O Grêmio fez mais do que 3 a 0 no esforçado Náutico, escalando sete posições, encostando no sexto lugar do Brasileirão. O Grêmio definiu um recomeço na noite fria de quatro de junho no Estádio Olímpico, 13 dias antes da trepidante decisão com o Caracas pelas quartas-de-final da Copa Libertadores.
Depois da vitória, na entrevista pós-jogo, Paulo Autuori sepultou o 3-5-2, escalou Túlio e Adilson no meio-campo, adiantou Tcheco ao lado de Souza, anunciou Alex Mineiro, o melhor em campo na quinta-feira, como novo companheiro de Maxi López.
O que ele não disse, mas parece provável é que Ruy perdeu a vaga para Joílson (não agora, pois o lateral foi expulso). Léo, Réver e Rafa Marquez disputam duas vagas na zaga, mas o terceiro deve sentar no banco.
O que ele não falou, mas eu insisto. Douglas Costa precisa jogar mais do que menos que 10 minutos todos os jogos. Que Fábio Santos continua sem bola para ser o lateral/ala esquerdo. Que Túlio e Adilson deve piorar o já esquisito toque de bola do time.
O jogo com o Náutico terminou com três gols azuis. A soma poderia ser maior, mas o começo foi complicado. A torcida vaiou, não todos os 10.793 espectadores. Marcou Ruy, especialmente, chamou Souza. Um pela ineficiência completa. O outro pelo excesso de firulas.
Mas foi Souza, depois de um passe perfeito de Alex, que mudou a história do jogo, o humor da torcida, a força da equipe. Depois, faria um segundo gol, outro passe do mesmo Mineiro. Souza precisa ser competitivo. Ser mais um, nunca o centro dos 11.
Joílson substituiu Ruy e fez numa só jogada o que Ruy não faz: um cruzamento perfeito. Centroavante de carteirinha, Maxi López marcou. Joílson foi o jogador de uma cruzada só. É preciso vê-lo mais.
Em casa, o Grêmio foi melhor do que em Salvador (derrota) e em Caracas (empate). Tocou mais a bola, mas não muito. Errou quase tantos passes quanto nos dois últimos jogos, mas tentou jogar mais com a bola no chão. Atacou mais, o adversário era inferior, e fez três gols.
O que falta ao Grêmio é o mesmo de outros dias mais cavernosos: talentos em campo. Falta o de sempre: qualidade nas alas, criatividade no meio-campo, toque de bola, precisão, inteligência. Falta o futebol que possa encher o fã de esperança.
Torcedor vive, respira, se alimenta de esperança. Sem o seu fio condutor, ele não é nada.
A quinta rodada do Brasileirão, pelo menos, trouxe os gols de volta. O que é a melhor notícia. Seria muito melhor, duas veszes mais, se Alex Mineiro tivesse marcado, um goleador esquecido do gol, um atual garçom de marca maior.
É pouco, Mineiro deve ter pensando. É muito, deve ter imaginado Souza, servido duas vezes pelo gentil atacante.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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