Bastou uma trágica e vexaminosa derrota colorada em Recife, 3 a 1, quando podia até empatar, para que baixasse uma limpa nuvem de tranqüilidade no Olímpico. Desgraça no futebol do Beira-Rio é elixir da boa vida na Azenha.
Grêmio e Inter vivem assim desde sempre. E assim a rivalidade se estende através das décadas.
Contra o Flamengo, em Porto Alegre, o Grêmio não é favorito porque os cariocas aparecem melhor do que o Tricolor na temporada. Mas num jogo com os rubro-negros qualquer resultado é normal, fora goleadas que sempre estão fora do cardápio da lógica. São dois times grandes, potências do país.
O Flamengo pode ganhar no Rio Grande, o Grêmio pode vencer no Rio. Ninguém reclamaria.
O desafio do Grêmio é mostrar que pode fazer um Brasileirão conseqüente com que tem em campo, no banco, de Celso Roth ao último atacante. Roth foi criticado pelas suas performances, não por outra atitude qualquer.
Quando o treinador foi bem na linha branca cercada de verde na beira do gramado, como no Morumbi, recebeu elogios. A vitória na capital paulista teve a sua mão.
Os três pontos foram arrancados a partir de um sistema defensivo forte, superprotegido e ainda uma doação especial dos jogadores. Um gol de cabeça de um zagueiro (Pereira) definiu o placar.
Jogando em casa, na perfeita grama do seu estádio, com três zagueiros, o Grêmio precisa provar que sabe atacar. Quem tem alas para completar e qualificar o esquema, que tem volantes com apetite ofensivo e que ainda tem atacantes em condições de marcar.
Perea e Soares devem boas atuações aos gremistas, uma série de gols. Sem gols, atacante é sempre um nada, mesmo que sirva de garçon. Só gols dão vida aos atacantes.
Roger tem três razões para jogar ainda mais motivado:
1) Pela suas declarações de que o Grêmio é a sua casa, por ele encerraria a carreira na Capital, vestindo azul.
2) Pelo fato de ter jogado no Flamengo e passado meio semestre sem ter encontrado o seu melhor futebol. Boa hora para mostrar quem ele é realmente.
3) Pela sua identidade tricolor, o que alguém formado no Fluminense mais quer é ganhar sempre do Flamengo.
Grêmio e Flamengo tem ingredientes de sobra para ser tranformado num grande jogo, potencialmente um dos melhores da temporada. Os cariocas lutam pela manutenção da liderança, os gaúchos lutam para encontrar um novo caminho.
Nota da Agência Globo:
O Flamengo está em desvantagem em relação ao Grêmio nos duelos históricos. Os dois clubes já se enfrentaram 83 vezes, com 28 vitórias gaúchas contra 25 do rubro-negro. Aconteceram 30 empates.
Em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro, a vantagem também é gremista. Em 42 jogos, foram 15 vitórias do Grêmio contra 13 do Flamengo. O duelo terminou empatado outras 14 vezes. O rubro-negro marcou 46 gols e sofreu 49.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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