Com 11 adversários em campo, o Brasil perdeu de 1 a 0. Com 10, levou outro. Podia ter sido 4 a 0 não fosse o feliz travessão/poste de Júlio César. O Paraguai jogou mais, passou por cima dos três volantes defensivos de Dunga, fez 2 a 0 no Defensores del Chaco com tranqüilidade e aninhou-se na primeira colocação das Eliminatórias Sul-Americanas 2010. Vitória justa, sem reclamação.
Nunca foi tão fácil vencer o Brasil, que começou partida se comportando como uma equipe pequena, medrosa. A Seleção perdeu sua identidade. Nem supercraques consegue mostrar mais. Exibe jogadores que insistem em não jogar bem na Seleção, como Gilberto, Mineiro, Josué, Gilberto Silva, Diego e Robinho.
O técnico Dunga pensou na partida de forma errada. Ele não pode usar no mesmo time Josué, Mineiro e Gilberto Silva. Ao tenta superproteger a sua defesa, perdeu qualidade e criatividade no meio-campo e deixou o ataque órfão. Foi dominado pelo adversário com certa facilidade, que atacou como e quando quis no primeiro tempo.
No segundo tempo, 11 contra 10, ao tentar buscar o empate sem medir conseqüências, Dunga mudou o esquema, subiu ao ataque, mas não deu nada certo. O Brasil terminou o jogo com quatro atacantes e dois meias ofensivos. A Seleção perdeu em Assunção por total falta de equilíbrio nas suas diferentes linhas.
Uma hora, Dunga acha que precisa se defender com tudo. Outra, ele escala quatro atacantes. Uma pilha de atacantes reunidos raramente resolve algo, até porque alguém precisa levar a bola até eles.
Dunga procura, testa e não acha seu time ideal. Dá raras chances aos novos. Prefere os mais rodados. Quarta-feira, em Belo Horizonte, a Seleção aguarda a Argentina. Uma nova derrota pode complicar o futuro de Dunga, se é que ainda existe algum para a sua comissão técnica. Hoje ninguém sabe mais. Menos pelo péssimo jogo no Paraguai, mais pela falta de um time novo, organizado e competitivo. Uma Seleção capaz de fazer sonhar.
Técnico escolhido após o fracasso da Copa da Alemanha, Dunga vestiu o abrigo de treinador sem ter experiência na função. Quase todos aplaudiram a contratação, dizendo que o gaúcho repensaria a Seleção. Traria a vontade de vencer de volta e faria uma nova Seleção.
A nova e competitiva Seleção não existe. Nem um esquema tático definido, uma idéia de futebol. O Brasil, ao menos no momento, está sem uma Seleção confiável, capaz de oferecer um alegre futuro ao torcedor. A Seleção Brasileira cinco estrelas de 2008 é um desânimo só. Depois de dois anos no comando, Dunga ainda não sabe nem que são os seus 11 titulares.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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