Na China, se fala chinês. E praticamente só chinês. Não tem aquela de se virar com o inglês. Também não adianta enganar no mandarim. A série de entonações e diferenças aparentemente sutis - mas de fato fatais - na pronúncia das palavras faz com que a comunicação seja praticamente impossível. Por isso, como turista, é preciso se preparar muito bem antes de cada ação, cada deslocamento, para evitar maiores perrengues. Dentro deste contexto, pegar táxi é quase sempre uma aventura, mas também normalmente uma solução. Os taxistas não falam nem hello, mas na maior parte das vezes (pelo menos até agora) têm boa vontade. Isso não quer dizer que sejam extremamente simpáticos, mas são mui cumpridores.
E como fazer para dar certo?
1 - Mostrar o endereço em mandarim
Na primeira vez em que ficamos sem a Jana como guia, queríamos ir da Cidade Proibida para a Wangfujing (a rua do comércio e dos bichinhos). No restaurante, a sempre salvadora Jana pediu para uma das garçonetes escrever em mandarim (ou seja, com caracteres chineses) o endereço. Dito e feito: mostramos os desenhos para o taxista e ele nos deixou lá. Como essa idéia não é tão original, a maioria dos guias e mapas apresentam os endereços dos locais turísticos escritos com os caracteres. No entanto, já ocorreu de querer me deslocar até uma região (hutongs de Houhai) e não achar em nenhum lugar a escrita. A solução foi indicar um templo famoso que fica no local. E funcionou.
2 - Ligar para um falante da língua chinesa
Voltando ao primeiro dia em que fomos a Wangfujing, usamos a mesma técnica do endereço para tentar retornar para casa (o apartamento da Jana onde estávamos hospedadas). Mostrei uma mensagem de celular, com os caracteres mágicos. Mas aí, já complicou. Por não ser um endereço conhecido, o motorista não sabia como chegar até o local (o que eu descobri na linguagem dos sinais). É neste momento que entra a segunda tática, uma ligação. Telefonei para a Mariana, uma amiga chinesa da Jana (que também fala português) e que explicou para o taxista onde ele deveria nos levar. De novo, deu tudo certo.
Até dar certo, no entanto, sempre fica uma sensação de que pode não dar. Bate uma insegurança, porque simplesmente o domínio da situação fica totalmente com o taxista. É ele que dirige para onde ele diz (em chinês!) ter entendido que queremos ir. Por isso, a aventura. Aventura esta que só aumenta de acordo com a personalidade do taxista. No terceiro dia em Pequim, por exemplo, pegamos um motorista nervoso, louquinho, que recortava, buzinava, andava por cima das calçadas, desviava por vias laterais... e o que é mais estranho: ninguém reclamava ou buzinava de volta. Lá pelas tantas, nervoso, ele pediu para fumar, com o que obviamente concordamos até chegarmos ao destino final. Hoje, já em Xangai, sentamos num táxi, mostramos o mapa com o endereço, e o taxista pegou o telefone. Gritava, por uns 10 minutos (ai, que medo) com alguém, até que me passou o telefone (e ai, que susto). Do outro lado, em inglês, havia um homem pedindo mais informações de onde queríamos ir para ajudar o motorista. E de novo, tudo certo. Em ambas as situações, a solução acabou sendo perfeita.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
e-mail
delicious
Facebook
LinkedIn
twitter
www.flickr.com |
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.