Foto: MARCOS NAGELSTEIN, BD |
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ENTREVISTA FRANCISCO FRAGA, SECRETÁRIO DE GOVERNO DE CANOAS
Considerado pela Procuradoria Geral da República a principal engrenagem do esquema de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito investigado na Operação Solidária, o secretário de Governo de Canoas, Francisco Fraga, avalia as denúncias como uma grande armação política. Sem apontar inimigos, porém, Fraga prefere se concentrar na preparação de sua defesa. Uma das primeiras medidas foi a contratação de um advogado para ter acesso a uma cópia do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal. Lamentando o "estrago na sua imagem", o secretário descarta qualquer hipótese de afastamento do cargo. A seguir os principais trechos da entrevista concedida por Fraga a ZH por telefone:
Como o senhor avalia os acontecimentos dos últimos dias?
Francisco Fraga – É um tremendo estrago na minha imagem. Contratei um advogado e já entrei com um pedido no Supremo Tribunal Federal para ver esse processo. Quando eu ler a documentação vou poder me posicionar. Porque o que apareceu no jornal até agora não é verdade. Não tenho 25 imóveis, não tenho isso tudo em carros. O que eu tenho está declarado no Imposto de Renda. O que existe são transações que eu pratico há mais de 30 anos. Se for contar, já fiz mais de cem transações de imóveis e 500 envolvendo carros.
O senhor teve 12 linhas de celular grampeadas. Por que o senhor usava tantos telefones?
Fraga – Isso é outro absurdo. Os telefones da minha esposa e dos meus três filhos estão entre os 12. Cheguei a essa quantia somando os telefones dos meus familiares. Acredito que seja isso. Mas não tenho 12 telefones.
A sua esposa trabalha para o deputado federal Eliseu Padilha?
Fraga – Ela sempre trabalhou com ele no escritório de Porto Alegre. Hoje não trabalha mais.
Ela foi exonerada quando?
Fraga – Prefiro deixar de fora a questão particular da minha esposa.
E quanto à suspeita de que ela seria uma funcionária fantasma?
Fraga – Por enquanto eu vejo tudo isso como um ataque político. Tenho sido pautado até agora por Zero Hora.
O senhor fala em trabalho político. Qual seria o adversário nesse caso?
Fraga – Vou fazer minhas ilações, como o jornal faz, a partir da leitura do processo.
Qual é a sua relação com as empresas suspeitas de participar do esquema de lavagem de dinheiro nas verbas do programa Pró-Canoas?
Fraga – Tenho relações com todos os empresários que prestam serviços à prefeitura. Eles me procuram quando há algum problema com obras, por exemplo.
O senhor pensa em se licenciar do cargo de secretário?
Fraga – Não. Você acha que cometi algum crime? Tenho convicção de que não cometi nenhum crime. Por isso não vou me licenciar. Se fosse culpado, provavelmente já teriam me prendido.
O senhor acha que o procurador foi irresponsável ao se referir ao senhor no inquérito?
Fraga – Não acho que o procurador seja irresponsável. Ele pode falar o que quiser. Vou olhar o processo e tomar o meu caminho.
O senhor conversou com o deputado Eliseu Padilha (um dos citados no inquérito federal) nos últimos dias?
Fraga – Eventualmente. Mas não falo só com o Padilha. Em Brasília, converso com o senador (Sérgio) Zambiasi e com o Padilha. Às vezes, com os dois juntos. Converso com todos que possam me ajudar a trazer recursos para Canoas.
O senhor tem uma relação de amizade com o empresário Marco Antônio Camino, da MAC Engenharia?
Fraga – Sempre conversei com todos os empresários. Mas não tenho nenhuma afinidade, nenhuma relação fora da prefeitura.
Relatos com as principais notícias sobre política e economia, produzidas pela Sucursal Multimídia da RBS em Brasília. Bastidores, entrevistas, reportagens especiais e um olhar apurado sobre o comportamento das bancadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no Congresso Nacional Leia os termos e
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