Com este post inauguro uma nova categoria do ida&volta – uma daquelas palavrinhas que aparecem ali na coluna da direita com o objetivo de organizar os posts por assunto. E ela se chama perrengue. Sempre tem um em viagem, né? Seja um contratempo, imprevisto, mal-entendido, até perdas, roubos que atrapalham o que deveria ser o rumo normal das coisas.
Às vezes é algo de fácil solução e resulta apenas em uma boa história para contar, mas em outras toma enormes proporções. E eu sou boa em perrengues. Normal arranjar um. Não basta ser um perrenguezinho leve, como pegar o metrô para a direção contrária ou escolher o dia errado para visitar o museu. Tem que ser dos grandes, com perda, atraso, extravio ou que custe caro para resolver. Nessas horas, sinto tanta falta de uma veia germânica mais desenvolvida. Pelo menos, o jeitinho brasileiro, relax, não deixa que eu perca (muito) o bom humor.
Terminada esta longa explicação, vamos ao perrengue número 1. Não foi o primeiro, nem o pior, mas o inaugural neste blog. Aconteceu em maio, nas últimas férias, em Paris.
Depois de uma semana na cidade, Paola e eu embarcaríamos numa terça-feira, às 11h, para Barcelona no Aeroporto Charles de Gaulle. Justamente para fazer tudo direitinho, aproveitar o tempo e uma promoção, as passagens foram compradas meses antes, no Brasil, pela companhia low fare Vueling, por míseros 20 euros. Chegaríamos em Barcelona já com hospedagem reservada e ainda aproveitaríamos a tarde na capital catalã. Íamos, mas aí vem o perrengue.
Os erros começaram quando desprezamos a distância do aeroporto do Arrondissement 17, onde estávamos hospedadas. Na chegada, nossa anfitriã havia nos buscado (de trem) no Charles de Gaulle. Conversando, o caminho parecia rápido: um trem (RER) até a estação do metrô, mais um metrô e outras duas quadras a pé. Barbadíssima. Por conta disso, não nos preocupamos em pesquisar/perguntar a melhor forma de chegar até o aeroporto e nem quanto tempo antes deveríamos sair de casa. Na manhã do embarque, acordamos mais tarde do que deveríamos, levamos mais tempo do que poderíamos para fechar as malas e mais tempo ainda nas despedidas. Resultado: já saímos de casa com o tempo bem apertado. Aí bateu o pânico e a bobeira. Em vez de fazer o caminho inverso ao que havíamos percorrido na chegada, decidimos inovar para ganhar tempo. Ao ver uma estação de metrô chamada Charles de Gaulle no mapa, resolvemos ir até ela (mesmo sabendo que não tinha metrô no aeroporto). Decisão horrível, só nos distanciamos mais do destino desejado. Ainda tentamos compensar pegando um táxi, mas não teve jeito, quando chegamos no aeroporto é claro que o chek-in já estava encerrado. Como na França não tem caos aéreo nem choro, não teve proposta para embarcar no vôo. O próximo era só às 20h, por mais 90 euros, mais de quatro vezes o valor da passagem original.
Ou seja, uma tarde em Barcelona virou uma tarde no Charles de Gaulle.
O que se faz em uma tarde no Charles de Gaulle?
O tempo foi dedicado a ler e-mails (e quem sabe responder), telefonar, olhar lojas (não são muitas), comer e até escrever cartão postal. Além de beber vinho em copo de plástico, levar as malas para fumar no lado de fora e rir da própria patetice. Rá!
Lições para evitar o perrengue "perder o avião":
1 - Informe-se bem sobre as maneiras e os tipo de transporte para chegar até o aeroporto. Normalmente, fica longe do centro da cidade e é bom avaliar a relação custo-benefício entre preço, conforto e tempo para decidir o que pegar. Tome decisões baseadas em informação concreta, sem chute ou achismo!
2 - Planeje o tempo de transporte para o aeroporto com folga. Desta vez, foi babaquice, mas fatores externos como engarrafamentos também podem atrasar os passageiros.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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