Feira em Cochabamba, Praça Murillo em La Paz e paisagem bolivianaFoto: Irmgard Klix |
Em janeiro, a Irmgard Klix, minha mãe, começou a relatar aqui uma viagem que fez de ônibus pela América Latina e prometeu mais posts com suas aventuras. Demorou, mas o segundo capítulo apareceu: Aí:
"Bem, após ter prometido escrever sobre a minha viagem a Machu Picchu, muitas coisas imprevistas aconteceram neste verão que está chegando ao fim. Principalmente, nasceu a nossa netinha Marina, que no seu afã de vir ao mundo adiantou-se em sete semanas, dando-nos um susto – que não passou disto. Agora, está saudável e linda, sob o cuidado e carinho dos pais Fabíola e Renato, e vamos ao que interessa:
Quando entramos na Bolívia, saindo da Argentina, a paisagem se modifica muito, pois começamos a subir em direção ao altiplano – uma região plana entre as duas cordilheiras dos Andes, com uma paisagem bastante inóspita de coloração nos tons outonais. O capim é meio ocre, as casas são de barro marrom (o que as mantêm aquecidas) sem janelas (para não entrar o frio) e cobertas com palha de um capim local, as poucas árvores são de uma cor amarelada e a região é habitada pela população indígena. No local, o cuidado com os rebanhos de ovelhas, alpacas ou lhamas é tarefa das índias, que em contraste com o aspecto acromático da paisagem, vestem-se com roupas muito coloridas de tons vivos, o que, aliás, é a base do artesanato (muito lindo e acessível) dos países andinos.
Para chegarmos até La Paz, que está a 3.650m acima do nível do mar e tem 2 milhões de habitantes, passamos por Santa Cruz de La Sierra (1,2 milhão de habitantes) – onde jantamos e fizemos uma caminhada pelo centro da cidade – e por Cochabamba (2.700m de altitude e 400 mil habitantes) – onde almoçamos e também pudemos fazer uma caminhada por uma feira que me lembra as nossas enormes feiras do nordeste com produtos artesanais, manufaturados, frutas, verduras, carnes, pães e muita comida típica.
Preparação para a altitude
Daí em diante a viagem entra no período de adaptação dos passageiros à altitude que iríamos enfrentar em todo percurso. Devo dizer que eu subestimava tal mal-estar quando ouvia viajantes se referirem ao problema, mas efetivamente há toda uma preparação necessária para a situação. Segundo o guia nos informou, nosso pulmão brasileiro teria quase a metade do tamanho do que o dos que lá vivem. Para quem tem mais dificuldade na respiração, o ônibus oferece um tubo de oxigênio, e o guia comprou folhas e chá de coca para tomar e mascar, estimulantes utilizado há milênios pela população indígena (não confundir estes produtos “in natura” com a cocaína industrializada, flagelo da drogadição!).
Ao chegarmos em La Paz, à tardinha, o centro da cidade, onde ficamos hospedados, era algo muito confuso, com um trânsito caótico e muitas buzinas. O hotel onde ficamos tem comprimidos para oferecer aos hóspedes com mal estar e até médico de plantão para ser chamado, caso necessário. O guia nos informou que nunca precisou retornar algum passageiro, todos acabam se acostumando com o ar mais rarefeito da altitude."
Mais: Ida & Volta a Machu Picchu - Parte 1
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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