Dunga pensa, pensa, deixa a reformulação para depois e despenca na tabela das EliminatóriasFoto: Ricardo Moraes, AP |
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Ouvi parte da mecânica entrevista de Dunga, em Belo Horizonte. Li os pedaços que faltavam nos sites no meio da tarde. Creio que Dunga ainda não entendeu as críticas depois da derrota em Assunção (2 a 0), dos gritos da torcida ("fora Dunga"), da incredulidade de todos com o modesto quarto lugar da Seleção na tabela de pontos das Eliminatórias África do Sul 2010 depois de cinco rodadas.
- Futebol é isso. Quando você não ganha existe a crítica. Antes, eu era criticado por não colocar o Josué e o Mineiro. Agora que eles estão jogando na Europa e estão na seleção, eles são criticados. Mas não é porque não tivemos o resultado esperado que vamos culpar um ou outro jogador – falou Dunga, sempre atuando na defensiva.
Os poderosos mísseis da crítica foram dirigidos aos volantes Josué e Mineiro, mas tinha o técnico como alvo preferencial. O dupla é símbolo de uma Seleção que não se renova, que usa basicamente os reservas de Carlos Alberto Parreira na Copa da Alemanha. Uma Seleção se idéia de futebol. Uma Seleção sem craques. Uma Seleção que de Brasileira real tem apenas a camiseta amarela e o idioma comum dos jogadores.
Josué e Mineiro ajudaram a fazer do São Paulo um time copeiro e mundial. Puderam trabalhar, ensaiar um esquema, jogar em nome de um grupo. A Seleção é diferente. Precisa de jogadores mais talentosos, capazes de se reinventar a cada jogo, sair das mesmice dos esquema de treinadores de clube.
Dunga peca ao usar os dois. Não por serem Mineiro e Josué. Por serem dois jogadores, entre outros, como Gilberto, Gilberto Silva, Diego, que atrasam a reformulação da Seleção Brasileira. Com eles, Dunga deixa de lado o futuro, dribla o amanhã, não ousa. Não oferece um pingo de esperança ao fã. Deixa o Brasil com sensação de derrota. Ninguém, exceto Dunga e seus, acredita no poder da atual Seleção.
Uma vitória sobre a Argentina não muda nada, um centímetro, pois o jogo é uma exceção, um dos maiores clássicos do futebol mundial. A vitória dá somente um mínimo de fôlego ao técnico. O Brasil precisa de uma nova Seleção. Não por um jogo isolado. mas pela média.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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