O Inter só se arruma rapidamente com a misteriosa ajuda divina. O futebol aceita soluções caídas do céu, mas não por longo tempo. Futebol se faz com os pés no chão, com o coletivo, com a repetição, com seqüência de jogos, com um time estruturado.
Não adianta insistir e escalar um pilha de novos e bons jogadores e esperar que eles possam fazer a grande diferença logo nos primeiros 90 minutos oficiais. Nunca fizeram, qualificados ou não, ainda mais com jogadores que atravessam um período de adaptação, que ainda buscam a melhor forma física e técnica, que ficaram 60, 100 dias sem jogar.
O correto, o mais inteligente, o seguro, seria escalar os novos e bons reforços cada um ao seu tempo, observando o melhor momento dos atletas, mas sempre respeitando o coletivo. Nada foi feito assim.
Daniel Carvalho, por exemplo, está vergonhosamente acima do peso, ao menos para um jogador de futebol de alta competição. Em forma, ele joga mais que a maioria dos locais. Fora de forma, consegue uma ou outra jogada plástica ou faz cruzamentos de bola parada rumo ao gol adversário. Não sei se prejudica aos outros 10, mas em forma poderia ajudar muito, mas muito mais.
Forçado ou não, agindo politicamente ou por vontade própria, Tite apressou uma escalação que povoava os mais férteis sonhos dos colorados. Mas agiu antes do tempo correto. Errou. Fez um time aparecer abaixo da média quando, melhor treinado, poderia ficar bem acima.
Contestado pelas últimas performances do time, Tite escalou15 times diferentes em 15 distintos jogos, talvez mais por necessidade do que por vontade própria. A certeza é que Tite pegou um dos trabalhos mais pesados do país no momento. A contestação é natural, ainda mais depois de Abel Braga, competente ou não, porém técnico dos maiores títulos colorados
A soma dos resultados ruins exibe o péssimo planejamento da direção para o segundo semestre de 2008. Ninguém faz um time vencedor no meio de uma competição nacioal, reunindo os melhores times do Brasil. O Inter corre atrás da máquina no Brasileirão, está completamente afastado do título e precisa de toda a força que tem e a que não tem para somar pontos e tentar beliscar a Libertadores 2009, ano do seu centenário.
Em futebol não se deve duvidar de nada, nem de Celso Roth, do Ipatinga, do Flamengo no Maracanã ou dos freqüentadores da zona do rebaixamento, mas acho que só um entidade superior pode fazer o Inter jogar como time imbatível imediatamente, num curto prazo.
Bom, o Vasco, que roça a zona do rebaixamento, pode informar qualquer coisa mais real sobre o Inter na tarde de domingo na velha arapuca de São Januário.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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