Celso Roth foi saudado em Ivoti com o coro celebrizado em Tropa de Elite, o filme, campeão de bilheterias no Brasil:
- Pede pra sair - repetiam os torcedores gremistas colocados atrás das telas de arame do aconchegante Estádio dos Eucaliptos.
O grito acompanha quem não faz parte da Tropa de Elite. Roth não está na relação dos melhores técnicos do país. Seus times correm, claro. Muito. Sempre jogam, pouco, os resultados mostram. Ficam parados na metade do caminho. Afastados das grandes decisões.
Motivo de gozação, o jogo em Ivoti é o preço que o Grêmio paga, além de um salário mensal superior aos R$ 100 mil, por oferecer o comando do time ao caxiense Roth. O amistoso pífio, sem sentindo, contra um adversário amador, que não conseguiria incomodar nem uma equipe da categoria de base do Grêmio. O melhor que o Grêmio levou de Ivoti, uma bela comunidade, foi o carinho do torcedor.
A vitória de 3 a 0 significou zero de aproveitamento. Não é possível avaliar um profissional numa disputa de 90 minutos com amadores. Quem avalia, comete enganos.
Roth ainda é a má notícia que persegue o Tricolor, depois de dois fracassos (Gauchão e Copa do Brasil) consecutivos em 72 horas, algo inédito na história centenária do clube. A boa é a volta de Tcheco, jogador muito contestado na temporada passada.
Tcheco tem qualidade técnica e liderança. Ajuda a organizar o meio-campo, soma ao grupo e ainda é uma figura positiva no vestiário. Mas já se sabe que ele é coadjuvante. Nunca o protagonista. Tcheco se apresenta no Olímpico em junho.
Quatorze dias antes da estréia no Brasileirão, contra o São Paulo, no Morumbi, o Grêmio ainda não tem um time titular, nem um esboço, pior, uma esperança. Ninguém sabe dizer o nome dos jogadores, do um ao 11.
Mesmo sabendo, do um ao 11, raros esperam que o Grêmio dispute o título do Brasileirão 2008. Poucos imaginam o time lutando por uma vaga na Libertadores, acomodado entre os quatro melhores da competição.
Falta técnico, grupo, talentos, confiança e esperança. A maioria, por certo, vê o Grêmio lutando dia e noite para não voltar ao pântano da Segunda Divisão. Se usar o time que jogou em Ivoti (3 a 0) é segundona quase certo. Com Celso Roth no comando tudo é possível – menos uma boa performance.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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