O Inter jogou bem, passou fácil pelo medroso Brasil (2 a 0), mas não goleou. A goleada foi da torcida. Quase 47 mil pessoas tomaram o Beira-Rio, um vermelho só, num sábado onde a mulher entrou de graça.
A vitória deu a liderança do Grupo 2 ao Inter, 23 pontos, 27 gols em 10 jogos, e também a geral do campeonato, embora o Grêmio, com os mesmos pontos e 18 gols, tenha um jogo a menos.
O estádio parecia uma arena européia, lotada mesmo em um jogo menor, como Inter e Brasil, uma partida pelo Gauchão, longe de ser uma grande decisão. O torcedor costumava prestigiar o campeonato regional só em jogos decisivos. A mudança é bem vinda. O Beira-Rio foi um exemplo.
O Inter venceria o jogo naturalmente. Nem precisava da mão do árbitro Ronaldo Santos da Silva aos 26 minutos de jogo, quando apresentou o segundo cartão amarelo ao lateral Raoni, logo o vermelho. O juiz exagerou, foi enérgico demais ao punir a falta de Raoni. Com 10 em campo, o Brasil recuou mais, se plantou na frente da sua grande área, de onde jamais saiu. Nunca arriscou.
O time de Abel Braga já vencia por um a zero (Magrão) no minuto da expulsão, jogava melhor, dominava e encontrava um adversário preocupado obsessivamente com a defesa. A partida estava sob controle absoluto, tanto que Edinho dava balãozinho no meio-campo. Logo Edinho, pouco acostumado a firulas.
O Inter controlou o jogo inteiro, dominou, Renan não sujou o uniforme, mas o segundo gol do jogo (Gil) saiu apenas no final do segundo tempo. O grande problema do dia colorado foi as finalizações. As jogadas de linha de fundo quase não apareceram. Faltou um centroavante ao Inter, alguém com fome de gol, um atrevido homem de grande área, com vontade de chutar. O estádio inteiro deve ter pensando em Nilmar, que só volta em abril.
Fernandão não fez uma boa apresentação, como Iarley. Alex não esteve num grande dia, não foi o jogador diferenciado. Guiñazu foi outra vez o melhor em campo. Ele é o símbolo da atual dinâmica da equipe de Abel. Está em todos os lugares. Defende, arma e ataca, arrisca até o chute ao gol.
O Inter se encorpa a cada 90 minutos. A capacidade de marcação dos jogadores já impressiona. Abel Braga está construíndo um grande time, talvez melhor do que o da Libertadores e o do Mundial 2006. O fã colorado é só sorrisos, só confiança.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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