Assim como os terroristas do 11 de Setembro, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, que tentou explodir uma avião da Northwest Airlines na noite de Natal, nos EUA, tambem nasceu em uma família rica e estudou nas melhores universidades da Europa. Ao contrário do que poderia se supor, talvez esteja justamente na vivência europeia uma explicação para o fato de jovens ricos e bem educados se transformarem em terroristas.
Na Inglaterra, onde o filho de banqueiro Abdulmutallab estudou engenheria mecânica, ou na Alemanha, onde alguns dos terroristas do nine-eleven obtiveram diplomas de graduação, os imigrantes árabes e africanos - mesmo os ricos - se sentem culturalmente discriminados, rejeitados. Da sensação de deslocamento, nasce o ressentimento. E é esse ressentimento, muito mais pessoal do que religioso, que alimenta o ódio ao Ocidente - instrumentalizado, depois, pela Al-Qaeda.
Enquanto os órgãos de segurança dos EUA endurecem as restrições ao ingresso de viajantes pobretões do Oriente Médio e da África, os verdadeiros terroristas estão nesse momento cevando seu ódio ao modo de vida ocidental em algum café chique de Londres, Berlim ou Paris. O perigo mora ao lado. E veste Armani.
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