauna brasileira acabou substituída por programas gastronômicos e por dar tempo à preguiiiça (não necessariamente nesta ordem). Dá uma olhada no roteiro e diz se eu preciso me arrepender?
No restaurante Colina Verde, vista linda e bolinhos de aipim deliciosos / Fotos: Tatiana Klix
1 - Sexta perto do meio-dia, a subida para a Serra a partir de Porto Alegre deu-se pelo caminho mais longo - a BR-116, Via Nova Petrópolis - mas também mais bonito e onde está o indicadíssimo Colina Verde. A comida é colonial (diz o Guia Quatro Rodas que é a melhor do Brasil) e o cardápio mistura pratos alemães e italianos. Na sexta santa, tinha mais peixe do que normalmente, mas não faltaram os tradicionais matambre recheado, carne de porco e a linguiça alemã, para os menos católicos. Da mesa cheia, o que mais gostei foi do pão da entrada (parecia de batata), do bolinho de aipim e da linda vista do alto da colina.
2 - A noite foi dedicada à tradição: bacalhau feito em casa pelo Sérgio. Delicioso.
3 - Sábado começou com café da manhã na rua principal de Gramado (a Borges de Medeiros), seguido por compras de chocolates. Da Planalto, saí com uma sacola cheia (a maioria para dar de presente, registre-se) e essas fotos da fábrica de chocolate que fica no segundo andar da loja:
Sobre o granito, o que vemos é uma fina camada de chocolate. As profissionais que espalham a massa derretida depois a raspam com toda uma técnica até formar rama leites. O que é o estudo, hein?
4 - Quase as três da tarde, o Romanus (que é parente do Baumbach, em Porto Alegre), com comida suíça e alemã novamente, foi escolhido para o almoço. Meu destaque vai para a batata suíça, cuja receita o garçom me assoprou. É mais ou menos isso:
Cozinhar as batatas com casca, de preferência vermelhas, até subir a fervura;
Rerservar na geladeira até o outro dia para pegar consistência;
Descascar e ralar as batatas;
Preparar em uma frigideira com manteiga (do mesmo jeito que se faz omelete) e acompanhamentos a gosto (bacon, cebola, queijo etc).
5 - Em casa, janta do Sérgio de novo: galinhada e salada de batata com bacalhau. De sobremesa, chocolates.
6 - Domingo, para ameninzar, teve um almoço mais leve, em um restaurante com buffet por quilo, mas a despedida foi com uma para lá de respeitável apfelstrudel da Leckerhaus.
Tá bom ou quer mais? Feliz Páscoa, by the way.
Eu tinha parado de divulgar promoções de passagens por aqui, até porque tem muita gente fazendo isso tão melhor que eu (vide o Rodrigo Purisch e o site www.melhoresdestinos.com.br). Mas não me aguentei com a novidade que chegou no meu email hoje: promoção de passagens de ... ÔNIBUS!
Isso mesmo, a Itapemirim oferece passagens a R$ 10 nas linhas Curitiba-Rio, São Paulo-Porto Alegre e Rio-Porto Alegre até o fim de junho. O trecho Campinas-Porto Alegre é vendido a partir de R$ 11. Para aproveitar, é bom comprar com antecedência, porque óbvio que a companhia vende apenas algumas poltronas por viagem por este preço. Que nem nas companhias áreas. Aliás, alguém duvida que esta ação seja uma reação às ofertas da Azul?
Mais informações, como descontos menores em outros trechos, estão no site da Itapemirim.
Para quem ainda não planejou o feriadão de Páscoa e está pensando na Serra Gaúcha, vai uma dica dos colegas do hagah que pode ajudar. Opções de hospedagem, restaurantes, lojas de chocolate (nham) e passeios estão reunidas num servição em www.hagah.com.br/pascoa.
Sobre a mesma região, foi publicada hoje em ZH uma reportagem com novidades na Serra. Tem um novo e moderno zoo, cinema em quatro dimensões e tour pelas fábricas de chocolate (nham de novo). Deu vontade? Boa sorte.
Eu estarei por lá, espero, aproveitando o primeiro frio do ano.
El Ateneo, em Buenos AiresFoto: lukas_y2k, do flickr |
Muito do que se faz em viagens depende da parceria. Na companhia da editora de moda Paola, por exemplo, olhei muito mais vitrines e conheci muito mais lojas de luxo e estilistas (do tipo Dior e Louis Vitton) do que jamais fiz (ou farei) em toda a minha vida. Com a Cacá, bem antes de ela imaginar que se tornaria uma editora de livros, entrei e entrei de novo em muitas livrarias pela Europa. Foram tantas, com preços tentadores ao mercado brasileiro, que a Cacá foi com uma mochila e voltou com uma bolsa de viagem a mais para carregar os livros que comprou pelo caminho. Por isso, este post é dedicado a ela e um agradecimento ao soutravelers3, de onde tirei as duas dicas a seguir, para quem quer incluir livrarias em seus roteiros de viagem:
Most interesting Bookstores é um diretório com as mais interessantes livrarias do mundo. Não tem muita informação, mas as fotos são lindas!
Bookstore Guide é um blog/guia de livrarias em toda a Europa, com impressões, informações e localização delas.
Para ilustrar, escolhi uma foto da maravilhosa El Ateneo, em Buenos Aires. É minha contribuição para restabelecer o ego dos argentinos depois do chocolate 6x1 de ontem.
Por último, vai uma reflexão do tipo "sinal dos tempos". Ontem, fomos, eu e Cacá, na Livraria Cultura. A Cacá tava procurando (e não encontrou) um livro sobre um tema bem específico. Frustrada por só poder procurar títulos em ordem alfabética de autor, concluiu que as livrarias físicas, em lojas, já não têm mais muito sentido. Sim, a Cacá, não a editora de internet aqui. É aquele papo do senhor cauda longa, sobre os limites das prateleiras que não existem nos meios digitais. Tal conclusão é mais que um bom motivo para prestar atenção nas dicas ali em cima e visitar as livrarias logo, antes que desapareçam.
Onde foi parar a Torre Eiffel?Foto: Reprodução de foto do Boston Globe |
A Hora do Planeta, que rolou no último sábado, já é notícia velha. Mas só hoje eu vi (porque o Léo Correa me mandou o link) uma série de fotos publicadas no site The Boston Globe mostrando a mobilização de importantes capitais mundias no ato pela nossa terrinha. Com um efeito de fade, as imagens mostram torres e paisagens importantes antes e depois, ou seja, ligadas e desligadas.
Ok, a gente já sabia, mas incrível como essas imagens (e aí vão meus singelos parabéns ao Boston Globe) ilustram de uma maneira chocante como LUZ MUDA TUDO nessa vida. Ou dá para negar que boa parte do encanto da Torre Eiffel está na iluminação noturna dela? O mesmo vale para o Cubo Mágico, o skyline de Toronto e outros tantos pontos turíticos nossos velhos e novos conhecidos.
Triste, porque isso pode significar que talvez ainda estejamos bem longe de realmente salvar o planeta. Foi essa a ficha que caiu por aqui. Vai lá, juro que vale a pena, e tire suas próprias conclusões!
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
e-mail
delicious
Facebook
LinkedIn
twitter
www.flickr.com |
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.