A imponente catedral, onde o apóstolo Santiago está enterradoFoto: Tatiana Klix |
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Voltei, cheguei, já trabalhei hoje. Blogar em tempo real on the road dá trabalho, viu? Nos últimos dias na Galícia acabei optando por umas horas de sono a mais e posts a menos. Não é a mesma coisa, mas agora de casa vou me puxar para contar o fim da viagem, e mais do começo e do meio e do fim de novo, não necessariamente nesta ordem.
Recomeço por Santiago de Compostela, o destino mais famoso e procurado na região. Para chegar até ele, há muitos caminhos, que muitos percorrem a pé, outros de bicicleta. Entre os que peregrinam, há os que caminham um fim de semana, alguns, por 15 dias, enquanto os que fazem o trajeto mais tradicional, chamado de francês, andam cerca de um mês para vencer 800 quilômetros desde Roncesvalles.
No entanto, o turismo religioso (ou não) da cidade que atrai 4,5 milhões de pessoas por ano é também movimentado pelos que não encaram a peregrinação e chegam até lá de carro ou ônibus. Foi o meu caso. Sempre achei que ir até Santiago desta forma era uma fraude. Não que me imaginasse com um cajado na mão pelos pirineus, em nome de Santiago ou qualquer motivo místico e religioso. Mas, diria até semana passada, se me faltava este tipo de motivação, qual o sentido de ir até Santiago?
Bem feito, tive que me desfazer de mais uma pequena convicção nesta vida. Santiago, sua catedral, sua arquitetura medieval, seus prédios universitários são lindos, lindíssimos. E mais, é um lugar muito democrático. Pelas ruas, nas praças, em frente à catedral ou dentro dela, no comércio, nos cafés, convivem sem contradição - na minha percepção em algumas horas na cidade - os peregrinos cansados mas incrivelmente realizados, turistas por um dia maravilhados com a arquitetura, viajantes de segunda ou terceira visita tranqüilos aproveitando a atmosfera harmoniosa e a gastronomia da região, universitários galegos ou vindos de longe. Sem estranhamentos, pelo contrário, o que senti é um respeito incrível pela atitude de todos e uma cumplicidade entre pessoas com interesses diferentes convivendo e compartilhando de atmosfera tão interessante e mágica. Meu alto nível de ceticismo se redimiu. Deu até uma certa vontade de encarar a peregrinação!
Na praça em frente à Catedral, turistas e peregrinos convivem numa boa
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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