Quatro de maio passado o Internacional levantou a taça do Gauchão, quatro de junho afundava no Brasileirão, quatro de julho estava em véspera de exibir cara nova. O Inter de Tite é outro, é novo. Parece que superou a saída de Abel, Fernandão, entre outros. O próximos jogos devem oferecer a verdade sobre o Inter, um no Beira Rio (Goiás), outro fora (Atlético PR).
Razões para euforia não existem aos quilos, mas sobram doses de otimismo depois de duas boas partidas em seqüência, quatro pontos, contra Grêmio e Coritiba. O time está mais organizado e a motivação voltou. Surgiu Taison, voltou Alex, a defesa se postou, o trio de marcadores no meio-campo dá sustentabilidade. Só Nilmar, que continua jogando menos do que pode, ainda é um ser isolado no ataque, sem a devida atenção.
A desoladora posição na tabela ainda assusta, um 11º lugar, seis pontos atrás do inimigo tricolor, longe da faixa dourada da Libertadores, dois na frente do Goiás (nove pontos), o primeiro da zona do rebaixamento.
Do lado azul acontece justamente o contrário. O ex-vice Grêmio fez duas péssimas partidas em seqüência, empacou e já é terceiro, encostado em Vitória e Palmeiras, atrás de Náutico e São Paulo. Ainda respira na zona da Libertadores, mas enfrenta o Santos fora quarta e pode cair mais, refém ainda dos resultados dos seus vizinhos na tabela.
O Grêmio perdeu Roger e entrou em estado de choque. Ele não é supercraque, mas se ajustou ao bom esquema implantado pelo impertinente Celso Roth. A saída do meia, queria ou não o técnico, roubou a criatividade, o cérebro do time. Sem Roger, as jogadas ofensivas secaram como o deserto de Doha. Vestir Rodrigo Mendes com a camisa 10 é quase um acinte. Ele sempre foi um atacante, um finalizador, nunca um preparador de jogadas. Aliás, Mendes ainda precisa provar que continua o mesmo bom jogador de cinco temporadas atrás.
Está certo que Roth perdeu jogadores importantes contra o Botafogo, mas ele mexeu demais no time, tocou em todos os setores, só escapou o goleiro. Jogar com um atacante só, sem garantir a chegada qualificada dos homens do meio, capazes de entrar na grande área ou concluir de fora dela, é quase um suicídio. É derrota programada.
Quanto mais trabalha, e ele é trabalhador, Roth aprende menos. Enquanto vencia, os elogios desciam de todos os lugares, quando perde, e seu time ainda joga mal, as críticas precisam chegar dos mesmo lugares. O terceiro posto é bom, dá vaga na Libertadores, mas é ilusório. Quem viu os últimos 180 minutos do Grêmio sabe do que eu estou falando e não dorme mais.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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