O Inter usa o atacante que todos os grandes times brasileiros gostariam de chamar de seu. Nilmar é uma unanimidade nacional. Não é “ainda” uma certeza na Europa porque sua passagem pelo Lyon foi discreta.
Nilmar era novo demais. Sentiu o peso da transferência, um país desconhecido, um outro clube. Não conseguiu lidar bem com a realidade francesa.
Tudo bem, tudo normal, pois no seu retorno ao Brasil (Corinthians) ele voltou a exibir a mesma bola que o havia levado os estádios europeus, onde vive o futebol de verdade, o melhor que o dinheiro pode comprar (se o mercado europeu fosse ficção, se os melhores do mundo jogassem nos nossos campos, a maioria dos jogadores brasileiros dos nossos times de hoje estariam disputando uma Série C, talvez reservas da Série B).
Nilmar tem contra seu futebol de arranques, dribles e gols uma série de lesões. Desde o ano passado que o jogador luta com seus joelhos. Lesões agora superadas, menos as musculares, normais, que abatem todos os atletas.
O ágil Nilmar é também perseguido pelos jogadores violentos. Como o carrinho com os dois pés que sofreu de Aelson na decisão com o Caxias (2 a 1). Foi criminoso. Jogadores assim, jogadas com tal maldade, são punidas com cartão vermelho.
O juiz Márcio Chagas preferiu um raquítico amarelo. Chagas tem o dever de proteger os melhores contra a violência. Não o faz. É ainda um árbitro em fase de aprendizado.
O Inter não foi perfeito ao pisar na final do Gauchão, ao despachar outro aprendiz, o Caxias. Chegou perto do ideal com uma atuação de alta qualidade de Alex, o melhor jogador em atividade no Estado e o destaque do jogo, especialmente no primeiro tempo.
Ele fez na temporada a série de gols que a torcida imaginava que seriam assinados pelo goleador Nilmar – que passou outra jornada sem gol e foi substituido por Iarley.
O Oscar de melhor jogador do Gauchão é de Alex, sem dúvida - o de coadjavente seria do goleador Mendes. E o de diretor? De Abel Braga?
Não julgo Alex apenas pelo seu trabalho coletivo, marcação, passes, lançamentos, mas também pelos seus gols. Pela média, regularidade.
A lesão de Alex, logo no começo do segundo tempo (e que ainda precisa ser melhor avaliada), foi a pior notícia da tarde festiva. A carreira de Alex no Beira-Rio sempre foi atrapalhada por problemas médicos. A torção no tornozelo é mais recente e chega na pior hora, 72 horas antes da decisão em Porto Alegre com o Paraná pela Copa do Brasil. Jogo em que o Inter precisa vencer por três gols de diferença.
Uma partida em que os gols de Alex, na melhor fase da sua carreira, podem fazer toda a falta do mundo. Mais ainda do que Guiñazu, que também saiu machucado antes do final.
A vitória sobre o Caxias foi totalmente natural, quase um ensaio para o encontro suado da próxima quarta-feira, no jogo mais importante do Inter na temporada.
Repetindo a atuação do primeiro tempo, o Inter engole o Paraná. Sem Alex e Guiñazu, o cenário é outro, muito mais problemático.
Ao usar Jonas, Abel Braga deu mais consistência defensiva ao time. Alex soltou-se. Guiñazu foi junto. Fernandão melhorou. O Caxias não resistiu.
O Inter segue favorito ao título no dia 20 de abril, dia que garantiu vaga aos dois jogos finais, decisão no Estádio Beira-Rio. Entrou assim na temporada, favorito. Sua presença na final é natural. O título é uma certeza pela qualidade dos seus jogadores.
Ou alguém ainda crê no Interior gaúcho? Que o Juventude possa fazer alguma coisa depois do feito em Santa Maria? Reviver um fantasma perdido em alguma curva íngreme da Serra? Dizer que o verde é cor do Rio Grande e Mendes o seu grande centroavante?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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