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Desde que decidi encarar esta cobertura, tinha o objetivo de chegar até uma das áreas da destruição. Nos primeiros dois dias depois do terremoto, com informações desencontradas sobre o acesso a esses lugares, imaginei que não seria tarefa das mais fáceis.
De fato não foi, mas o mais difícil nem foram os buracos da estrada, e sim descobrir um meio de chegar até lá. De novo, sempre a língua dificulta muito todos os passos aqui na China. Acompanhando freneticamente o noticiário na TV, logo decidi para onde iria: Dujiangiyan. A localidade é a área afetada mais perto de Chengdu, onde estou hospedada, e muitos voluntários estavam conseguindo ir até lá. Também foi neste ponto que o premiê Wen Jiabao fez sua primeira visita às vítimas do tremor.
Uma vez em Chengdu com esta idéia fixa, comecei a procurar alguém que me desse uma dica, pelo menos, de como viajar para Dujiangiyan. No primeiro dia, fui apresentada a uma chinesa, Jessie, que trabalha numa empresa de seguros e estaria indo a trabalho na manhã seguinte para lá. Tanta sorte tão rápido seria demais. Pedi carona, mas receosa de levar uma estrangeira a uma área de risco (os chineses são muito preocupados com a imagem do país no Exterior e a integridade de seus visitantes), não topou e me aconselhou a não ir.
A partir daí, vários boatos surgiram - estrada interrompida, estrangeiros proibidos de entrar, engarrafamentos impossíveis -, mas também outros depoimentos mais animadores, de pessoas (jornalistas, inclusive) que já haviam estado no local e diziam que era relativamente tranqüilo chegar. Ou seja, não desisti, mas acordei ontem sem ter a menor idéia de como começar.
Na falta de idéia melhor, usei o modelo turismo: perguntar na recepção do hotel. Lógico que não funcionou, os funcionários me deram apenas uma risada nervosa quando pedi a dica. Acompanhada da Sara, uma espanhola e moradora de Chengdu que conheci no primeiro dia aqui, tentei longas negociações, que às vezes avançavam e novamente retrocediam com taxistas, guias de turismo, motoristas profissionais. Também estas pessoas achavam o pedido estranho, tinham medo, acreditavam nos boatos que diziam que não seria possível, etc.. Até que lá pelas tantas, encontramos (ou melhor, a Sara encontrou) um senhor, Liu, que normalmente faz pesquisas na área rural (isso foi tudo que entendi da tradução me passada) e desde o terremoto transporta de jipe pessoas que, como eu, tenham algum motivo para ir ao encontro da tragédia.
A equipe, no entanto, não estava completa. Era preciso ainda contratar um tradutor. Além de o motorista só falar chinês, queria alguém que ajudasse a entender em inglês o que meus olhos veriam em português, mas não conseguiriam ouvir ou falar em chinês de jeito nenhum. Essa parte foi fácil. A Sara novamente, sempre ela, me emprestou Cherry, uma jovem de 21 anos que trabalha para ela.
Já depois do meio-dia, embarcamos para uma experiência que levarei tempo para entender completamente, embora seja meu trabalho escrever, falar, registrar em fotos e vídeos e publicar tudo o mais rápido possível.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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