O carioca Abel Braga é um técnico contestado no Beira-Rio. Não é uma unanimidade junto aos torcedores. Nunca foi, nem nos seus melhores momentos no Inter. Não sei se pode ser um dia. Em certeza época foi até batizado por vaias, gritos e pedidos de demissão.
Nem o título mundial e o da Libertadores (algo extremamente difícil de ser conseguido) melhoraram a imagem do treinador. Os críticos mais ferozes gostam de tirar de Abel até mesmo os méritos da conquistas de Yokohama.
Preferem oferecer todos os louros ao presidente Fernando Carvalho e aos jogadores, que teriam determinado o esquema tático para o histórico jogo com o Barcelona. Mas é um exagero, claro.
Considero Abel um dos bons técnicos do futebol brasileiro. Ele está na média, abaixo apenas de Vanderlei Luxemburgo e de Muricy Ramalho, ao lado de outros como Leão, Mano, Geninho.
Depois de sete vitórias consecutivas em 34 dias, o Inter levou 2 a 0 do Paraná (time da Segunda Divisão), em Curitiba. Um resultado horroroso, pois no jogo de volta da Copa do Brasil, quarta-feira, no Beira-Rio, o Inter precisa vencer por uma diferença de três gols para seguir na competição.
Se a vitória em Caxias, nos descontos, foi creditada ao esquema do técnico, como ele mesmo salientou depois da partida pelo Gauchão, em diferentes microfones, a do jogo com o Paraná entra nesta mesma conta. Abel acertou no primeiro. Errou no segundo tempo do segundo jogo fazendo algumas mudanças táticas sem sentido.
Ok, Abel errou como todos os técnicos erram de vez em quando. Mas fica fácil depositar o chumbo da culpa nos ombros do treinador.
Ao lado das falhas de Abel, enormes, foi possível observar outros problemas sérios e definitvos para a surpreendente derrota: a falha de Clemer no primeiro gol, a péssima atuação de Bustos, a falta de articulação no meio-campo, a atuação ruim de Nilmar, a inoperância de Roger, a ausência de oportunidades de gol e a má atuação coletiva e individual do time.
A frustração pela derrota foi enorme. O jogo era de afirmação para o Inter. O 2 a 0 semeou preocupação no vestiário colorado especialmente porque a Copa do Brasil é o projeto de vida do Inter em 2008, um atalho fabuloso para a Libertadores 2009.
A luz no final do túnel da próxima semana é que o Inter tem time para fazer 3 a 0 (ou mais) no Paraná em Porto Alegre.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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