O mata-mata das quartas-de-final do Gauchão, edição 2008, começou sem surpresas, nenhum atropelo. A Dupla venceu fora da Capital. Jogou como vinha jogando, na média, sem exibir nada de especial, nada de espetacular.
O Grêmio passou pelo Juventude, na vitória mais valorizada da nova fase (2 a 1) da competição. O Inter passeou em Canoas. Fez 4 a 1 na Ulbra. Se fizesse dois mais ninguém sairia dizendo que o escore foi absurdo.
Os grandes jogarem bem, embora tenha enfrentado adversários completamente distintos. Na escala gaúcha, a Ulbra é muito inferior ao Juventude. Os dois exibiram o mesmo futebol que vinham mostrando na competição regional. Acompanharam as suas médias.
O Grêmio surpreendeu com uma escalação nova, onde Rudinei ganhou a posição de terceiro homem do meio-campo e fez bom jogo. Reinaldo saiu do anonimato e marcou duas vezes.
O Inter usou os reservas Clemer e Jonas nas vagas de Renan e Edinho. O time não sentiu a ausência dos titulares. Alex fez dois, manteve a regularidade, o posto de o jogador mais decisivo do Inter na temporada.
A Dupla dificilmente perderá a vaga nas semifinais. A probabilidade do Internacional cair é a mesma de o Lago Guaíba engolir o Beira-Rio. Tudo se direciona para o Gre-Nal, dois jogos, duas decisões, matar ou morrer.
Mas qualquer tese ou opinião sobre o jogo, favorável ao Grêmio ou ao Inter, será imediatamente detonada por alguns leitores. Estranho Estado o Rio Grande do Sul, estranhíssimo, onde qualquer opinião, qualquer uma, venha de onde vier, é classificada de azul, se favorável ao Tricolor, ou de vermelha, se apoiar o Colorado.
Nunca vi lugar parecido, e olha que já morei em outras capitais do Brasil e da Europa, acompanhei alguns dos maiores clássicos do mundo, especialmente na Inglaterra. Basta um NÃO contra qualquer um dos dois, destacar um jogador e não o outro, criticar ou elogiar e lá vem pancada e a frase definitiva:
– Só pode ser gremista...
Ou
– Só pode ser colorado...
Nunca vi nada mais errado e mais provinciano. Muita gente não sabe distinguir, diferenciar, o torcedor de arquibancada de uma opinião séria.
Ah!
Continuo achando que o Inter tem mais time e melhor grupo, portanto favorito ao título. Mas o favoritismo não dá camisa para ninguém. No mata-mata então o favorito é apenas um rótulo. A históra está lotada de favoritos que terminam as competições em segundo lugar ou, às vezes, nem chegando ao jogo final.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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