Noto que a quilométrica fase de transição do Inter ainda não passou. Continua, não tem data para se encerrar. Jogadores chegam e partem com uma naturalidade impressionante. Tudo está sendo empurrado para o futuro e o doce amanhã demora cada vez mais.
Nos últimos dois, três meses, pelo menos, saiu um técnico, um capitão, um reserva emblemático e muitos outros, alguns estão permanentemente com a mala ao alcance da vista. Chegou novo treinador (já alvo de duras críticas), reforços, mas o time não engrenou, apesar do bom desempenho em algumas partidas, como na vitória contra o São Paulo. Exibição de luxo, euforia e a frase mais ouvida era:
Tite era saudado com todos os elogios disponíveis no momento. O time tinha cara e coragem, apesar da "juvenilização" apressada. Um grupo de jovens, juntos, somados, sempre demora um pouco mais para dar certo, engrenar, se fazer adulto. O ideal é usar os garotos aos poucos, oferecendo tranqüilidade, segurança e muita confiança.
O Inter ainda parece traumatizado com as partidas de Abel e Fernandão, o que resolvia quando as coisas não caminhavam bem, falava, enfrentava a adversidade. Ainda não encontrou novo líder, novo farol. Ainda não achou um time de verdade, uma maneira de ideal de jogo.
Os reforços chegam, são elogiados, mas ainda são nomes no papel. Escalações são decoradas, discutidas, mas ainda não podem jogar. Não adianta somar seis bons jogadores e imaginar uma equipe imbatível montada em 180 minutos. Time de futebol é repetição, repetição (Telê Santana, um dos técnicos históricos do século 20, sempre destacava a "repetição"). Um precisa saber quem é o outro, o outro deve saber como o "um" pensa, corre e se movimenta ao seu lado.
O adversário da rodada é um inimigo destruído, abatido, podado de seus principais jogadores. O bom Fluminense da Libertadores, que só não venceu a competição pelos caprichos do futebol (sorte e azar somados), sumiu. O do começo de agosto é outro, debilitado, apático.
O Inter também está longe da sua melhor formação, jamais estaria com Marcão e Andrezinho em campo com a mesma camisa. Mas apresenta Rosinei e a velocidade de Taison e Nilmar podem destruturar mais ainda o Flu no aparentemente gigantesco gramado do Maracanã, uma grande referência brasileira no Exterior, um estádio de culto.
Trata-se de um clássico nacional, qualquer resultado, menos a goleada de um lado ou de outro, é provável.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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