Grêmio e Santos foi um jogo tão ruim que os dois times mereciam perder. Como a tarefa é impossível, perdeu o Grêmio que sempre perde na distância do Olímpico.
Derrota normal, natural, quase uma obrigação neste brasileiro de bola corrida. O gol santista no final, uma cabeçada no meio da defesa, foi quase um bálsamo aos jogadores visitantes. Atuavam mal outra vez e não perdiam. Precisavam perder. É da índole deles perder fora de Porto Alegre em quase todos os jogos.
Prova? Procure os números da tabela. Ou como diz Jack Bauer "Pergunte por aí".
O Grêmio foi tudo aquilo que se diz, que se escreve, que se comenta nos bares, nas mesas de jantar, no café da firma, nas esquinas dos melhores paos: defensivo em excesso, isento de criatividade, jejuando no ataque, desarticulado como um todo. Chutou uma bola ao gol adversário em 95 minutos.
Souza culpou o azar, disse que o seu time foi bem. Viu jogo próprio. Eu vi um Souza longe da grande área, armando, driblando no meio, tico-tico no fubá.
Souza caiu. Tcheco não foi visto em campo. O Grêmio bom de bola não apareceu, nem o guerreiro. A soma dos dois, alegrias dos fás, é miragem. Os dois líderes deixaram seu exército sozinho, isolado em campo inimigo.
O Grêmio de Paulo Autuori é um estranho improviso: um zagueiro (Thiego) na lateral, um lateral na meia (Joílson), um zagueiro no meio-campo (Réver), um meia no ataque (Douglas Costa). Seu esquema é previsível e sua tática é sempre frágil, óbvia e comum ao jogar fora.
A improvisação é tamanha que o melhor zagueiro do time (Réver) foi deslocado para o meio campo, onde se transforma num volante comum, sem o bom passe, o melhor lançamento, a tabela qualificada. O lugar de Réver é na zaga.
Viver sem Maxi López é como escalar o Everest sem cordas. Correr com Perea e Jonas é subir na montanha de gelo sem botas. Nunca vi uma dupla de área tão distante, desafinada e fácil de marcar.
Agora, deixar Douglas Costa, apesar da sua inexperiência, no banco e escalar Joílson é pura e gigantesca inaptidão. O G-4 não é visível a olho nu. O 2009 para os lados da Azenha se desenha cada vez pior. E olha que não é por falta de avisos.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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