Michel Platini (UEFA) e Joseph Blatter (FIFA), D, são os mais poderosos do futebol da Europa e do mundoFoto: AP |
![]() |
Da distante Austrália, do outro lado do mundo, direto de mais um congresso internacional da FIFA, chega uma boa notícia para o futebol brasileiro. A organização que controla o futebol no mundo, que manda e desmanda, lançou uma idéia para fortalecer as seleções _ fundamentalmente as da Europa. O presidente da entidade, o suíço Joseph Blatter, quer que os clubes contem com um máximo de cinco jogadores estrangeiros na formação das equipes no início de partida.
O novo projeto da FIFA já tem até nome: "6+5". Ou seja: os time podem alinhar seis jogadores nacionais na partida mais cinco estrangeiros. O banco de reservas poderia ter, claro, mais cinco estrangeiros. Mas três deles entrariam em campo durante as partidas somente no lugar de outros estrangeiros. Os clubes poderiam continuar contratando um número elevado de atletas de outros países. Mas apenas cinco deles teriam permissão para disputar cada partida.
A proposição da FIFA, a decisão de defender a escalação de seis jogadores nascidos no país do clube mais cinco estrangeiros, não encantou todo mundo. Mas os dirigentes que cuidam de seleções na Europa acharam o máximo. Eles vivem reclamando que a importação exagerada de craques impede o natural desenvolvimento de novos jogadores em seu países. A Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) apóia a proposta.
O outro lado, os donos dos clubes, milionários de dinheiro sem procedência e etc., não aprovaram a sugestão de Blatter e contra-atacaram. Dizem que a ausência de uma legião de estrangeiros vai enfraquecer os times, torná-los menos competitivos, afastar os fãs dos estádios, gerar menos dinheiro em publicidade.
A União Européia (27 governos) também é frontalmente contra a proposta do "6+5", especialmente se afetar os países do seu grupo, onde não há mais fronteiras entre as nações. Onde um espanhol é igual a um italiano ou o alemão ao português. O mercado de trabalho é o mesmo para todos. O Parlamento europeu disse aos Estados membros e às associações esportivas que não aprovem as novas regras que criariam discriminações baseadas na nacionalidade.
A FIFA deseja ver o sistema "6+5" implantado em 2011, protegendo assim a identidade de seleções nacionais como a Inglaterra, por exemplo. O Manchester United é campeão da Europa. O Chelsea da capital Londres é vice. Mas a seleção inglesa está fora da Eurocopa, a copa do mundo das seleções do continente, que começa dia 7 de junho. Somando os dois times, não vemos 11 ingleses em campo.
A Europa deve discutir muito a sugestão da FIFA. O Brasil vai ouvir de longe. O país é exportador. Se a idéia se transformar em lei, os investimentos em jogadores estrangeiros podem cair drasticamente. Talvez os melhores continuem indo ao Exterior de qualquer maneira. Mas não todos, não quase cem por cento.
Ninguém agüenta mais assistir o melhor futebol brasileiro só pela televisão. Olímpico e Beira-Rio merecem ter a sua grama ocupada, nuncaa maltratada, pelos melhores também.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
Leia os termos e condições deste blog
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.