Esquálido, raquítico, magro 1 a 0, porém suficiente, ideal, natural para somar mais três pontos e manter a cobiçada estrela de líder do Brasileirão no inflado peito tricolor. O Ipatinga, que sofreu quatro vezes quatro goleadas de quatro gols em 17 rodadas, não foi uma desgraça por inteiro. Nem parecia o lanterna, o saco de pancadas ideal de 2008. O gol de Perea manteve a regularidade gremista, definiu a vitória no Olímpico.
Ao contrário de outros jogos mais felizes, o coletivo, tão citado e elogiado por Celso Roth, perdeu o ritmo. Os 11 titulares pareciam dispostos a brilhar individualmente, esquecendo que o bom jogo se faz com a soma de todos. Os três homens de meio-campo (William, Rafael e Tcheco) fizeram uma má jornada. Como os maiores acertos da equipe passam pelo trio bom de bola e de marcação, o desequilíbrio foi geral.
O culpado foi o gol de Pereia logo no começo da partida e foi também a fama do adversário. O time imaginou, creio, que a goleada começaria no próximo ataque ou no seguinte. Mas o frágil adversário de outros momentos cresceu, tomou posse de parte do jogo e obrigou Vitor, outra vez, fazer as melhores defesas da partida.
O Ipatinga foi dono do jogo na maior parte dos 90 minutos. Surpreendeu até. O Grêmio, outra vez, perdeu gols e mais gols. Errou em gol, marcou menos, deixou o adversário jogar mais. O empate rondou a área dos gaúchos em algumas oportunidades. O susto correu a arquibancada.
Não seria errado escolher o ótimo goleiro tricolor, o seu grande nome da temporada, como o melhor em campo, como não seria equivocado oferecer ao colombiano Perea o prêmio de destaque. O primeiro pegou tudo outra vez, o segundo fez sorrir os azuis com o gol que adicionou mais três pontos ao seu time na tabela.
Um jogo do Inter, outra vez, está no horizonte próximo do Grêmio. O rival é capaz de sagrar o Tricolor campeão do primeiro turno do campeonato. Basta o empate contra o vice-líder Cruzeiro, em Minas Gerais.
Mas quem é o gremista que vai vestir vermelho vivo na noite desta quinta-feira e vibrar no rádio, na tevê ou no pensamento? Você? O empate, diz em coro a direção, seria bem recebido. Seria? Será?
O certo é que a mão colorada pode alcançar o primeiro turno ao Grêmio e por antecipação. O campeão de inverno não se conta em taça, mas é boa munição para as conversas de torcedores, para outras e melhores cervejas, e para os rosários de teorias da crônica esportiva.
O Grêmio liquidou o mineiro da quarta, o Inter pega o segundo mineiro nesta quinta e o terceiro, Atlético, aguarda Roth e os seus no sábado. O torneio entre Rio Grande do Sul e Minas está recém começando.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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