O Grêmio clama por qualidade e a sua mais recente revelação vive perdida no espaço do Estádio Olímpico.
Douglas Costa não joga.
Quando joga, não toca na bola porque a partida está no final.
Quanto entra, disputa somente 15 minutos.
Quanto é chamado, o Grêmio está perdendo, está sendo sufocado, está confuso. Jamais entra na boa. Garotos muitas vezes precisam amadurecer nos jogos, em todas as situações. É raro encontrar um salvador do mundo com apenas 18 anos.
Douglas Costa precisa olhar, observar com calma, estudar o exemplo de Taison. A revelação colorada navegou por meia dúzia de posições na temporada de 2008 até encontrar o seu verdadeiro canto. Tinha um técnico ao seu lado, uma direção atenta. Levavam fé no jogador.
O lugar ideal de Douglas entre os profissionais é um mistério. Ninguém sabe, pois ele não joga.
Celso Roth humilhou o jogador num recente treino aberto, um olho no jogador, outro na mídia. Queria mandar um recado. O interino Marcelo Rospide nem pensou em Douglas Costas. Paulo Autuori, recém chegando, precisa conhecer o jogador de prodigioso pé esquerdo.
Não estou querendo dizer que o jogador é craque. Não. Estou distante de afirmar que ele pode ser titular aqui e agora. Não.
O que impressiona, de verdade, é ação dos dirigentes do clube, sempre distantes no tratamento técnico dispensado ao jogador. Não basta aumentar o salário. É preciso olhar lado humano.
Será que ele já está recuperado do constrangimento que passou ao ser atacado por Roth em pleno campo de jogo? Futebol ele tem, eu vi, você notou, mas tem também 18 anos. Todos os garoto de 18 anos merecem apoio. Um pacote de chances, conversas, diálogos, conselhos.
Será que o Grêmio está mesmo olhando para o jovem antes dele entrar em campo?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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