Vila do Abraão é o ponto de chegada dos barcosFoto: Tatiana Klix |
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Ilha Grande é daqueles lugares que faz a gente esquecer ou pelo menos relevar qualquer perrengue. Mas se você não tomar alguns cuidados, pode enfrentar certa dificuldade para chegar até lá.
Do Rio, é preciso ir até Angra dos Reis ou Mangaratiba, de onde partem barcos para a ilha. Fui de ônibus para Angra. Normal. Há linhas saindo em vários horários da rodoviária e é só chegar, comprar a passagem e embarcar. Na companhia das amigas agora radicadas na China Jana e Paula tudo ia bem até que um passageiro pediu para descer em determinado ponto da estrada. O motorista parou, mas um pouco depois e despertou a fúria do cara. Uma discussão logo virou briga porque o passageiro exigia o retorno do ônibus, enquanto o motorista dizia que não poderia fazer isso. A coisa esquentou e o bárbaro partiu para agressão... Foi correira e confusão, soco, pontapé, turma do deixa disso em ação até que o passageiro desistiu, mas não sem antes arrancar a porta do ônibus e pisotear o vidro até quebrá-lo. O resto da viagem foi com ventilação natural.
Sãs e salvas, chegamos a Angra antes das 11h. A maneira mais fácil e segura de ir até Ilha Grande é com a embarcação regular da empresa Barcas SA que faz rigorosamente todos os dias a rota "Mangaratiba-Abraão (a principal vila)-Angra dos Reis. A barca sairia às 15h30min, mas quem disse que a gente queria esperar? Em uma agência de turismo bem instalada numa lojinha da rodoviária, passagens por R$ 15 para um barco privado às 13h eram oferecidas (a barca custava R$ 4,90). Perfeito, chegar mais cedo valia muito os 10 reais a mais e ainda teríamos tempo para ir até o porto, achar o barco com calma e (uhú!) viajar rumo a Ilha Grande! Neste meio tempo, houve mais um contratempo para sacar dinheiro (não bastava uma de nós, mas as três tínhamos conta no Banrisul, o banco do Estado dos gaúchos, mas só dos gaúchos). O caixa 24 horas estava fora do ar e já me imaginei dormindo em Angra para esperar a volta do sistema. Não foi preciso, retornou logo e, correndo, estávamos no local onde supostamente estaria o barco para o qual havíamos comprado passagens 10 minutos antes do horário marcado.
– O barco sai só às 17h... – era a explicação que dois barqueiros sem camisa davam em português a um bando de gringos que tentava se fazer entender em inglês.
Sim, nós, as brasileiras descoladas caímos no conto do barco que não existia. Inconformada com tamanha patetice, tive um momento líder de turma e intérprete. Organizei quase um piquete do tipo "paguei quero barco". Sem muita opção, os gringos seguiram minhas orientações e sentamos todos no barco (para chegar até ele era preciso caminhar sobre vários outros e ir pulando até o que deveria ser o nosso) com a promessa de que se houvesse gente o suficiente partiríamos às 13h30min. Mas não tinha gente suficiente...e a enrolação continuou. Sol na cabeça e nada de ninguém se mexer para fazer aquele treco andar.
- Calma, para que a pressa? Você está de férias - diziam os barqueiros.
Não teve jeito. Alguns turistas desistiram, brabos. Outros, como nós, esperaram, com o que restava de calma. Lá pelas 15h – só meia hora antes da barca –, uma escuna que havia partido de outro ponto do porto veio nos buscar e então levar ao paraíso que é Ilha Grande.
***
Sabe por que tratam o turista desta forma? Porque aquilo é muito lindo, muito mágico. Não tem perrengue que estrague (mas que eu senti vergonha pelo Brasil em ver viajantes, na maioria estrangeiros, sendo enganados, senti).
Lições para evitar o perrengue "comprar passagem para o barco inexistente em Angra dos Reis"
1 - Vá com a barca. Desconfie dos transportes privados. Programe-se para chegar em Mangaratiba ou Angra dos Reis perto dos horários da embarcação regular:
Ida
Mangaratiba-Abraão
Todos os dias, às 8h
Angra x Abraão
Segunda a sexta-feira, às 15h30min
Sábado e domingo, às 13h30min
Volta
Abraão x Angra
Todos os dias, às 10h
Abraão x Mangaratiba
Todos os dias, às 17h30min
2 - Não deixe para tirar dinheiro em Angra. Há um Banco 24 horas no cais do porto e alguns bancos na avenida central, mas você sempre pode dar azar. Em Ilha Grande, não há bancos.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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