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Com alguns extras, reproduzo aqui a matéria publicada hoje no caderno ZH Digital falando sobre a aventura gaúcha de ônibus para o principal evento de tecnologia do país: Foi cantarolando "A dois passos do paraíso", antigo sucesso da banda Blitz, que um grupo de gaúchos chegou no dia 19 ao evento de tecnologia Campus Party Brasil, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Não podia haver trilha sonora mais apropriada para o ônibus que partiu de Porto Alegre 24 horas e 30 minutos antes. - Foi proposital - avisou o DJ improvisado. Na verdade, partiram dois ônibus de Porto Alegre, com um total de 70 pessoas, incluindo a reportagem de Zero Hora. A excursão ainda passou por São José (SC) e Curitiba (PR), onde subiram mais campuseiros - como são chamados os participantes do evento. O Rio Grande do Sul ficou com a terceira maior delegação do encontro: 377 pessoas entre as 6,7 mil inscritas. Claro, nem todas acamparam. - Fizemos um gato - brinca um dos participantes. Os tunados Se a inspiração para o casemod, o tuning dos computadores, veio dos carros de corrida, não faltou na Campus Party quem levasse a prática ao pé da letra. Saulo Ricci (foto ao lado), 26 anos, de São Paulo, montou uma empresa para vender micros no formato de automóvel: - Queria mudar radicalmente os casemods, tirá-los dos gabinetes tradicionais, justificou. Só a carcaça de um gabinete desses sai por R$ 299. Em dois dias de evento, Saulo já tinha conseguido quatro clientes. O queridinho Nada fez tanto sucesso na Campus Party deste ano quanto o software DC++. Era usado pelos campuseiros para trocar arquivos rapidamente em uma espécie de rede interna. O motivo: para conteúdo baixado direto da internet, de nada adiantaria a alta velocidade de download do evento se o servidor que tivesse o arquivo desejado contasse com baixa capacidade de upload. Quando ZH teve acesso ao aplicativo, às 23h de quarta-feira passada, havia 235 usuários conectados e 16 terabytes de dados indexados. É o que os campuseiros chamam de cultura do compartilhamento: - Pirataria envolve dinheiro. Se eu posso emprestar um CD para um amigo, por que não passar adiante uma música que baixei? - questionava um campuseiro. O Dr. Brown Aí na foto está o querido Xandelly, que durante a Campus Party incorporou o personagem Dr. Brown, do filme "De volta para o futuro". Ele acampou com a mulher e os três filhos no evento. - Para mim, isso é um spa tecnológico – afirmou Xandelly (ok, esse é o seu nick na comunidade de casemod, porque o seu nome é Carlos Alexandre). Ele tirou uma semana de licença do trabalho (é analista de suporte), foi a um cabeleireiro para produzir o visual (descoloriu o cabelo e o mantinha ''armado'' graças a fixador). Claro, claro, na Campus Party, exibiu sua supercomputador com refrigeração à água, projeto avaliado em R$ 15 mil. Tem até uma TV digital com tela de 7 polegadas acoplada ao gabinete. Fotos: Vanessa Nunes Posts relacionados: Água fria: o banho no acampamento nerdPara pessoas interessadas em tecnologia, um evento como a Campus Party é o paraíso: robôs, computadores tunados, palestras técnicas, debates sobre rumos da internet e, claro, uma conexão de altíssima velocidade. Como o encontro funcionava durante 24 horas por uma semana (terminou domingo), os participantes dormiam em barracas cedidas pela organização em um mega-acampamento montado próximo às bancadas de computadores. Os gaúchos viajaram com colchonetes, travesseiros e produtos de higiene para o banho nas duchas improvisadas em contêineres.
O ambiente descontraído e colaborativo que marca a Campus Party também invadiu a viagem dos gaúchos. Para pôr música no ônibus, um participante emprestou o seu computador, devidamente alojado sobre uma bancada preso a fitas adesivas (imagem ao lado). A trilha sonora era alimentada por pen drives dos viajantes. E quando acabasse a bateria do micro? De novo, o jeito era improvisar - no caso, um ponto de eletricidade para recarregar os eletrônicos (foto abaixo).
Também não podia faltar internet. Isso ficava por conta dos modems 3G, para banda larga móvel. Isso quando essa tecnologia não os deixava na mão, com as seguidas quedas do sinal. Mas aí era só fechar o laptop e conversar uns com os outros. O trajeto já pincelava o que seria o forte da Campus Party: conhecer pessoas e trocar experiências. O bom e velho networking.
Vanessa Nunes é colunista de tecnologia dos jornais Zero Hora, de Porto Alegre, e A Notícia, de Joinville (SC). Nasceu em Butiá (RS) há 26 anos e é jornalista formada pela Fabico/Ufrgs. Por que uma foto com um laptop sobre a cabeça? Descobre clicando aqui. E-mail: vanessa.nunes@zerohora.com.br Acompanhe o blog no Twitter @blogdavanessa Faça parte da comunidade do blog no Orkut, acessando AQUI
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