O jejum de gols tricolor passa pela falta de qualidade dos seus atacantes. A dupla titular, Perea e Soares, foge da grande área como o zagueiro da marca do pênalti. A dupla é de trabalhar pelos flancos, pouco ousada no drible e com um aproveitamento de chutes abaixo da média. Eles chutam pouco.
Claro que eles têm qualidades, que podem mostrar mais jogando com um verdadeiro centroavante ao lado, alguém viciado em grande área.
Os dois se dão bem no contra-ataque, contra equipes que jogam mais abertas, em partidas longe de Porto Alegre. Nos jogos do Estádio Olímpico (o Flamengo é exemplo), um atacante de área se faz necessário.
O Grêmio entende que Marcel é o cara, o número 9 capaz de estufar as redes adversárias com certa regularidade. Sua primeira passagem pelo Tricolor foi truncada por lesões e a falta de gols _ cinco em 17 jogos. É média baixa, não faz nem cócegas em chuteiras de verdadeiro goleador.
Marcel tem trocado de time desde 2004 e com uma velocidade estonteante. Sua matéria prima, o gol, esteve escasso em meia dúzia de times e ele os trocou por outros, foi trocando e hoje está de volta ao Sul. Pede uma nova chance.
Com 26 anos, 1m87cm de altura, Marcel passou pelo Olímpico sem brilho e raros fãs lamentaram a sua partida no final de 2007. Marcel é alto, forte e dono de técnica razoável. Tem boa presença na grande área e ainda um chute forte. Seu cabeceio não é bom, algo inusitado para um jogador com a sua altura.
Sob o comando de Mano Menezes, ele teve sérias dificuldades. Quando jogou, atuou isolado no ataque. Às vezes teve imóvel Tuta, jogador com características semelhantes, ao seu lado. Com Perea ou Soares, alimentado por Roger, Marcel pode reencontrar o caminho do gol, que conhecia quando atuava no Coritiba.
De centroavante, o mundo da bola está cheio. De goleadores, a carência é geral. Marcel é a esperança azul do momento A direção bota fé num centroavante que já passou pelo Olímpico, mas nunca justificou a duas palavras que estavam escritas na sua carteira de identidade do futebol: centroavante goleador.
Só o gol salva Marcel, assim como o Grêmio. Lembre: em 180 minutos de Brasileirão, dois jogos, o único gol foi obra de um zagueiro, o Pereirão.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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