2 de setembro de 1999: no passado foi a mesma coisaFoto: Arivaldo Chaves, ZH |
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Internautas, amigos, colegas e gremistas (e até colorados) de diferentes idades, idéias e lugares perguntam espantados quais são os reais motivos que seguram Celso Roth no Olímpico. Eu já pensei, perguntei, pesquisei e não encontrei nenhuma razão inteligente para tanto.
Uma que me puxou rapidamente, o financeiro, não pode ser verdade. Roth já custou uma fortuna, pelas duas competições jogadas de cima do último degrau da arquibancada do estádio sem pára-quedas. O técnico vai custar o dobro se naufragar no Brasileirão – algo natural se examinar o seu retrospecto recente, algo óbvio se um curioso observar a sua média em outros torneios. Roth é uma temeridade.
Ao fixar Roth, ao confiar em Roth, o Grêmio joga uma bola nas costas da sua torcida. Durante os últimos anos, os fãs foram o fator de desequilíbrio em jogos no Olímpico, lotando o estádio, gritando, vibrando, carregando o time como um 12º jogador, um Pelé fora dos gramados.
A torcida se transformou em exemplo nacional de vibração – embora uns poucos tenham cometido alguns excessos condenáveis. Em volta dos bons e saudáveis, sempre grita um vândalo, um pateta holligan.
Ou como disse uma amigo na roda do chope, paulista, torcedor do Palmeiras, onde Roth já trabalhou:
– Roth rouba a motivação dos fãs, aniquila com o desejo de torcer.
Ou ainda como contou o Daniel Feix, colega de ZH:
– No jogo do Juventude, um cara gritou: "em 99 eu gritei fora roth. vou precisar fazer isso de novo quantas vezes pra direção entender?"
O que era engraçado, se tornou trágico...
Já escrevi que Roth destruiu em sete dias e alguns segundos o elo que aproximava a administração Odone da torcida, grupo fiel e decidido durante 40 meses.
O Grêmio, que começa outra vez a temporada no quarto mês de 2008, está deixando a torcida no banco de reservas. Acha que pode caminhar sozinha com Roth. Não pode. Até os quero-queros, habitantes da boa grama do Olímpico, sabem que uma campanha com torcida murcha é o mesmo que tentar remar no deserto do Saara.
Aliás, o único que ganhou com toda a monumental crise do Grêmio foi justamente Celso Roth. Ele continua empregado, ganhando o mesmo e sem advertência. Mais ainda, elogiado e apontado como solução.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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