Agora você pode me dizer, se puder... Qual a diferença entre Abel Braga e Nelsinho Batista? Os dois deixaram o Inter de mãos abanando em meio aos contratos assinados com o clube em momentos diferentes.
Um tomou o rumo do mundo árabe, mas, antes de entrar no Boeing, anunciou seu amor eterno ao Colorado. O segundo seguiu ao centro do país, assumiu o Corinthians e, antes do jato, disse que o Inter não era um time grande. Os dois saíram por dinheiro. Aceitaram salários maiores. Deixaram o clube em terceiro plano. Pisaram em seus contratatos. Seguiram as regras do capitalismo. Quem paga mais, leva.
Ok, Abel foi campeão mundial.
Nelsinho não ganhou nada.
Abel Braga é ídolo, continua ídolo, apesar da bronca que os dirigentes têm pelo técnico depois da saída sem aviso antecipado. Nelsinho recebe a ira da torcida todos os dias, 24 horas por dia, cada vez que é lembrado. Nelsinho corre o inédito risco de ser vaiado ainda no Aeroporto Salgado Filho antes de assumir.
O nome de Nelsinho aterrissou na mesma pista do aeroporto que acolheu Autuori, Muricy, Tite, Bianchi, Carpegiani, Leão, Falcão, Bonamigo e outros menos votados. Nelsinho é nome capaz de quebrar ao meio a identidade da torcida com a atual direção - muito mais que o de Tite, atacado por um gremismo inexistente na sua vida profissional.
O Inter perdeu o técnico, não achou outro imediatamente e fez do problema a maior crise do ano. Sábado, contra o Botafogo, no Beira-Rio, dependendo da performance do time, a direção deve sentir toda a ira da torcida.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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