O Gre-Nal é jogo único, especial e espetacular. Vi confronto parecido, como Atlético e Cruzeiro, nada parecido, como Santos e Corinthians, Palmeiras e Santos, Fla-Flu ou Manchester United e Liverpool ou ainda Inter e Milan, ainda não pude presenciar ao vivo um Boca e River na Bombonera, nem Real Madrid e Barcelona no Santiago Bernabeu.
Assisti ao clássico que supera todos os outros em voltagem, Celtic e Rangers, na Escócia. Mas aí religião veste calção e chuteiras, uma das torcida, por exemplo, canta hinos pornográficos com o Papa e tudo se transforma numa guerra que sai do estádio, entra nos pubs e se espalha pelas avenidas e casas de tijolo de Glasgow.
Gre-Nal é um jogo raro, esperado, aguardado, marcado no calendário dos gaúchos.
_ No Gre-Nal a gente mata eles.
A frase acima é a mais ouvida nas conversas entre torcedores de ambos os lados. O Gre-Nal tem poder redentor, tem força de destruição. Se tudo está mal, o clássico pode salvar uma torcida do desespero ou, por outro lado, enterrá-la por tempo indeterminado.
A injusta Copa Sul-Americana convocou dois clássicos para a sua primeira fase. Líder do Brasileirão, o Grêmio nem ligou, escalou um time reserva e arrancou um insuspeito 1 a 1 (obrigado pela correção, leitores) no Beira-Rio.
O Grêmio repete os reservas. O Inter escala o melhor ao alcance de Tite, dono do grupo de jogadores mais caros do Brasil. O Grêmio acerta na preservação dos 11 que lideram o Brasileirão. O Inter também acerta ao reservar ao Gre-Nal o que de melhor existe ao seu alcance.
A Copa Sul-americana é uma saída se o G-4 não vier. É um titulo, menor, porém continental. Dá prestígio e algum dinheiro.
O Gre-Nal, se diz, sempre se afirmou, não conhece favoritos antes do pique inicial da bola. As duas camisas superam o poder dos jogadores. Jogariam sozinhas em noite nublada e de vento em estádios mal iluminados.
O certo é que o clássico se transformou em algo inédito neste final de agosto. Jogadores da maior folha de pagamento do Brasil enfrentando os reservas do Grêmio. O Inter que entra em campo é quase o mesmo do Gre-Nal do 1 a 1, mas já tem mais jogos, os jogadores se conhecem melhor e ainda conta com Alex. A vitória é uma necessidade. É ar puro.
Se o Inter for eliminado do torneio continental pelos reservas do adversário número 1, uma crise enorme pode se abrir no Beira Rio. O tamanho só se verá depois da partida contra o Sport, em Recife, na seqüência do Brasileirão. Desta vez, a obrigação de vitória é toda colorada. Ou você tem alguma dúvida?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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