O Gre-Nal dos cem anos começa e termina com Réver. Ele foi um zagueiro modelo, um meio-campo de verdade, um atacante do penúltimo toque.
Foi três em um. Foi o melhor em campo no 2 a 1. Foi o qualificado número 1 da tarde do dia 19 de julho de 2009.
Réver segurou tudo na defesa (e mais um pouco) e ainda participou do lance do segundo gol, de Maxi López. Quando alguém falar do Gre-Nal 100, o nome de Réver será o primeiro a ser citado, lembrado, incensado. Talvez seja o jogo do nascimento de Mário Fernandes para o futebol. Certamente foi o Gre-Nal do Grêmio. do gol matador do grande ídolo da torcida.
O Grêmio quebrou a amarga sequência de sete clássicos sem vitória. A torcida fez uma festa do tamanho do estádio. Cantou, dançou, pulou, gritou. A saída do lado azul era de um sorriso só.
Quarenta mil pessoas viram um grande jogo de futebol. O espetáculo merecia um estádio lotado. Quem foi viu duas torcidas apaixonadas.
Do outro lado, a tristeza calou todo o mundo. Não havia um só reclamado do resultado. A torcida estava furiosa com o time, com alguns jogadores, com atuações abaixo da média, mas não observaram injustiça nos 2 a 1.
Nem eu vi. Foi uma vitória justa. Merecida. Todos os quatro clássicos de 2009 terminaram em 2 a 1, os três primeiros em nome do Inter.
O Grêmio fez uma atuação de luxo, especialmente no segundo tempo, quando encurralou o Inter. Dominou a maior parte dos 90 minutos, sofreu um gol aos 24 minutos de jogo, aos 24 minutos do segundo tempo alcançou a virada. Concluiu nove vezes, contra seis do adversário.
Souza falhou no golaço de Nilmar como um zagueiro descuidado, sambando ao lado da grande área. Souza se recuperou rapidamente com outro belo gol de falta. Maxi López foi um centroavante de verdade e marcou de cabeça o segundo gol.
Vitória do melhor, 2 a 1 de quem foi superior, num jogo sem violência, bem jogado, veloz e que agradou o fã do sofá e o da arquibancada, o do radinho e o da tevê.
Guarde estes nomes: Victor; Mário Fernandes (Makelele), Réver, Rafael Marques e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Tcheco e Souza; Herrera (Jonas) e Máxi López.
Eles estão na história do Gre-Nal 100. Eles mostraram que o novo esquema de Paulo Autuori começa a ganhar corpo, uma ideia de futebol, uma maneira de jogar. Eles precisam mostrar agora que o futebol competitivo pode sobreviver também fora do Olímpico, onde não conseguem vencer.
Foi no Olímpico que o Inter mostrou problemas antigos: laterais incapazes de organizar o ataque, Índio lento e desatento, Taison em má fase, Nilmar isolado, um esquema de jogo que necessita de algumas mudanças radicais.
Os torcedores não têm certeza se Tite pode reencontrar o caminho, a desconfiança não é recente. Os dirigentes acreditam que ele pode. Pode mais, talvez com novos jogadores, sentando no banco os que teimam em navegar em fase ruim.
O que ninguém pode duvidar é que a vitória no Gre-Nal oferece um tsunami de confiança ao Grêmio e um grande baixo astral ao Inter.
A segunda-feira será azul, como numa foi neste 2009. O Grêmio renasce. No Sul, uma vitória em Gre-Nal é capaz de fazer milagres. Consegue colocar chuteiras atômicas em pés de gasolina.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
Leia os termos e condições deste blog
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.