Grêmio busca no seu 15º jogo uma performance que ainda não conseguiu no Brasileirão 2009. Vencer longe da sua fortaleza. No Olímpico, é um senhor destemido e feudal. Não poupa os adversários. Longe da Azenha, aceita tudo, até o futebol superior de um Avaí.
O Tricolor perdeu todos os jogos em estados alheios, empatou apenas um. Bateu no muro da Ressacada, resvalou no Mineirão, atolou no Barradão. A bagagem está lotada de derrotas.
Todas as razões ainda são desconhecidas. Não é por excesso de jovens, nem por falta de experientes. É por falta de imposição. Física e técnica.
Se o G-4 é porto seguro, o barco só atraca na marina da Libertadores se as balas de canhão dos adversários não atingirem a proa. No projeto de Paulo Autuori, seu time estará entre os quatro melhores até o final do turno, mais cinco jogos. São Paulo, nesta quinta, Cruzeiro, Palmeiras, Barueri e Flamengo são os adversários final, só dois deles em casa. Todos perigosos.
Promessa de técnico, como de jogador, não tem muito sentindo. São da boca para fora, mais para animar os fãs, ajudar a lotar os estádios, motivar, fazer sonhar.
Não que não sejam sérias. São. Mas nada depende deles, do poder de cada um, mas sim de uma série de fatores que envolvem o futebol. Às vezes o adversário é superior, o juiz estraga tudo, uma absurda falha individual atrasa a equipe.
Ganhar do São Paulo, e ainda mais no Morumbi, é sempre uma subida ao Everest. Mesmo em transição, os paulistas têm um bom time, uma equipe qualificada, valores acima da média. Ricardo Gomes recém começou seu trabalho, tem experiência européia, títulos importantes, talento e uma liderança que remonta seus tempos de jogador de futebol, capitão da Seleção. Pode dar certo.
O São Paulo tem tudo para crescer na competição. O Grêmio tem tudo para voltar com mais uma derrota. Ao menos que resolva jogar o futebol que apresentou no Gre-Nal e esquecer o que exibiu em Florianópolis.
Aliás, o Grêmio usa em São paulo o seu melhor time, o da Libertadores, o que conseguiu nos melhores resultados em 2009. O São Paulo é o seu melhor teste. Não poderia encontrar adversário melhor neste momento do campeonato.
O Grêmio passou os primeiros sete meses do ano oferecendo sinais que poderia encontrar uma boa média de atuações. Sempre traiu seus torcedores. Nunca encontrou sua média real. Agora, ninguém sabe mais o que o Grêmio pode jogar. Ninguém conhece o seu verdadeiro futebol. Nem Autuori.
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Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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