Cão fica preso a motoca enquanto espera pelo dono em MacauFoto: Tatiana Klix |
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Entre as perguntas clássicas que ouço desde que voltei da China está: Comeu cachorro? Não comi, não comeria e pretendo nunca comer. Não que eu seja uma militante da causa da proteção aos animais, tampouco acho que pessoas que o fazem são más e devem ir para o inferno ou algo assim. Nem poderia, pois sou bem carnívora e adoro um churrasco bem farto, com coração de galinha, de preferência. Entendo que esta é uma questão de cultura, mas neste caso, fico com a minha. Adoro cães e para mim eles são, sim, os melhores amigos do homem e da mulher. Terminado o discurso, relato algumas observações sobre o tão famoso hábito chinês:
# A carne de cachorro é menos comum nas mesas da China do que normalmente se imagina. Não é assim em cada esquina que se encontra um churrasquinho de cão, nem de gato. O hábito, cada vez mais em desuso, ainda é cultivado apenas em uma região específica no sul do país.
# Mesmo assim, vi listado no cardápio de um restaurante meu bicho preferido. Confirmando a tese, foi em Guilin, no sudoeste da China.
# O preço era bem salgado, perto de outras refeições. Isso comprova o que li nos guias que levei para a viagem. A comida atualmente é exótica e cara.
# O hábito de comer carne de cachorro é resultado da fome, ou melhor, de grandes fomes passadas pelo povo chinês. Foi na revolução cultural que os bichos deixaram definitivamente de serem animais de estimação para se tornarem comida. Com milhares de pratos vazios, alimentar um animal era considerado um atitude repreensível e burguesa.
# Vivos, observei alguns cachorros passeando com seus amigos humanos, principalmente em Pequim. Nada que se compare à quantidade que há na minha rua no bairro o Menino Deus, em Porto Alegre, onde invariavelmente sempre tem algum cão na calçada, mas em alguns locais já se encontram os bichinhos. Segundo a Jana me contou, os chineses precisam pagar uma taxa anual, relativamente alta para os salários locais, para terem um animal de estimação em casa. Mesmo assim, o número de famílias com cachorros aumenta a cada ano e o de petshops, também.
# Como disse lá no início, sou boba por cachorro e sempre que vejo um paro para olhar e às vezes até brincar. Em Macau, achei esse que tá na foto acima. Tão bonitinho, né? Mas fiquei com pena dele. O dono, que também é proprietário da motoca, o deixou preso no veículo estacionado, enquanto saiu para passear. O bicho não gostou, ficou todo inquieto, mas o chinês não se sensibilizou. Por esta passagem tive a impressão que, apesar de estarem comendo menos cachorros, os chineses ainda não têm os cuidados extremos e o carinho incondicional que cultivamos pelos cachorros por aqui. Será?
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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