1) Os dois laterais não estão conseguindo qualificar as jogadas ofensivas. Com liberdade, no esquema 3-5-2, eles precisam se transformar em alas, em meias, em atacantes. São fundamentais no processo. Precisam sabem marcar razoavelmente, apoiar muito bem e chutar ao gol. O experiente Paulo Sérgio e o jovem Hélder não conseguem completar as funções exigidas por Celso Roth. Precisam ser substituídos com urgência.
2) A ausência de Roger (amado e odiado por tudo que representa na cultura de futebol do Tricolor) furtou o Grêmio de um cérebro. O tricolor não pensa mais em campo, não aposta no passe, não insiste nos lançamentos, não toca a bola, não tabela. É só chute para o mato porque o jogo é de campeonato.
3) Usar Rodrigo Mendes na função de Roger é pedir para perder, quando muito empatar. Mendes é atacante, nunca um organizador, um pensador. Ele é um finalizador, tem um bom pé esquerdo, chuta forte e ainda entra na área. Fez um gol de cabeça contra o Santos, por exemplo. Mas Mendes é um veterano e é banco, quando muito.
4) A dupla de ataque do Grêmio é de outro planeta, de um mundo onde a conclusão não é obrigatória. Perea e Marcel não casam, não se acertam, não tabelam. Um não serve ao outro, não se sentem bem lado a lado. Um está na Lua, outro viajando em torno de Marte.
5) Ouvi na Rádio Gaúcha, numa entrevista ao repórter André Silva, a palavra de um dos homens fortes de futebol (Luis Onofre Meira, dirigente dos anos Flávio Obino) criticando os jovens jogadores do clube. Não entendi. O futuro é a gurizada. Ou alguém acha que com Jean, Marcel, Mendes, entre outros, o time segue em frente com vitórias ao alcance dos pés?
6) Sem Soares (que ainda não jogou bola na Capital), sem Reinaldo (que fez três ou quatro gols, mas não convenceu), o Grêmio usa o arisco André Luiz, o esforçado Rudinei ou o esbaforido Makelele na hora em que precisa de força, qualidade e bom futebol para virar um jogo. Vai mudar o escore? Não, não vai. Talvez uma vez na vida, e só.
7) Contra o medíocre e atarantado Santos (candidato ao rebaixamento), o time do Grêmio parece ter caído num jogo de Pinball. Era chute para todo o lado, balão, passes errados, lançamentos tortos. Uma confusão inacreditável. Ninguém colocou a bola no chão, onde ela gosta de rodar, pensou o jogo, tocou, correu e foi receber. Os jogadores se esforçaram, correram, lutaram, mas sem um milímetro de raciocínio. O técnico, que ganha para tanto, pede luta e dedicação. Ok. É o básico. E o restante da função do técnico? Que é ensaiar jogadas, oferecer padrão tático, escolher os melhores, fazer o time jogar...? Há três jogos que o Grêmio não inspira mais confiança.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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