O Inter voa, o Grêmio nada. Depois de quatro rodadas do Brasileirão, 12 pontos disputados, o Inter fez o que é possível fazer, os 12 pontos disponíveis. É 100%. O Grêmio somou apenas míseros quatro. Na rodada do final de semana, por exemplo, perdeu cinco posições em 90 minutos.
A liderança está com o Inter, um décimo terceiro lugar assola o Grêmio. A realidade da Dupla no último domingo de maio foi posta. Outra só na imaginação.
O Inter enfrentou dois adversários que miram o título, Corinthians e Palmeiras, e a zona fértil da Copa Libertadores. Ganhou. Depois buscou Goiás e agora o Avaí, nas duas últimas apresentações chamou seu time misto. Ganhou também. Levou apenas um gol em quatro jogos.
Não há um só time no Brasil, pode pegar a lupa, capaz de ameaçar a liderança colorada. É, outra vez, favorito ao título.
Dos quatro pontos, o Grêmio fez os quatro em casa, com Santos e Botafogo. Perdeu seis fora, Atlético MG, com uma ajuda do problemático juiz paulista, e Vitória, quatro da turma do meio da tabela, que não podem pensar em mais nada do que uma Copa Sul-Americana no final do ano.
O Inter vive um momento especialíssimo, talvez único na sua histórica, e roda o país como favorito aos dois títulos disponíveis. Pode até tropeçar na Copa do Brasil, o sistema mata-mata é criminoso, embora Tite seja um especialista no sistema.
A bola que rola e roda em campo, com titulares ou reservas, mostra que o Inter é superior, seja com os titulares ou reservas. Liquida o Corinthians no Pacaembu com os 11 melhores, supera o Avaí (2 a 1) com raros titulares. O Inter tem mais do que todos, um grupo superior, uma idéia clara de futebol, uma base do ano passado, um técnico com total aceitação no clube. Ao contrário do bom e elogiado Cruzeiro, ganha também fora dos seus domínios.
O Grêmio do Brasileiro, não o da Libertadores, é perturbador. Campeonatos não se mesclam. Pelos pontos que exibe na tabela, claro, pela falta de qualidade, pelo grupo que ostenta, pela irregularidade.
Paulo Autuori é novo na casa, mas deve estar assistindo o que a tevê mostra, o que os fãs enxergam no Olímpico. Os problemas são os mesmos, um buraco num meio-campo sem a menor criatividade, dois alas/laterais totalmente ineficientes, atacantes isolados, correndo de um lado para o outro em busca da bola, sempre longe do gol.
Um time sem toque de bola qualificado, sem poder ofensivo, sem união entre os diferentes setores. Um meio-campo, o de Salvador, com dois volantes que não sabem passar, lançar, jogar.
Os defeitos do time foram praticamente idênticos aos notados no empate em Caracas (1 a 1) e andas ainda. Técnico precisa de tempo. É cedo para cobranças.
Aiutuori precisa intervir no time com certa urgência e com alguma profundidade. Mudar. Criar. Inventar.
Recuperar já com o Náutico, quinta, 21h, os três pontos perdidos em Salvador, enquanto que o Inter, domingo, busca o Cruzeiro em BH, talvez com os seus melhores 11 no grande jogo do final de semana dedicado ao confuso Brasil de Dunga.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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