O Grêmio de Belo Horizonte foi igual ao Grêmio de Porto Alegre. Esteve com o gol adversário aberto e a vitória na mão, nos pés.
Falhou. Deixou de marcar. Chamou contra si a maior lei do futebol. Quem não faz, você sabe, leva gol.
Por absoluta incapacidade técnica, o Grêmio Não marcou e sofreu dois gols em 30 minutos no Olímpico.
O lado esquerdo da defesa falhou duas vezes. Falhou que nem no Mineirão. Afundou.
Fábio Santos, que não tem bola para jogar no Grêmio, teve a bola do jogo no seu pé esquerdo. Chutou por cima. Na volta, falhou no primeiro gol de Wellington.
Certo, Fábio Santos não é o culpado pelo 2 a 2, nem pela queda do Grêmio. Ele é apenas o jogador errado na hora errada.
Ele faz parte, parte carente, de um time que não se acerta, que não ganha. Ele é o lateral de um 4-4-2 que não funciona.
Ele é o homem de confiança de Paulo Autuori, um técnico que não vê nada de especial nos outros times, acha que o seu é melhor, que joga mais, mas não vence.
Autuori parece um professor de universidade, catedrático de Oxfordo, com décadas de classe, com uma sabedoria superior. Não aceita nem a pergunta do aluno. Não escuta.
Autuori assumiu em maio, estamos em julho e ele não ganhou uma só partida na Libertadores.
Seus atacantes são mudos de gol. Lutam como leões, mas são inteligentes como elefantes. Fazem falta, mas não fazem gols.
No último momento, Autuori escalou um atacante que ainda não tinha jogado na temporada, seis meses depois do seu início. Perea entrou e foi o mesmo Perea.
O novo esquema de Autuori é um fracasso espetacular e completo. Nunca venceu, usou diferentes times em distintos campeonatos. O 3-5-2 era mais eficiente.
Não pense que os jogadores do Grêmio tiraram o pé, Nunca. Eles correram por eles e pela torcida. E foram saudados no final, depois do 2 a 2.
Dedicação sobra e é exemplar. Falta futebol, qualidade, técnico, esquema tático. Faltou tudo e mais um poucos nos dois jogos contra o Cruzeiro: cinco gols contra, três pró.
A única jogada do Grêmio é a bola aérea, o cruzamento, a falta. Só bola aérea. Só.
O Grêmio caiu no primeiro encontro com um time mais competitivo da Copa Libertadores. Deu a falsa impressão que poderia passar, que jogou bem, que dominou. Só impressão.
O Cruzeiro jogou com meio time titular, com quatro ou cinco machucados fora de combate, olhando o jogo de longe, e passou como quis, sem sobressaltos, sem dor de cabeça, com facilidade.
Se o prepotente Oscar Ruiz tivesse marcado um pênalti em Herrera, aos 29 minutos de jogo, o resultado teria sido outro, possivelmente. Mas o "se" é inimigo do futebol.
Grêmio e Inter se parecem, por viverem na mesma cidade, e às vezes, se repetem. Um precisava de dois gols, outro de três. Sofreram dois gols no primeiro tempo, buscaram o empate e perderam o primeiro semestre.
Começa tudo de novo no final de semana. Futebol é um eterna repetição com as mesmas camisas, com novos jogadores, com todas as esperanças do mundo. Com a mesma Brigada Militar despreparada e violenta. Será que o Estado vai investigar e punir os que mandaram atacar?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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